Gustavo Hoffay*
Foram-se as eleições e, além da aguardada paz e do silencio decorrentes do fim de campanhas que apelavam para estridentes alto-falantes, além de outros incomodantes assédios realizados em proveito único de candidatos diversos, agora é chegado o momento de (mais) reflexões e expectativas acerca do que teremos pela frente quanto à administração deste município. Passamos por fases distintas, principalmente no decorrer dos trinta dias que antecederam as eleições. Uma delas foi o já tradicional e infeliz período de acusações e comportamentos indevidos e que surgiram de ( e para quase ) todos os lados, o que causou grande espanto e frustrações entre uma considerável parcela de eleitores. Sim, um tsunami de ataques que infelizmente embotou a divulgação de propostas e programas para o desenvolvimento desse município e as soluções para grandes problemas que, muito infelizmente, ainda insistem em enervar uma considerável parcela da população desta que é a segunda maior cidade do segundo maior estado brasileiro – a nível de arrecadação de tributos diversos. Ao contrário de aproveitarem do seu tempo durante o horário gratuito de propaganda eleitoral, para buscarem de maneira positiva e gloriosa a conquista dos preciosos votos, o que vimos foram candidatos que preferiram enveredar pelos soturnos caminhos de julgamentos morais desfavoráveis em relação aos seus concorrentes, muito provavelmente pela escassez de pontos positivos que poderiam ter citado sobre si mesmos. Mas o lado bom desse viés foi o fato de que ocorrências que estariam ocultas ou mal explicadas vieram à tona, trazendo em seu rastro a ilusão ( ou a esperança) de que um tsunami moralizador possa ser lançado sobre a Câmara de Uberlândia, talvez ocupando corações e mentes diversos; sugeria-nos que tais acusações serviriam para expurgar a nossa sociedade de alguns políticos , tais aqueles vereadores que em passado recente infestaram a Câmara Municipal de Uberlândia e terminaram sendo expurgados ou melhor, encaminhados para o presídio Jacy de Assis, durante as operações denominadas “Má Impressão” e “ Poderoso Chefão”. Teríamos então, a partir da recente eleição, pessoas melhores capacitadas ocupando os cargos diretivos deste glorioso município. Diante do recente quadro de acusações e que rechearam as campanhas de um e outro candidato, houve quem aplaudisse a revelação de escândalos e mesmo alguns outros tumores que foram duramente lancetados. Depois veio a segunda fase das campanhas: a queda na real! Quaisquer que fossem as acusações e não poucas delas caindo ou sendo retomadas, restaram apenas aquelas que nenhum perigo representavam aos candidatos perante o corpo de jurados ou melhor: eleitores! Muito raramente, em toda a minha vida de votante, assisti em acusações contra candidatos políticos diversos, qualquer intuito honesto e sincero de tentativas de desmoralização da política mas, sim, algo como a uma briga pessoal e de foice, onde (quase) tudo era válido, até sucessivas ocorrências de cobiça que tentavam denegrir a honra de adversários. Em Uberlândia vi, sim, em algum e outro candidato, algo parecido a tratoristas eleitoreiros que, na sanha de se elegerem, não importavam quantos feridos ou ruínas ficassem pelo caminho. Resta agora rezarmos para que o povo uberlandense tenha sido de fato consciente no exato momento do voto e ciente de que esse não lhe pertence mas, sim, à coletividade da qual ele é partícipe. Agora, senhores vencedores….. ao trabalho e que, de acordo com ao menos algumas das mirabolantes promessas anunciadas durante as suas respectivas campanhas, estejamos todos aptos a viver na Dubai tupiniquim: mais creches, mais educação, melhor trânsito, mais segurança, mais escolas, mais saúde, mais oportunidades profissionais para todos, mais, mais, mais…..! Sim, conclamo a todos que, indiferente da pessoa que em breve vier a ocupar o trono do Palácio Administrativo, continuemos a viver em prol das nossas ilusões, enquanto criando relações e pensamentos que sirvam como a bálsamos para muito daquilo que está por vir e possa não ser do nosso agrado.
*Agente Social