Ivan Santos – Jornalista
Não é de hoje que me preocupo com o desinteresse da juventude com as às questões sociais e problemas sociais visíveis. Por exemplo, aqui vivem milhares de estudantes universitários e não se vê manifestações ou movimentos de um só diretório acadêmico sobre a reforma do ensino, sempre em debate na sociedade. Se há debate no meio acadêmico sobre este assunto, em Uberlândia, ocorre secretamente ou só para os raros. A sociedade local segue indiferente a este assunto, embora o tema seja de magna importância para o sucesso do Brasil no futuro. A primeira grande reforma do ensino nacional ocorreu no governo do marechal Castelo Branco. Naquela época o Governo introduziu a Educação Moral e Cívica nos cursos fundamental e médio acrescida de noções de formação funcionalista nas escolas superiores. Foi um golpe na cultura geral a começar pela dispensa do ensino de filosofia nos cursos colegiais. A ideologia era simples: “a massa precisa aprender a fazer, não a pensar”. O desastre foi enorme. Hoje a maioria dos jovens não tem interesse na crítica social ou cultural. Isto representa um perigo para o futuro de qualquer país. O resultado aparece claro, vivo, evidente no comportamento da sociedade: os livros produzidos por escritores nacionais são ignorados pela massa; a música popular brasileira nos dias atuais ou é cópia de péssima música estrangeira ou simplesmente tem sonoridade, desagradável ou com mensagens medíocres; há muito tempo não aparecem no Brasil, novos pintores, cujas obras mereçam discussões intelectuais ou atenção. A dramaturgia expressiva está concentrada nas novelas de TV e nos programas de auditório das emissoras de televisão. Estamos como que, mergulhados numa escuridão medieval na qual os valores culturais são irrelevantes. As principais livrarias nacionais já fecharam. As novas obras literárias nacionais são raras. Algumas manifestações culturais de representantes da massa social são ingênuas demais e, por isto, irrelevantes. É tempo de renascimento, tigrada. É hora de acordar!