Ivan Santos – Jornalista
Nenhum governante no Brasil foi bem sucedido sem um projeto definido de governo. Cito apenas dois exemplos positivos: Juscelino Kubitscheck. Este se candidatou a presidente da República com um projeto pré-definido: industrializar um país rural. Assumiu o governo com forte oposição e levou adiante seu projeto com negociações com indústrias norte-americanas e europeias. No início do governo decidiu construir Brasília e, para ligar o Brasil à nova capital executou o maior programa de asfaltamento de estradas da história do Brasil. Fez o Brasil crescer 50 anos em cinco.
O outro exemplo foi o de um vice-presidente turrão que após a posse saiu de cena. Por via de consequência do impedimento do titular ele foi a Brasília assumir a chefia do governo. Foi Itamar Franco. Ao assumir a Presidência o mineiro tinha em mente um plano: derrubar a inflação que chegara a 48% ao mês e crescia sem controle. Itamar montou uma estrutura de Estado Maior e pediu ou programa urgente para derrubar a inflação. O resultado foi o Plano Real que criou nova moeda – o Real – equivalente a um dólar. Derrubou a inflação.
O presidente Capitão Mito Jair Bolsonaro elegeu-se presidente com uma proposta liberal que prometia reformas estruturais e combate à criminalidade. As reformas estão empacadas e a violência está crescente. No Governo, o Mito chegou com declarações de intenções, mas sem projeto definido. Após a posse decidiu iniciar uma campanha para a reeleição. Consequência: o projeto liberal foi adiado como promessa para um eventual segundo turno. Para complicar o cenário nacional, o Governo o Mito enfrenta, de forma atabalhoada, a maior crise sanitária da História do Brasil.
No clima de incerteza em que vivemos ninguém sabe que bicho vai dar amanhã na Terra de Santa Cruz.