Antônio Pereira – Jornalista e escritor – Uberlândia

Antes da 3ª/6º BC de Ipameri, Goiás, Uberlândia já tinha recebido outras corporações militares. Em 1917, fundou-se uma Linha de Tiro, cujo presidente era o professor Honório Guimarães. Depois, em 1918, criou-se o Tiro de Guerra 243, desativado em 5 de dezembro de 1961 e, em 1942, esteve por aqui uma Companhia Quadros.
Essas Companhias tinham por objetivo formar reservistas graduados (soldados de Fileira, Especialistas, Cabos e Sargentos) e estabelecer contato com a sociedade dos municípios onde se instalavam, mostrando o interesse dos praças graduados pelo desenvolvimento cívico dos jovens.
Havia várias Companhias Quadros, criadas pelo Comando do Exército que, atendendo as indicações dos Comandos Regionais, constituíam Companhias de Fuzileiros, de Metralhadoras etc.
Nossa Companhia Quadros chegou pelos vagões da Mogiana no dia 15 de abril de 1942. Os militares foram recebidos pelo Prefeito Municipal, Vasco Giffoni, nomeado pelo Interventor Benedito Valadares, autoridades, entidades de classe, várias pessoas. O comandante era o Primeiro Tenente Mário Ramos, mais um subtenente, um Primeiro Sargento, três Segundos Sargentos, onze Terceiros Sargentos e dez soldados.
Além das instruções normais dadas aos recrutas, e a formação de soldados especialistas, a Companhia mantinha cursos de formação de graduados (cabos e sargentos).
O prefeito e colaboradores das cidades circunvizinhas construíram as instalações necessárias para abrigar a unidade militar. Clarimundo Carneiro cedeu imensa área para instalar-se o quartel compreendendo trechos das avenidas Raulino Cotta Pacheco, Vasconcelos Costa, Belo Horizonte e da rua Mello Viana.
No dia 7 de julho de 1942, o tenente Mário Ramos fez a passagem de comando ao Capitão Rubens Ribeiro dos Santos. A cerimônia foi realizada na praça Clarimundo Carneiro em frente ao prédio da Câmara Municipal.
No dia 31 de agosto de 1942 pelo decreto 10.358, o Brasil se declarava em estado de guerra contra a Alemanha e a Itália.
As Companhias Quadros foram extintas e seus soldados retornaram aos Regimentos e Batalhões de origem.
Aqui, os militares da Companhia, antes de embarcarem pela Mogiana em retorno a Ouro Preto, desfilaram pela avenida Afonso Pena, em despedida, já sob o comando do capitão João da Cruz Albernaz.
Resultado de seu trabalho, a Companhia deixou na cidade, formados, 34 sargentos, vários cabos e soldados especialistas, num total acima de uma centena.

Fonte: Capitão Mailson José da Silva, jornais, Antônio P. Silva (Linha do Tempo).