Gustavo Hoffay- Agente Social Uberlândia-MG
Passados os feriados dos dias 02 e 20 de novembro, permitam-me uma breve reflexão a respeito de datas dedicadas a celebrações coletivas, a depender ou não da fé de cada brasileiro ou mesmo de algum festejo em razão da passagem de alguma data de destaque histórico. Desculpem-me a franqueza mas constato, pesarosamente, que tais dias em nada ou quase nada exprimem algo de valor a ser guardado ou comemorado por alguma parcela de religiosos ou trabalhadores beneficiados por feriados. Tais dias, penso, servem muito mais para o lazer e o descanso do que, propriamente, para comemorar a memória ou a santidade de alguém e quanto mais se emendados a algum sábado ou domingo, o que permite um ócio oficial e estendido ou, ainda, o “enforcamento” de uma Segunda ou Sexta-Feira. Não há quem discorde que prolongados períodos de inação por parte de milhões de brasileiros causam prejuízos consideráveis para os setores do Comércio e da Indústria. No caso especifico de comemorações religiosas, não seria melhor que as autoridades eclesiásticas estabelecessem o culto de algum feriado-santo no domingo imediatamente posterior ou à noite do mesmo dia e de forma a não tolher os negócios, o comércio e a produção dos bens e serviços até mesmo dos próprios fiéis? Entendo perfeitamente que esta minha opinião pode chocar não poucos católicos tradicionais, conservadores, pragmáticos mesmo, mas seria indispensável que nos dias atuais fizesse-se uma análise crítica diante dos prejuízos causados por tantos feriados e o que, imagino, acarretam mais danos que benefícios à população em geral. Além de católico já fui diretor de uma entidade religiosa com fins terapêuticos, ministro da eucaristia e colaborador em eventos promovidos pela minha igreja mas, ainda assim, continuo a crer que não pode ser imposto à comunidade em geral o que deve ser guardado apenas em função da fé de uma parcela da população. Dar um fim à guarda de dias santos no meio de semana poderia, inclusive, separar com maior clareza quem é de fato católico daqueles que se dizem católicos, visto que o culto a determinado(a) santo(a) pode perfeitamente ser feito no recesso do lar e na companhia dos familiares. Apenas no ano passado, segundo a Confederação Nacional do Comércio, o setor varejista teve um prejuízo de aproximadamente 29 bilhões de reais e para este ano de 2.024 a estimativa é que o dano chegue perto desse valor. .Tenho consciência de que o assunto em pauta é polêmico, mas ao menos deveria gerar saudáveis discussões a partir de uma corajosa iniciativa parlamentar e a qual, certamente, seria abraçada pela grande maioria de empresários dos ramos de comércio, indústria e serviços e exceto, é claro, aqueles que dedicam-se às atividades turísticas.