Ivan Santos – Jornalista
Houve um tempo no Brasil que o desemprego assustava a população com mais de 40 anos. De uns tempos para cá o problema é maior entre os jovens. Pelo menos é isto o que se pode observar nas estatísticas divulgadas pelo IBGE. Em 2003, entre os jovens de 18 e 24 anos que batiam às portas do mercado de trabalho, 18% estavam sem ocupação. A taxa do desemprego entre os de maior idade era de 9,7%. Há um mês a empresa Gelre, especializada na contratação de mão-de-obra temporária divulgou dados de uma “Pesquisa por Amostra Domiciliar” que encomendou ao IBGE para conhecer a situação ocupacional dos jovens. O resultado não foi dos melhores. Diante do baixo crescimento econômico do País, nos últimos anos, em 2003 – ano de grande estagnação na economia – a situação apresentou-se bastante preocupante com uma taxa de desemprego de 20,5% entre os jovens de 18 a 24 anos. A pesquisa só levou em conta a condição de emprego nas áreas urbanas. O quadro mais alarmante foi no Sudeste. No Rio de Janeiro, que atingiu 24,7% e, em São Paulo, 21,2%. Em Minas Gerais foi 16,8%. Neste clima de desemprego o Governo fala em reativar o programa do “Programa do Primeiro Emprego” lançado na última administração do Lula. A pesquisa mostrou que 79,1% dos jovens empregados ganhavam entre 1 e 2 salários e destes apenas 55,7% frequentavam uma escola. O nível de escolaridade dos jovens brasileiros apresentou-se baixo. Outro estudo da Gelre e da Universidade Federal do Rio de Janeiro concluiu que a melhoria das condições sociais dos jovens no mercado de trabalho do Brasil não ocorrerá com Programas de Governo ou leis específicas. Este é um problema social maiúsculo que só se resolverá com eficaz escolaridade e com o surgimento de condições econômicas mais favoráveis à população de baixa renda. Esta é uma realidade elementar que não se modificará positivamente apenas com propostas políticas de ocasião.