Ascom/UFU
As opções são: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, japonês ou português; proposta na UFU ainda tramita internamente e tem previsão de inscrições para novembro
UFU/Divulgação
O curso é composto por componentes teóricos e práticos, acompanhados de orientação, com o objetivo de contribuir com o processo de internacionalização do Ensino Superior público brasileiro. (Arte: Rede Andifes IsF/Divulgação)
Em maio de 2020, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) se credenciou à Rede Andifes IsF (Rede IsF) como instituição ofertante no curso de Especialização em Línguas Estrangeiras para Internacionalização. Na última segunda-feira, dia 12/04, houve a finalização desta proposta, ocorrendo a formalização da parceria. Assim, a UFU, segundo ofício da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), terá papel relevante e primordial para auxiliar todas as instituições credenciadas à Rede IsF [Idiomas sem Fronteiras], para tornar possível o curso, que é voltado para educação pública, gratuita e de qualidade nas modalidades a distância, presencial e híbrida.
O início do curso se dará após tramitação interna e publicação do edital de seleção, que ainda será lançado em modelo padronizado pelas universidades ofertantes. Na UFU, a previsão é que as inscrições possam ocorrer no fim do segundo semestre, por volta do mês de novembro. O público-alvo são profissionais graduados em Letras, e cursos afins, que já possuam proficiência intermediária ou avançada em um dos sete idiomas propostos. A iniciativa está baseada no Projeto Pedagógico do Curso de Especialização em Educação e Tecnologias oferecido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A oferta possibilita ao egresso, a formação especializada em Língua Estrangeira para internacionalização em: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, japonês ou português. É requerido uma disponibilidade de 10h semanais, sendo a carga horária total de 500 horas, distribuídas em 200h de componentes teóricos, 200h de componentes práticos e 100h de orientação. A previsão de término varia de acordo com a língua escolhida e com a execução das atividades, que podem ser feitas, no mínimo, em 18 meses e, no máximo, em 24 meses.
A oferta dos componentes curriculares será feita de forma consecutiva para permitir que o cursista possa ter condições de realizar o componente teórico e prático simultaneamente. (Arte: Rede Andifes IsF/Divulgação)
Waldenor Barros Moraes Filho é diretor no Conselho de Gestores de Relações Internacionais das Instituições Federais de Ensino Superior (CGRIFES), Coordenador Administrativo da Rede IsF e docente na UFU. Ele afirma que sem domínio de línguas não se faz produção científica articulada e que o curso possui uma vantagem sobre os demais porque é um programa de especialização para professores com disponibilidade em sete línguas estrangeiras. “Nos dá oportunidade de contribuir para o processo de formação e coloca a UFU em um patamar de grande visibilidade, não só apenas de consumidora, mas de promotora de ações acadêmicas”, analisa.
A proposta pedagógica foi construída por uma rede de universidades federais, com mais de 100 especialistas da área participando de sua elaboração. Além da UFU, as instituições federais de ensino superior ofertantes do curso são: UFSCar, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal do Paraná (UFPR). Elas são responsáveis por organizar, ofertar e certificar o curso, além de serem também um polo de aplicação prática do curso de especialização. Outras 48 instituições, listadas na imagem abaixo, também serão sede para aplicação dos componentes práticos previstos.
Universidades que serão apenas polos de aplicação prática do curso estão presentes em todas as regiões do Brasil
A proposta da Rede IsF dá continuidade às ações do Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF), que foi criado em 2012 e que sete anos depois viria a ser suspenso pelo Ministério da Educação (MEC), por conta de cortes no orçamento das universidades. Hoje, sem a participação direta do MEC, são utilizadas somente a própria estrutura e a rede de especialistas das universidades. Nesse contexto, a Andifes foi quem abarcou e ampliou as ações do IsF, formando a Rede IsF e agora possibilitando a oferta do curso de Especialização em Línguas Estrangeiras para Internacionalização nas instituições credenciadas.
As principais mudanças da iniciativa, em relação ao antigo IsF, foram: não restringir os idiomas cujos especialistas de uma instituição podem ministrar e permitir a colaboração de diferentes instituições com a possibilidade de uma oferta combinada entre elas. Para Moraes, que é um dos seis docentes da UFU que fazem parte da equipe de gestão administrativa e pedagógica do curso, as alterações permitem que a proposta seja inclusiva e colaborativa. “Imagina uma universidade que não tenha francês. Este programa poderá ofertar a possibilidade de alguém em uma universidade, que apesar de não ter curso de Letras Francês, tem um professor de francês e ele pode se envolver na multiplicação local dessa capacitação”, explica e reitera que tudo dependerá das condições de cada local de oferta.
Pessoas que atuaram no Programa IsF foram citadas em agradecimento especial no ofício do novo curso, publicado pela Rede Andifes IsF
Mariana Ruiz Nascimento foi uma das homenageadas pela Rede IsF, na publicação de um ofício do curso Especialização em Línguas Estrangeiras para Internacionalização. Ela foi professora do IsF de 2016 a 2018, posteriormente começou a dar aulas particulares de inglês e atualmente também é bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no Doutorado em Estudos Linguísticos na UFU. Segundo ela, todas as experiências do IsF foram muito marcantes em sua trajetória profissional, ressoando até hoje na prática enquanto professora e pesquisadora. “Trabalhei como voluntária na equipe de apoio, como forma de retribuir os benefícios que o IsF me proporcionou e porque acredito na proposta do programa. É uma honra e um prazer imenso ter esse reconhecimento e saber que pude contribuir para um projeto tão especial”, comenta.
A proposta de especialização em língua estrangeira para internacionalização permitirá aos concluintes a atuação profissional em qualquer instituição de ensino ou empresa, que busque a integração local com foco na internacionalização. Nascimento comenta que o fato de o curso estar focado na internacionalização é um diferencial e que a iniciativa é fruto do IsF, mas lamenta a menor oferta de cursos e a redução das bolsas oferecidas em virtude dos cortes do MEC. “O desafio é pensar em uma aprendizagem que não seja imposta, limitada a uma única língua, e que não se valorize uma única variação linguística, mas que as instituições estejam dispostas a estabelecer uma relação de partilha e construção de conhecimentos colaborativamente, juntamente com a valorização de diferentes culturas e suas respectivas línguas”, finaliza.