Antonios Pereira – Jonalista e escritor – Uberlândia – MG

Certa feita fomos convidados pelo Celso Machado da ABC-Propaganda para compormos uma comissão julgadora de Festival de Música Sertaneja que estava acontecendo na Pousada do Rio Quente. Éramos o jornalista Luiz Fernando Quirino, o major do Exército Osmar Vaz de Melo, mais conhecido como “Maninho”, e eu.
Ficamos até o final das apresentações, demos nosso veredicto e devíamos pousar lá, mas o Quirino queria vir embora. Concordamos em voltar com ele e os organizadores da festa contrataram um táxi para nos trazer.
Vínhamos tranquilamente quando o Maninho percebeu que o taxista estava cambaleante, morrendo de sono. Tocou no seu ombro e ofereceu-se para levar o carro enquanto ele descansava. O motorista aceitou, passou para o lado e puxou aquela soneca gostosa.
Vínhamos tocando.
Entramos em Morrinhos. Na saída, um policial rodoviário interceptou-nos. O major encostou o carro e aguardou.
– Documentos.
O Maninho puxou dos seus papéis e apresentou-os. O soldado arregalou os olhos, olhou-o bem, olhou a plaquinha luminosa do táxi, perfilou-se, apresentou-se e perguntou:
– O senhor é Major do Exército?
– Sim, senhor, respondeu o Maninho.
O soldado surpreso, ficou um tanto calado, olhou para o Maninho e comentou sério:
– Puxa, major, as coisas por lá também não tão muito boa, não, hein?
Bom, daí o Maninho explicou que o motorista estava roncando ali de lado, que as coisas não estavam assim tão pretas…
– Ah! Bom…
Devolveu-lhe os documentos e tocamos em frente.