Ivan Santos – Jornalista

Quem acompanhou os dois primeiros governos do presidente Lula sabe eu foi ele o político executivo que criou o Governo de Coalizão. Por este modelo o Poder Executivo passou a liberar recursos do Orçamento da União para que os senadores e deputados que apoiavam o governo no Congresso pudessem oferecer obras e serviços nas suas bases eleitoras.
Com o passar do tempo alguns parlamentares foram pedindo mais dinheiro, cargos e favores do Poder Executivo para garantirem o apoio. O presidente Bolsonaro, no começo do governo ameaçou acabar com o Orçamento Participativo. Os parlamentas fizerem corpo mole na Câmara e no Senado e Bolsonaro, ameaçado por impeachment abriu o cofre e criou o Orçamento Secreto. O governo prometia liberar uma certa quantia do orçamento e, no final do governo reteve o dinheiro programado…
Lula reassumiu o governo e pensou em fazer diferente. Sem base de apoio político o governo enfrenou primeiras derrotas na Câmara Então passou a negociar com pequenos partidos que mostraram que querem ministérios, secretarias, cargos e mito dinheiro para apoiar o governo; Ninguém atua por amor a pátria. O amor maior é a reeleição.
O presidente Lula apressou-se e liberou R$ 9 bilhões em emendas negociadas ex-presidente, Jair Bolsonaro, a serem repassadas sem transparência e a conta-gotas, conforme o resultado das votações e a fidelidade dos parlamentares. Em outras palavras, trata-se da reciclagem do orçamento secreto.
O esquema consistiu em reconhecer as do relator do Orçamento (RP9) de R$ 19 bilhões, distribuídos para os parlamentares a aliados sem critérios técnicos nem transparência. Esse modelo de acordo político é uma violência aos princípios da publicidade, da impessoalidade e da eficiência. Só quem vota com o governo é beneficiado e os municípios sem padrinho no Congresso ficam ser assistência. Isto é uma vergonha!