Pesquisadores também vão disponibilizar imagens detalhadas da anatomia humana para impressão 3D e interação em realidade virtual

Imagem digital do corpo caloso, uma estrutura que conecta os hemisférios cerebrais. (Foto: Karina do Valle)

Visitar um laboratório de anatomia e observar as estruturas do corpo humano é uma experiência voltada para estudantes dessa área. Mas, agora, a plataforma Anatomo Cursos leva essa experiência para a casa de qualquer pessoa interessada em conhecer sobre anatomia.
O site é um Sistema de Educação Continuada em Anatomia Humana e Aplicações Clínicas, desenvolvido pelo Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina (Famed), com a parceria do Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Os pesquisadores da UFU envolvidos nesse projeto disponibilizam imagens interativas e tridimensionais, em alta resolução, da pelve óssea (localizada no quadril humano), do crânio ósseo e do tronco encefálico com cerebelo (responsável pela coordenação de movimentos do corpo), que é possível ver detalhes dos nervos cranianos. [Assista ao vídeo abaixo.]
A coordenadora do projeto, Karina do Valle, que é professora da Famed/UFU, percebeu que a carga horária dos cursos de anatomia humana foi reduzida devido à pandemia de Covid-19.
Por isso, os pesquisadores da UFU protocolaram e criaram um atlas interativo realístico do corpo humano, como material complementar para estudos. Para a reconstrução anatômica humana, utilizaram recursos de captura de imagens de uma escaneadora digital, levando em consideração a anatomia forense, um campo de estudo que identifica peças do corpo.
Após a disponibilização dessas imagens no banco de dados da plataforma de ensino, que é produto do projeto de extensão do Laboratório de Anatomia Funcional Aplicado à Clínica e à Cirurgia (LINFACC), será possível a impressão de peças do corpo humano em impressoras 3D.
Além disso, há três imagens 3D do encéfalo, cuja função é processar as informações nervosas do corpo humano, que devem ser visualizadas com óculos 3D anaglifo, geralmente encontrado em papelarias, para que o usuário observe os efeitos de profundidade.
De acordo com Valle, o próximo passo é a inserção desse banco de imagens em realidade aumentada. “A parceria com o Grupo de Pesquisas em Realidade Virtual (GRVA), orientado pelo professor Alexandre Cardoso, da Faculdade de Engenharia Elétrica (FEELT), irá proporcionar aos usuários a interação de poder simular um órgão humano virtual ou até mesmo corpo completo a partir de qualquer superfície plana”, comenta.