Ivan Santos – Jornalista
Está difícil entender o que ocorre no Brasil a partir de informações dos manuais tradicionais de economia. O Banco Central controla os juros vigorosa e constantemente ao mesmo tempo em que a inflação permanece praticamente estagnada. Depois de vários meses de elevação da taxa de juros básicos da economia caiu um pouco. Pouco realmente. O último relatório Focus, do Banco Central divulgado revelou que desde o início deste ano, os agentes financeiros revisaram a previsão do IPCA em 2023
6,28%. Enquanto isto as estimativas para o crescimento do PIB em 2024 ficaram estacionadas em 3,6% em janeiro e 3,67% em abril. A observação dos economistas do Iedi (Instituto de Economia Dirigida) é de que a política monetária do Brasil é pouco eficiente para combater a inflação. Não é preciso ser economista para perceber que a nossa inflação é impulsionada em parte, por preços administrados pelo governo como os da energia elétrica, telefone, outras formas de comunicação e petróleo, sem falar nas ocorrências climáticas que influem nos preços dos alimentos. Os reajustes nesses setores pesam no bolso dos consumidores de deforma contundente. Somada essa situação a uma carga tributária de 36% do PIB e juros de mais de 19% ao mês, dá para entender que a classe média está fora do Paraíso. Qualquer dona-de-casa do Brasil, responsável pela administração do orçamento doméstico sente os efeitos dos planos de saúde, da conta de luz e da água, do preço da passagem de ônibus, da gasolina, do IPVA e até do cabeleireiro. A dona de casa sabe realmente porque não sobra dinheiro para gastos extras, teatro lazer no fim da semana ou do mês. A desaceleração do setor agrícola impulsionada por desaquecimento externo da economia já produz estragos nas indústrias de material agrícola e automobilística que desaceleram a produção e aumentam, o desemprego no Brasil. O bicho anda solto nos campos de Pindorama. É preciso caçar e abater o bicho senão ele pega todo mundinho no Brasil varonil.