Marcada por gerações, estrutura, músicos e repertório evoluíram com a própria cidade
Inauguração da Revitalização da Casa da Cultura – 2019

Foto: Arquivo Secretaria de Governo e Comunicação

1º de maio de 1951. A melodia começa a tomar conta do desfile do dia do trabalhador. Ali nascia a primeira apresentação da Banda Municipal de Uberlândia “Lira Musical César Bombonato” (BMU). Desde então, a tradição e harmonia disseminada em forma de música mantêm-se vivas na cidade e há muito o que comemorar, pois em 2021 a banda completa seu aniversário de 70 anos.

Em celebração, nesta semana os membros da Banda Municipal foram surpreendidos com uma homenagem da Prefeitura de Uberlândia, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e da Secretaria Municipal de Governo e Comunicação. Na oportunidade, foram entregues certificados lembrando a importância de cada membro para a história da cidade. “Não tem como falar da história cultural de Uberlândia sem falar da nossa querida banda, uma instituição tão importante que profissionalizou a melodia executada por estes magníficos músicos que fazem parte da Banda Municipal de Uberlândia. Parabéns aos 70 anos de existência, vocês merecem essa homenagem”, destacou a Secretaria Municipal de Cultura, Mônica Debs.

Entrega de Homenagens 70 anos Banda Municipal

Composta por cerca de 50 músicos, a Banda Municipal leva seu repertório eclético de forma gratuita, na cidade e na região. Mesmo com a suspensão das atividades presenciais durante a pandemia, o compromisso com seu público seguiu sendo cumprido, por meio de apresentações online que podem ser vistas e revistas na plataforma “Cultura em Casa”.

“Vejo a BMU com uma verdadeira ferramenta de fomento da cultura. Ela tem um papel social em Uberlândia quando promove atividades que levam as pessoas a um momento mais íntimo com a arte musical, provocando assim um desejo na sociedade pela música. Nos sentimos honrados e muito felizes com esse reconhecimento”, prenunciou o Diretor da Banda Municipal de Uberlândia, Samuel Borges.

Entrega de Homenagens 70 anos Banda Municipal
Foto: Cleiton Borges/ Secretaria de Governo e Comunicação

A Banda Municipal também conta com projetos diversificados que contribuem para a música instrumental no município. Um deles é o Udi Jazz Big Band, e leva aos palcos ritmos com jazz, blues e bossa nova.

“É valido lembrar que antigamente o repertório da BMU era baseado mais em sobrados e valsas e poucos jovens se interessavam. Hoje mudou muito, o repertório é variado e moderno e isso chama mais a atenção deles, que estão trazendo jovialidade para o nosso repertório”, relatou emocionado o musico Abrão Cardoso, que toca Trombone Si b Fa (popular Trombone de vara).

De casa nova

Fazendo jus à importância histórica e grandiosidade da Banda Municipal de Uberlândia, em 2020 a corporação ganhou uma nova casa no Centro Municipal de Cultura com sala de ensaios, sala de instrumentos, sala de percussão, sala de maestros, sala do diretor, administrativo e almoxarifado. Trata-se do terceiro endereço da Banda Municipal, que já passou pela Duque de Caxias e pelo Mercado Municipal, sua primeira sede.

Inauguração do Centro Cultural em fevereiro de 2020

A Banda Municipal de Uberlândia – “Lira Musical César Bombonato” foi fundada no dia 1º de janeiro de 1951 pelo então prefeito Tubal Vilela da Silva, sob a regência do maestro João Clemente de Oliveira, mais conhecido como “Barraca”. Desde então, ela se apresenta em diversas solenidades, eventos, concertos e atendimento à comunidade em geral de forma gratuita, na cidade e na região com um repertório eclético e bastante variado.
A Banda é formada por instrumentos de sopro e percussão. Entre os instrumentistas de sopro, parte toca madeiras (oboé, clarineta, saxofone e flautas) e parte metais (trompete, trombone e tuba). A percussão abarca músicos nos tímpanos, caixa, bombo, pratos e acessórios.
A carga horária de trabalho da Banda Municipal é de 30 horas semanais, dividindo este período em ensaios, apresentações, estudos individuais e em grupos.

Apresentação em homenagem ao dia do músico em 25 de novembro de 2012
Foto: Arquivo Secretaria de Governo e Comunicação

De lá para cá, a banda colecionou boas memórias e conquistou públicos não só de Uberlândia, mas também de outras cidades do país. Além disso, marcou a vida daqueles que se dedicam à corporação. “Meu pai (Bento Silva) foi maestro da Banda Municipal. Ele sempre me levava para assistir os ensaios e as apresentações dela. Desde cedo me interessei por música e acabei por ingressar na Banda em 1984, sob a regência dele. Estou nela há 37 anos, desde os 15 anos de idade, e só tenho a agradecer por todos estes anos de trabalho, de dedicação e de aprendizagem. Tive muitos momentos de felicidade com a Banda e com meu pai. Infelizmente o momento mais triste foi quando ele faleceu em 1994 e a Banda fez uma homenagem a ele em seu funeral. Foi ao mesmo tempo triste e emocionante”, contou o atual maestro da BMU, Joheber Antônio Silva

Apresentação Parque do Sabia 2017
Foto: Arquivo Secretaria de Governo e Comunicação

Para muitos membros, além de sustendo para a família a banda também alimenta um sonho. “A BMU tem um papel muito importante na minha vida, afinal comecei a fazer parte do corpo musical dela ainda muito jovem (19 anos). Casei e criei minha família com o sustento da mesma. Lembro-me quando um amigo e também meu professor, Adelicio Floriano, retornou pra Uberlândia e ingressou na BMU. Foi quando surgiu a vaga e ele me ligou para vir fazer os testes e participar da corporação. Estou aqui até hoje, afinal é muito bom trabalhar com aquilo que se gosta e levar alegria às pessoas.”, emocionou-se o trombonista Abrão Cardoso.

Mais recente na formação da Banda, Patrícia Cristina de Freitas Oliveira ingressou em novembro de 2020 e também compartilha o espírito de pertencimento. “Meu instrumento é o clarinete e já me sinto parte dessa família, desta casa. É um sentimento de responsabilidade social com a população de Uberlândia e também com os colegas de trabalho, um sentimento de companheirismo, solidariedade entre nós e também de crescimento profissional, apoiando uns aos outros. É isso que fica para a história da banda e para a história de Uberlândia”, relatou Patrícia Cristina de Freitas Oliveira