Gustavo Hoffay*
Desculpem-me os católicos discordantes do texto que segue, mas o mesmo reflete a visão e os sentimentos de um católico da “velha guarda” e que, recentemente, ouviu um jovem dizer da saudade que tinha de um tempo que não viveu: seus pais contavam-lhe com imensa alegria de como era o antigo ritual da missa, como eram vividas e adoradas as tradições católicas e baseadas que eram, quase que exclusivamente, em uma ideologia que reforçava a doutrina social da igreja. Hoje assisto a uma dissimulada campanha de infiltração de estranhas idéias e ritos na Igreja Católica Apostólica Romana e talvez orquestrada por pessoas sob feições de católicos militantes, fazendo tomar vulto uma operação contra tradicionais e seculares práticas católicas, disfarçadas de algo a que chamam por “racionalismo cristão”. Batizado na igreja católica, ter servido altares presididos por padres, bispos e arcebispos, tornado-me ministro da Eucaristia e colaborador voluntário de duas instituições ligadas à Igreja Católica, hoje, assustado e decepcionado, assistido sacerdotes subordinados a um modo absolutamente estranho à tradição católica e dentro de parâmetros que parecem desfibrar a fé e o que, por conseqüência, termina por desviar a conduta de fieis tradicionais que procuram freqüente e solenemente a verdade, que não hesitam, em momento algum, manter os princípios morais daquela sagrada e milenar instituição. O que de fato pretende a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano e a qual, sob o meu particular ponto de vista, contribui ainda mais para o aumento de desvios doutrinários da Santa Igreja, tão percebidos e dissimuladamente ( ou não ) implementados em celebrações litúrgicas por alguns sacerdotes? Conheci e conheço alguns deles que também estão chocados, perplexos diante de tamanha ousadia daquela congregação quanto a abordagem da CF deste ano e que, de algum modo, tentarão impor-lhe um dique seguido de algum remédio. Pergunto: a Santa Igreja estaria sendo alvo de inimigos infiltrados em seus redutos e sob a orientação de alguma poderosa força oculta? Não, não me sinto perdido entre devaneios e ficções; o que realmente sinto é a minha igreja estar sob a sorrateira mira de antipatizantes da fé e do Evangelho que ela sempre viveu e pregou com tanto empenho e dignidade. Além do que assisto a uma onda de secularismo e estranhas novidades penetrando e sendo aceitas no seio da Santa Igreja, dando a entender a muitos fieis que basta servir a Deus e não, necessariamente, terem expressões de fé transcendental e sacralizada. Alguns outros cristãos, pessoas próximas à minha família, já tentaram dissuadir-me dessa “idéia louca”, dizendo-me que muitos em outras épocas já tentaram acabar com a Igreja Romana mas não conseguiram. Mas é aí onde mora o diabo! Há uma necessidade cada vez maior de união dos fiéis católicos e tradicionalistas em torno da nossa fé. Longe de mim causar perplexidade a quem lê estas linhas; desejo apenas alertar aos fieis e autênticos defensores da nossa tradicional doutrina, para as lamentáveis tentativas de usarem a nossa Igreja para outras finalidades , que não a fidelidade à missão de servir a Deus e de modo a garantir-lhe a indefectibilidade no desempenho da sua sagrada missão, possibilitando a todos nós, fiéis, uma vida fecunda em méritos e valores sobrenaturais em favor de toda a Comunhão dos Santos e de toda a humanidade. Mais que nunca, penso, a Igreja Católica precisa de Santos, pois aberta ou sorrateiramente há forças estranhas pretendendo solapá-la. Repudio, com todas as letras, o tema da CF 2.021.
*Agente Social – Uberlândia-MG