José C, Martelli – Advogado e Professor – Espírito Santo do Pinhal – SP
Pensei mil vezes se deveria ou não escrever e publicar esta crônica.
Afinal, se o fizesse, desnudaria de vez mais um pecado, dos inúmeros dos que já tenho, mas que busco enganar a mim mesmo, procurando sempre convencer-me de que não o tenho.
É o pecado da vaidade.
Como todos sabem a vaidade em si não é um pecado.
Mas quando ela é alardeada por nós mesmos, aí o fato que a originou perde sua validade e a torna, como escrevi, um pecado.
E por que estou escrevendo isto?
Porque, dia destes, recebi de um AMIGO (com letra maiúsculas, mesmo), dos poucos que ainda me restam, já que alguns eu perdi, ceifados que foram pela eternidade, recebi, como estava escrevendo, um e-mail, de um desses poucos que me restam, e que vou publicar, ao final desta crônica.
Vou fazê-lo sabe4ndo que isso me tornará um pecador, não apenas porque ele representou o supra sumo de “massagem no ego”, mas porque ele me deu, como está dando, a oportunidade de passar às minhas queridas leitoras e leitores, a oportunidade de instá-los a acessarem o link abaixo e, de per meio, fazer uma pequena propaganda de meus escritos.
De fato, se tiverem tempo pra ver e ouvir, se não todo o vídeo, pelo menos a pregação do Padre Léo (uns 40 minutos) vão verificar que, muito ao contrário, a vaidade pode estar inserida em nossos atos, em nosso modo de ser ou de agir, mesmo porque ela move nossas ações em direção às coisas do alto.
Não é sem razão que a última pregação do Padre Léo teve como tema “Buscai as coisas do alto”.
Padre Léo, para quem não sabe, foi o fundador da Comunidade Bethânia, entidade que acolhe, orienta e cuida de vítimas de drogas lícitas e ilícitas e a ela dedicou toda sua vida.
Voltando ao nosso tema central, outro efeito colateral da última pregação do Padre Léo, que ora sugiro a todos, foi o de me levar a uma profunda reflexão de que carimbo coloquei nas coisas de minha vida.
Ele ensina na sua derradeira peroração que, ao nascermos, Deus coloca à nossa disposição dois carimbos: um céu (coisas do alto) e outro inferno (coisas da terra). Cabe a nós escolher qual carimbo usar nas nossas ações terrenas.
Mas não é escolher o carimbo. É realmente transformar nossos atos, nossas ações em coisas do céu.
Como uso meu dinheiro? Posso carimbá-lo como coisas do céu?
E por aí vai: seus relacionamentos de amizade ou de amor, seu corpo, sua disponibilidade em servir ao próximo etc.. tudo pode ser carimbado e em tudo caberia qualquer um deles. Do céu ou do inferno, nos ensina o Padre Léo.
E aqui, ao fazer um retrospecto de minha longeva vida, vejo que a pautei, pelo menos em sua grande maioria, como coisas do céu.
Ao escrever esta crônica e publicar abaixo o e-mail de meu grande AMIGO, Professor José Honório Accarini, infelizmente tornei-me, irremediável e certamente, um vaidoso sem remédio, portanto, um grande pecador.
Segue o e-mail referido, que tomo a liberdade de publicar, já que em sendo a mim dirigido, dá-me o direito de fazer dele o uso que me aprouver.
Ei-lo:
“Sex, 03/11/2023 20:00
Meu fraternal Amigo José Clastode Martelli,
Li os mais recentes escritos em seu blog. Sempre deixo para fazê-lo numa hora em q estou menos ansioso. Foi o que fiz dias atrás. Como soe acontecer, vc dirá q “massageio seu ego”. Se quiser persistir nesse erro, nada posso fazer, mas a forma concisa, clara e plena de alma q vai em sua pena me apraz grandemente. É como também presenciar e reviver os momentos e episódios descritos em seus textos. Mais do q isso, pareço ver as pessoas neles referidas, tal é o carinho, amor e gratidão com os quais vc as emoldura. Isso somente conseguem aqueles que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir. E vc os têm pq consegue ser a semente q cai em terra boa, como referida na parábola do Semeador, do Evangelho de Mateus.
Diz um adágio cujo autor desconheço: somos um pouco das setas que disparamos. As q emanam dos textos de sua lavra mostram esse ser humano especial que VOCÊ é. Obrigado por repartir comigo e com todos os q têm o privilégio de lê-lo, a benfazeja sensação de que, com gestos, palavras e sobretudo com exemplos, se pode deixar este planetinha simpático um pouco melhor e aflorar o q de mais belo e edificante habita naquele cantinho recôndito e virtuoso da alma humana e q anda tão esquecido nos tempos de nossos dias.
Grande abraço.
Fica com Deus.”