Marília Alves Cunha*

“Errar é humano! Botar a culpa nos outros também é!” (Millôr Fernandes).

Estão afim mesmo de tirar no tapetão o presidente Bolsonaro da cadeira que ocupa. E para isto se juntam o que há de pior na política nacional, nas instituições, na imprensa e numa oposição medíocre que não aceita o caminho da alternância de poder e da liberdade. Oposição precisa existir, elemento fundamental para o exercício desta coisa tão valiosa que é a democracia. Ao poder executivo não é dado o direito de governar sozinho, de impor apenas suas vontades. Convenhamos, a nenhum poder é dado este direito. Mas até que ponto pode a oposição atuar sem gerar paralisia nos governos e alimentar crises institucionais? Até que ponto pode se opor e obstruir constantemente, ser destrutiva e não construtiva, conciliar interesses maiores e não aumentar o abismo entre o consenso e o dissenso?

As tentativas foram inúmeras, algumas até escandalosas: a facada, os robôs do WhatsApp, Marielle, o porteiro, a Michele, a avó da Michele, o óleo nas praias, embaixada dos EEUU, a Amazônia em chamas ( um capítulo muito sensacionalista desta saga persecutória, como se aquele pujante estado, até 2018, tivesse conservado sua pureza virginal e o Brasil fosse, até então, um exemplo de respeito à natureza). Gente que não conhece o Brasil e seus problemas chorando pelos elefantes, girafas e ursos queimados, o Papa, uma teenager raivosa que agora sumiu do mapa. Aliás, falando na Greta, pensei que ela fosse aparecer e dizer que a pandemia está destruindo seus sonhos, mas é bem capaz de aparecer com impropérios contra o presidente. Agora, por causa da pandemia… Tentativas fracassadas e infelizes, num teatro do ridículo. Várias outras que nem vale a pena comentar, estendendo demais o texto com histórias infames e conhecidas por todos.

Passaram a ser abusivas as narrativas, aquelas tentativas canhestras de mostrar interesse por um Brasil que há muitos anos estava jogado ás traças ou sendo usurpado. Intenção mais que política, suprapartidária, magnânima, altruísta e elevada à quintessência da moralidade por aqueles que amam o Brasil e seu povo? Que nada! O foco é Bolsonaro. O foco é arrancar a faixa presidencial que o povo lhe entregou.

A saga continua! Encontraram agora uma saída que lhes parece promissora e há que se cuidar com urgência de todos os detalhes, para que tudo dê certo nesta concertação conspiratória. O Sr. José Dirceu (que deveria certamente estar engaiolado, pelo prejuízos e males incalculáveis que causou ao Brasil e cuja cara deveria aparecer apenas em páginas policiais), avisou e deve estar feliz com esta balbúrdia pandêmica: “É questão de tempo a gente tomar o poder. Não precisa uma revolução para fazer isto”. Falou com a autoridade e ousadia de quem conhece todos os segredos podres e sujos dos porões deste país que estão tentando transformar numa republiqueta bolivariana… E de cara dura, afirmou: “Bolsonaro não é um político em quem se pode confiar…” Inacreditável! E há pelo menos um grão de confiabilidade neste inimigo da nação? O Lula, ouviu o passarinho cantar nos EEUU e exclamou com incontida alegria: “ Ainda bem que a natureza criou o vírus. A pandemia permitiu ao povo que entendesse a importância do Estado”. Um acinte a todos que estão sofrendo e sofrerão com mortes, sequelas e dificuldades no momento presente e futuro… E ainda, com sua natural cara de pau, disse que Bolsonaro vai destruir seu “legado”. Legado de que? De corrupção, de exploração, de dinheiro fácil na mão de inescrupulosos, de estatais dando prejuízos e sendo roubadas, de dinheiro grosso servido de bandeja às ditaduras? Deve estar seguindo a escola de famosa esquerdista americana, atriz famosa há muitos anos passados e que também delirou com o Covid: “O vírus é o presente de Deus para a esquerda, por ter revelado o verdadeiro caráter de Trump”- falou Jane Fonda, atriz em declínio. Deus deve ter ficado chocado com a revelação desta ilustre senhora que tira da China a responsabilidade, colocando nas costas Dele o peso da pandemia. Aff! Ia me esquecendo! Também uma tal de sra. Fernanda Torres, filha de mãe famosa, da turminha do “ele não” e devota de Nossa Senhora da Lei Rouanet disse ácidas palavras a favor do vírus, imitando a progressista americana: “Dane-se o povo e os cadáveres, se o vírus completar sua missão de abreviar o governo, tudo está bem. Ninguém sairá o mesmo desta quarentena”! Forte, não? Muito humanos, altruistas e nada movidos a politicagem e interesses financeiros estes ilustres personagens…

Estes são apenas alguns pequenos exemplos de como as coisas acontecem. Inventaram agora uma CPI que já está dando muito que falar. Uma CPI forçada pelo STF e que me fez lembrar um fato interessante: em 2016, quando Lewandowisk rejeitou um pedido para obrigar a Câmara a instalar a CPI da UNE, sua resposta foi cheia de correção e acorde com os princípios constitucionais: o assunto era questão interna da Câmara e o Supremo não poderia interferir. Digno de aplausos. Bem, a UNE não tinha advogados na Corte…

Fico triste pelo Brasil, não por este ou aquele político, apesar de achar que ninguém merece o tratamento desumano e injusto que estão dando ao nosso presidente. A tristeza maior é pensar que este país é grande, rico, farto de possibilidades e está sendo boicotado por interesseiros, que só pensam em poder e não aceitam ficar fora dele. Presidente, Ministros, Congressistas, políticos em geral todos passam. O poder é efêmero, a vida também, o ocaso chega para todos. Mas as instituições têm que ser preservadas na sua inteireza e na sua grandeza e o povo brasileiro tem o dever de impedir que elas sejam arruinadas por gente inescrupulosa, gente que, muitas vezes, nem investe neste país, seja com competência, honestidade, lealdade, patriotismo ou dinheiro mesmo…

*Educadora e escritora – Uberlândia – MG