Ivan Santos – Jornalista
A esquerda brasileira não é burra. É barulhenta e lírica. Os intelectuais da esquerda nacional precisam de motivação para mobilizar a massa ignara em direção a alguma coisa ou causa. Há pouco tempo a intelectualidade esquerdista do Brasil descobriu intenções imperialistas dos Estados Unidos no Projeto da Alca – Área de Livre Comércio das Américas – e mobilizou milhares de brasileiros e brasileiras contra esse tratado de livre comércio só de livre comércio. O governo brasileiro preferiu fortalecer o Mercosul que transformou-se numa pálida aliança aduaneira e procura mercados na Ásia e até na África para indicar aos Estados Unidos que é independente e tem autonomia para vôos solos. A esquerda nacional delirou e alertou: “os Estados Unidos querem esmagar o Brasil! Vamos cair fora!” O governo acreditou na esquerda e joga mal nas quatro linhas do temp.
Há poucos dias o Presidente Lula proclamou do alto do cenáculo que neste momento s aliança com o s EUA é assunto fora da agenda nacional.
Lindas palavras, se não forem trágicas as consequências.
O assessor internacional do Governo,
Celso Amorim, tentou consertar a declaração do Presidente, mas foi tarde. Os Estados Unidos se calaram e esperam por um tratado de livre comércio proposto pelo Brasil. Agora, países pobres da África procuram o acesso livre ao maior mercado do mundo e o Brasil vai ficar sonhando com as estrelas. O Brasil poderá ter que enfrentar barreiras alfandegárias para vender suco de laranja, aço, café e outros produtos no mercado de Tio Sam. Agora é cinzas. A esquerda continua delirando.
Talvez o Brasil de Lula consiga substituir o rico mercado norte americano, pelo ainda mais rico e promissor mercado angolano ou moçambicano; quem sabe o de El Salvador ou mesmo o venezuelano?