Ivan Santos*
O presidente Capitão Mito Jair Bolsonaro passou os dois primeiros anos como chefe do governo do Brasil e cuidou basicamente de assuntos de interesses familiares e de estratégias de marketing visando candidatar-se à reeleição em 2022. O cenário econômico foi prejudicado pela epidemia do Coronavírus e pela falta de uma coordenação do Poder Executivo no Congresso para aprovar duas reformas estruturais esperadas pelo mercado e por investidores em desenvolvimento econômico: a Administrativa e a Tributária.
No primeiro tempo do governo (dois primeiros anos) o Capitão desfilou como único pré-candidato à Presidência da República em 2022. Não teve concorrentes. No segundo tempo do jogo sucessório deverá ser diferente. Depois da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado no começo de fevereiro, o processo político assumirá nova feição.
No primeiro trimestre o Capitão deverá promover uma reforma administrativa para obter apoio política para disputar a reeleição em 2022. O principal parceiro deverá ser o Centrão, um conjunto de partidos experientes que procuram espaços no poder para acomodar seus companheiros de caçadas de votos em todas as eleições. Não será tarefa fácil acomodar políticos fisiológicos do Centrão no Governo e manter o apoio dos ideológicos conservadores que apoiam o Mito e detestam o que chamam de “políticos tradicionais” ou representantes de Velha Política detestados publicamente pelo Capitão.
Na Reforma Administrativa alguns generais, entre os quais o que comanda a Saúde e o que comanda a Secretaria de Governo poderão ser substituídos por velhos políticos do Centrão; O Mito vai precisar do apoio de partidos da Velha Política para fortalecer a própria candidatura à Presidência para conquistar mais um mandato de quatro anos. Em política real não tem blá-blá-blá. Todo candidato precisa de apoio para se eleger e o veterano político Capitão Mito sabe muito bem as regras de um jogo eleitoral.
O tema mais impactante na sociedade brasileira no começo deste ano não é político. Continua a ser a vacina contra o vírus da morte. O Capitão, que tem se esquivado de assumir a vacinação vai ser cobrado e precisa, com urgência, apresentar um calendário real sobre a vacinação. Ninguém se surpreenda se ele demitir o general-ministro da Saúde e der o cargo a um velho político do Centrão. A política é surpreendente.
*Jornalista