Marília Alves Cunha Educadora e escritora – Uberlândia – MG

Era 2018, véspera do 07 de setembro, quando Jair Messias Bolsonaro, candidato à Presidência da República, participava de uma grande e entusiasmada manifestação a favor de sua candidatura. De repente, aconteceu um golpe perpetrado contra ele: uma faca enterrada em suas entranhas por um indivíduo chamado Adélio Bispo. O caso foi encerrado rapidamente: um louco, um “lobo solitário”, nada a ver com coisa nenhuma. Atitude individual. Apesar de todos os antecedentes, todos os preparativos da odiosa tentativa de morte, nada foi esclarecido como se esperava. Brilhantes advogados se prontificaram a defender o pobre coitado e chegaram, ato contínuo, à cidade de Juiz de fora. Fizeram o serviço e após, embarcaram na sua nave espacial e sumiram do planeta. Muita gente generosa disposta a ajudar o pobre Adélio: chegaram a montar um álibi, sugerindo que, no momento do crime, constava seu nome no registro de presença no recinto da Câmara Federal. Assunto encerrado para as autoridades…

Era o início de uma feroz perseguição que rege os passos da política nacional até o presente momento. Nem é necessário enumerar as tentativas de incriminar o ex-presidente, algumas beirando ao ridículo ou bizarro. Seria um exercício repetitivo já conhecido pelos brasileiros que acompanham o desenrolar da nossa política.

Começaram tempos turbulentos, estranhos. As perguntas, as dúvidas, os questionamentos foram proibidos. Ficou fazendo parte da normalidade democrática soltar criminosos de qualquer categoria, inclusive os colarinhos brancos. E esvaziar completamente a operação Lava Jato, invertendo papéis, pondo em dúvida delações feitas, jogando por terra um processo que já tinha sido encerrado em 3 instâncias do poder judiciário. A letra da lei, no que toca à indicação de ministros supremos foi esquecida. Declarar a relatividade da própria democracia e quebrar preceitos constitucionais, estabelecidos por uma Assembleia Nacional Constituinte que trabalhou incessantemente e em 1988 promulgou a Lei Maior, tornou-se natural. Tudo em nome da proteção do estado democrático de direito.

Bem, chegamos em 2024. Coisas acontecem. O Partido dos Trabalhadores que se assenta no poder, sofreu flagrante derrota nas eleições municipais, prenúncio de outra que acontecerá em 2026, em eleições livres e transparentes. Trump, conservador, de direita, elege-se Presidente do país mais poderoso do mundo, enquanto Lula alinha-se a ditaduras e dá as mãos ao autoritarismo. E o mesmo, que já andava meio perdido no meio de tombos, lesões e hospital, perde-se ainda mais no emaranhado do G20, aquela reunião dos poderosos donos do mundo que nada farão para salvar o planeta, depois de bate papos chatos e discursos pouco estimulantes sobre meio ambiente. E, para completar o ciclo, Janja, cansada de ficar atoa na vida, inventa o “Janja Palooza”, ótima ocasião de presentear os amigos artistas com um cachê simbólico de 30 mil, dirige-se xulamente a Elon Musk ( até agora não entendi porquê), gasta milhões para transformar a zona portuária numa roda de samba para satisfazer suas necessidades festivas. Para completar e demonstrar seus ímpetos nada gentis ou compassivos, chama de “bestão” um pobre coitado que, movido talvez por desenganos ou desilusões, mendigo de atenção, morreu violentamente por explosão de fogos de artifício.
Para completar este festival de besteiras que assola o país e para lembrar que ainda existe vida inteligente aqui, leio o grande José Roberto Guzzo e só me resta repetí-lo em um trecho:
“A incompetência das investigações chegou ao ponto de trabalharem num caso durante dois anos e não levantarem prova alguma que fique de pé. Não há nada, pelo menos, que o STF tenha considerado suficiente, até agora, para prender Bolsonaro. Caso contrário é obvio que ele estaria na cadeia, não é mesmo? São dúvidas formalmente proibidas para o cidadão brasileiro. A democracia relativizada do Brasil estabeleceu que é proibido perguntar.”

Quanto a Bolsonaro , tudo está bem claro. São inúmeras as tentativas de eliminá-lo da vida política. Principalmente porque reconhecem seu poder, passaram a enxergá-lo. Não que ele seja perfeito, um gênio ou enviado de Deus. Simplesmente porque ele penetrou na alma do povo e transformou-se numa ideia. E esta ideia está permeada de coisas, como Democracia e Liberdade!

ERRATA

A Associação de Proteção Animal a qual me referi em texto da semana passada (ONG’s) não é AMIPA e sim APA. Peço desculpas pelo engano.
Marília Alves Cunha