Ivan Santos – Jornalista

A eleção para escolher o futuro prefeito que administrará a cidade de Uberlânda por quatro anos terminou no primeiro turno. O prefeito eleito vai, a partir de 1 de janeiro de 2025, governar o município. O eleito foi o vice-prefeito, Paulo Sérgio Ferreira, empresário e correligionário do prefeito.
Odelmo Leão que depois do prefeito Virgílio Galassi iniciou um modelo de administração municipal com poder político conquistado nas lutas classistas no Sindicato Rural de Uberlândia do qual foi presidente.
Do Sindicato Rural, Odelmo Leão conquistou uma cadeira na Câmara Federal sem o apoio dos caciques políticos da Arena local. Foi candidato a convite do vice presidente, Itamar Franco. O Partido era o PRN, obscuro, criado pelo candidato a presidente da República, Fernando Collor de Mello. Por ter sido um líder sindical lutador por melhoria para os produtores rurais, Odelmo teve apoio de vários sindicatos rurais em Minas e se elegeu deputado.
Na Câmara Federal, Odelmo Leão logo compreendeu o Código do Jogo Parlamentar e foi escolhido pelos companheiros da bancada para ser o líder. Liderou a bancada em fusão com outras legendas até se transformar em PP. Odelmo continuou líder. Na bancada ele liderava figuras de grande expressão política como o deputado Roberto Campos, que foi ministro da Economia e do Planejamento, o deputado Delfim Neto, comandante da Economa no Governo de Costa e Silva e o complicado deputado Jair Bolsonaro. Odelmo foi o líder que falava todas as semanas com o presidente Fernando Henrique e com os ministros da Economia para poder conduzir a bancada do Governo na Câmara que precisava aprovar reformas para desindexar a economia e fixar o Real como nova moeda. O trabalho duro foi garantir condições administrativas para derrubar uma inflação galopante de 70% ao mês – a maior que o Brasil já teve.
Depois de liderar a bancada por quase 10 anos na Câmara Federal, Odelmo Leão se elegeu prefeito de Uberlândia e cumpriu dois mandatos. Retornou à Câmara e depois à prefeitura. Como prefeito Odelmo montou uma equipe vigorosa e esperiente para administrar. Reiniciou o modelo de administração centralizada. Ele comandava tudo de dia e de noite. Não se afastou da Prefeitura nem para tirar férias ou visitar uma fazenda que tem no Estado de Tocantins. Depois de dois mandatos, Odelmo elegeu o sucessor, o vice-prefeito, um empresário que nunca se elegeu para um cargo público . Foi secretário e diretor do DMAE. Sabe administrar. Paulo Sérgio se elegeu com votos de Odelmo e da deputada Ana Paula. Conquistou o direito de administrar o Municipio, não o poder político. Este quem tem é Odelmo. Se Paulo Sérgio compreender esta realidade vai navegar sem tormentas durante quatro anos. Se decidir cantar como galo do terreiro poderá se engasgar ou quebrar o bico.