Antônio Pereira – Jornalista e escritor – Uberlândia – MG

O agropecuarista Virgílio Galassi nasceu em São Paulo, no dia 7 de agosto de 1.923. Aos seis meses de idade veio para Uberabinha em companhia de seus pais, Francisco Galassi e Blanche Galassi. Estudou no Grupo Escolar Bueno Brandão e no Colégio Estadual. Seu primeiro trabalho foi na roça, em Araguari, num pequeno pedaço de terra, parte de herança familiar. Depois, aos 17 anos, foi plantar algodão em Capinópolis onde perdeu tudo pelas condições adversas da natureza. Trabalhou, ainda, no comércio de cereais. Em Uberlândia, trabalhou na Xarqueada Omega, de Nicomedes Alves dos Santos e João Naves de Ávila. Casou-se, aos 23 anos, com Maria Luiza Santos Galassi. Tiveram os filhos Regina, Rejane e Paulo.
Passou a dedicar-se ao comércio imobiliário com o sogro.
Em 1.962, por insistência do sogro, Nicomedes Alves dos Santos, candidatou-se à vereança, sendo o candidato mais votado da cidade. Assumiu, por isso, como era costume, a presidência da Casa. Antes de vencer seu mandato foi nomeado presidente do Instituto do Desenvolvimento Agrário (INDA), cargo que exerceu de 1.967 a 1.969.
Em 1.971, candidatou-se a Prefeito Municipal para um mandato tampão de 1.971 a 72. Foi eleito e sucedeu a Renato de Freitas. Em 1.976 novamente foi candidato e venceu as eleições para a gestão de 1.977 a 82. Sucedeu, outra vez, a Renato de Freitas. Em 1.986 foi eleito Deputado Federal Constituinte. Renunciou em 1.988 para candidatar-se a prefeito, mais uma vez e, de novo, foi eleito sucedendo a Zaire Rezende. No final desse governo, apoiou a candidatura de Paulo Ferolla e conseguiu eleger o seu sucessor. Ferolla criou a Secretaria do Desenvolvimento e entregou-a a Virgílio Galassi.
Em 1.996, Virgílio Galassi candidatou-se pela quarta vez e pela quarta vez foi eleito, inda que com muita dificuldade, concorrendo com outro ex-prefeito, Zaire Rezende. A diferença foi de apenas 700 votos.
Sua linha política foi rígida e fiel. Era udenista, partido pelo qual foi eleito no início de sua carreira política. Depois se passou para a ARENA, seguimento natural dos filiados à UDN e, por fim, ao PSD, que mantinha à época de sua filiação ligações com a extinta UDN. Seus modelos políticos foram, em sequência: Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Castelo Branco e Fernando Henrique Cardoso.
Virgílio Galassi era possuído do espírito de Uberlândia, ou seja, aquele sentimento que se apoia num passado de esforços e sonhos e projeta um futuro de qualidade e desenvolvimento para a cidade. Lutava num mundo de sonhos e de esperanças. Tinha, do político mineiro, a matreira capacidade de conquistar. De trazer o inimigo pra perto. De convencer. De espalhar amizade. Um feixe de carisma.
Suas atividades, suas realizações foram amplas.
Vereador, presidente da Câmara, prefeito quatro vezes, deputado federal constituinte, Secretário Municipal do Desenvolvimento, Diretor do INDA (INCRA), 2 vezes vice-diretor da FAEMG, presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, membro do Conselho Universitário da Universidade Federal de Uberlândia, membro do Conselho da ERMIG (CEMIG). Uma bela carreira política.
Deixou muitos feitos, mas, para sugerir a sua dimensão, citem-se apenas a criação do Parque do Sabiá, sua maior obra, de maior alcance social, sua ativa participação na fundação da Escola de Medicina, a construção dos estádios João Havelange e Airton Borges, a construção de milhares de casas populares, a construção do Centro Administrativo, a construção da avenida Rondon Pacheco, o asfaltamento da avenida João Naves de Ávila, o saneamento dos córregos da Lagoinha e de São Pedro, a Escola Agro Técnica, saneamentos, asfaltamentos, ampliações na Universidade. Com ele começou a instalação do 17º Batalhão da Polícia Militar, fez convênios para a ampliação do Distrito Industrial, ampliou a rede escolar e distribuiu milhares de bolsas para estudantes carentes. Instalou a estação de tratamento da água do Bom Jardim.
Seus méritos, suas condecorações foram inúmeras. Recebeu vários títulos de Cidadão Honorário de cidades vizinhas, e as Medalhas Alferes Joaquim José da Silva Xavier concedida pelo Comando Geral da Polícia Militar de Minas Gerais; Santos Dumont, pelo Ministério da Aeronáutica; Medalha do Pacificador, outorgada pelo Ministério do Exército.
Virgílio Galássi faleceu no dia 3 de janeiro de 2008, com 84 anos de idade. Padecia de câncer no pâncreas e foi acometido de uma pneumonia, agravando-se o seu estado. Deixou viúva, três filhos, netos e bisnetos.
Por Decreto Legislativo n. 212/2.000, foi declarado pela Câmara Municipal, “Prefeito do Século”, no dia 14 de agosto de 2.000 (Fontes: Jornais da época, Tito Teixeira).