Gustavo Hoffay*

Antes mesmo de terminar o burlesco espetáculo, já é notório qual será resultado final da CPI em curso no Congresso Nacional e que tanto tem atraído a atenção de considerável parcela da população brasileira! A começar pelos encarregados de orquestrarem tal espetáculo político e onde os convidados e convocados passam a ser usados na condição de subservientes a um esquema montado por políticos profissionais mas de péssima qualidade técnica, o circo ali armado já tem desvendado alguns dos seus mais sórdidos truques, além de ver revelado os mais asquerosos interesses de alguns que figuram no picadeiro e, conseqüentemente, provocar rachaduras nas intenções unicamente eleitoreiras dos políticos Renan, Aziz e Randolfe, antigas raposas do Congresso e onde agem de maneira astuta, sagaz e manhosa. Quanto mais agora e quando têm a oportunidade impar de estarem presentes em rede nacional de televisão e fazerem desfilar sobre uma passarela de ódio toda a sua agudeza política e recheada que é de sentimentos de revanche, na vã tentativa de reverterem a sua imagem junto a um eleitorado e que já começa a duvidar do caráter de cada um deles. A postura “linha-dura” adotada por aqueles três “mosqueteiros”, chega ao ponto de ser merecida e pontualmente analisada por técnicos hollywoodianos, em conformidade com os mais rígidos critérios de análise e julgamento sobre a performance teatral ali apresentada. Ora, francamente….! A hipocrisia política está ainda mais em alta no Congresso Nacional e por conta exclusiva de alguns membros dessa CPI que, certamente, sairão dali ainda mais desprestigiados junto ao povo brasileiro e especialmente ao seu eleitorado. Não discuto aqui a causa “COVID”, que deveria ser tratada com seriedade e desvelo pelos próprios “cepeistas”e em respeito às centenas de milhares de vítimas brasileiras; deixo, sim, registrado o meu total assombro e escárnio em relação a um espetáculo de tanto mau gosto ali evidenciado “ao vivo e a cores” e cujos atores são devedores de satisfação a uma população absolutamente incrédula de seus respectivos desempenhos….Diante de uma crise da Saúde jamais sentida ao longo de toda história deste país, o mínimo que podia-se esperar de uma CPI dessa natureza seria a ponderação e não obstante, é claro, algumas ações do poder Executivo a partir de um temperamento ardente e irrequieto do seu presidente – sr. Bolsonaro – serem devidamente analisadas para, a partir daí, exercer-se a prática da razão e chegar-se a um juízo consciencioso sobre o que pretende-se ali revelar. As palavras e os gestos representados naquela sala, para o delírio de alguns e espanto de muitos outros em todo o Brasil, têm prejudicado ou entravado a imagem de uma classe política já desgastada e em embora não fuja de uma base real a que todos já conhecemos “ de cor e salteado”…muito infelizmente. Agora o que vemos e ouvimos ali de alguns parlamentares é, de fato, “para-lamentar” e considerando-se os seus arroubos cinematográficos diante de uma plateia formada por muitos dos seus eleitores. O grau de excitação claramente demonstrado por alguns daqueles atores políticos, focados unicamente em remoer um sentimento de raiva e vingança contra o governo Bolsonaro está claramente forjado na vingança, na desforra e de maneira claramente oficial, como num golpe muito bem planejado mas grotesca e pessimamente representado. Aquela CPI em seus bastidores parece engendrar planos, exercitar ataques, pesar e medir com precisão cirúrgica o seu pretenso ato de vingança política e o que é infinitamente pior e absolutamente imperdoável: sobre quase meio milhão de cadáveres e de suas respectivas famílias! Porque a união de todos ( esquerda, centro, direita, executivo, legislativo, judiciário) não agir pelo bem comum e (juntos e em paz) com as respectivas paixões domadas e sem ações que cegam a inteligência, entorpecem a vontade e fatigam inquisidores, investigados, testemunhas e delatores, chegar-se à clara conclusão que estamos assistindo a uma CPI forjada para um exclusivo benefício de poucos? As ações desordenadas de quem deveria deixar-se reger pela ordem, pela prudência e pela temperança em nome do respeito e da memória de centenas de milhares de mortos e de enfermos e de suas respectivas famílias, não pode e nem deve basear-se em paixões políticas sumamente perniciosas e de caráter puramente vingativo. Pobre Brasil, não desanime! Dentre os escombros dessa CPI haverá de nascer a esperança de políticos que sentem palpitar a inquietude de um coração verde-amarelo!

* Agente Social – Uberlândia-MG