Ivan Santos*
O presidente Mito Bolsonaro entregou, na semana passada ao Congresso, uma pauta com 35 prioridades. Para um experiente parlamentar que não quis se identificar publicamente para não estimular polêmicas, “quem apresenta, por atacado, 35 prioridades para discussões e deliberações, na realidade, não tem prioridade nenhuma”. Surge uma pergunta: qual é a prioridade entre as prioridades?”
Para o Centrão – grupo de parlamentares conservadores que sabe o que quer em política – a prioridade neste momento é discutir e votar a Lei de Orçamento para 2021. Esta proposição, que é de interesse nacional deveria ter sido votada antes do fim do ano passado, mas por falta de emprenho do Palácio do Planalto o projeto até hoje não votado. Sem orçamento aprovado o governo fica emperrado. Aparentemente o Palácio do Planalto deixou o assunto para ser decidido pelo Legislativo.
Fora a Lei do Orçamento qual é a real prioridade para o Governo? É a Reforma Tributária? Para alguns especialistas em administração pública, não será possível aprovar Reforma Tributária sem definir as despesas obrigatórias do Governo e isto só depois de uma Reforma Administrativa que redefina o tamanho da máquina do Governo. Então fica no ar a pergunta: O Capitão quer fazer uma reforma administrativa para reduzir despesas, cortar cargos e ministérios como pregam os liberais em todo o mundo? Sinceramente, até agora ninguém sabe.
A eleição interna de novo presidente da Câmara e do Senado nada mudará se o chefe do Poder Executivo não demonstrar se quer ou não promover reformas estruturais. Aparentemente, a prioridade do chefe do Governo, neste momento, é montar uma base política que lhe garanta proteção contra um eventual impeachment e criar condições políticas para se reeleger em 2022. Estas são as reais prioridades do Mito Presidente.
*Jornalista