Ivan Santos*
O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), poderá eleger-se hoje presidente da Câmara Federal no começo da noite. Os principais jornais do País já informaram que o Palácio do Planalto acenou com cargos no Governo, em estatais e até com ministérios caso Lira seja eleito para comandar a Câmara. O candidato com maior destaque depois de Lira é o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) apoiado pelo atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-SP). Estes dois são os principais candidatos à sucessão do presidente Rodrigo Maia. A votação é secreta e toda previsão neste momento poderá falhar
No Senado também haverá eleição hoje para escolher o novo presidente. Os principais candidato são: o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) apoiado pelo presidente Bolsonaro e a senadora independente, Simoni Tebet (PSDB-MS).
Para experientes analistas do teatro político nacional é um engano acreditar que o chefe do Poder Executivo, em qualquer momento ou circunstância, poderá mandar em qualquer das duas Casas do Congresso. O presidente da Câmara comanda a Assembleia do Povo por doía anos. De acordo coma Constituição do Brasil é na Câmara Federal que se reúnem os representantes do povo, eleitos por diferentes partidos. O presidente da Câmara tem normas constitucionais e regimentais para se conduzir. Não pode caminhar ou agir por vontade própria e deverá trabalhar em sintonia com o Colégio dos Líderes Partidários.
No Senado estão os representantes dos Estados. O presidente desta Casa também responde a mandamentos constitucionais e regimentais. É também uma ilusão acreditar que o chefe do Executivo manda e o presidente do Senado obedece. O presidente Bolsonaro tem muito prestígio popular, mas ele, como todo chefe de Estado, tem a obrigação de se conduzir de acordo com os mandamentos constitucionais que dizem que os três poderes são independentes e devem atuar em harmonia para o bem da pátria e felicidade geral da nação.
*Jornalista