Ivan Santos – Jornalista

Nenhum país terá segurança e bem-estar se grupos particulares se organizarem fora da lei para executar ações próprias do Estado em benefício da própria segurança.
Há menos que se modifique a Constituição do País, as ações de segurança para garantir a lei e a ordem são exclusivas do aparelho específico do Estado para esse fim.
Eu me lembro que quando Fernando Henrique Cardoso era presidente o goiano Iris Machado ministro da Justiça algns fazendeiros preocupados com invasões de terras produtivas por ativistas do MST decidiram criar uma instituição denominada Associação Nacional dos Produtores Rurais (Anpru) para defender as propriedades rurais com homens armados. O ministro d Justiça nada fez para deter ou orientar os fazendeiros.
Logo que Iris Rezende Deixou o Ministério, a Polícia Federal, proclamou a Anpru ilegal e deu o primeiro passo para enquadrar as empresas que se organizaram e contrataram guardas rurais para impedir a invasão de fazendas no Pontal do Paranapanema, em São Paulo.
Organizar milícias armadas é prática irregular, sem cobertura legal. E é um desafio aberto às autoridades constituídas. Infelizmente, por razões políticas e eleitorais, o Ministério da Justiça sob o comando da Iris Rezende, omitiu-se, os governadores enfiaram a cabeça na areia como faz o avestruz para esperar passar a tempestade. Enquanto isso, homens armados e treinados para a repressão procuram assumir o papel da polícia, por cima da lei e da justiça, nas ações contra os invasores de terras. A Polícia Federal chamou os responsáveis pelas empresas de segurança privada para prestarem depoimento e alertou à Bancada Ruralista no Congresso que neste país a lei precisa ser obedecida por todos e não somente por quem não tem apoio político ou dinheiro. Portanto, antes de tudo é preciso que os governadores e o Ministério da Justiça tomem providências para intervir e desmantelar a milícia rural criada pelos fazendeiros que temem os invasores de terras. Isto antes que estes também se organizassem militarmente, se armassem e partissem para o confronto.
O Movimento dos sem-terra no Brasil não é uma ação de marginais ou de foras-da-lei. Trata-se de um movimento organizado por cidadãos que se consideram marginalizados no processo social nacional. É, portanto, um problema social que carece de decisão política para ser resolvido e minorado, não de ação policial. Desta forma, guardas de segurança não impedirão invasões de terras mesmo que armados e militarmente treinados. Portanto, o governo precisa, com urgência, tomar providências para evitar um mar de sangue neste país. O movimento dos sem-terra é parte da ação daqueles que se consideram marginalizados. E poderá ficar mais difícil se receber a adesão de trabalhadores que foram expulsos do marcado de trabalho pela “globalização”. Portanto, é preciso acabar, de vez, com o movimento armado comandado por organizações como a nada saudosa Anpru para resolver uma questão que hoje no Brasil é social e não criminal.