Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

O problema não é envelhecer, mas sim, não estar aproveitando os dias que temos disponíveis em nossas vidas ao longo de nossa existência. Temos sempre a impressão de que o tempo está passando rápido demais, porém, não nos damos conta de que são milhares de dias vividos. Dias que precisam ser aproveitados com a máxima intensidade, com amor e da melhor forma possível.
Não existe tempo errado, não existe passado, o presente é o que temos de palpável ao nosso dispor, cabe a nós vivê-lo em sua plenitude, deixando marcas indeléveis que serão lembradas com saudade ou não no futuro.
Passamos por essa trajetória como se fosse uma longa viagem de trem. Com tranquilidade, às vezes com paradas bruscas, conhecendo centenas de pessoas que sentam ao seu lado, outras ficam em outros vagões da vida. E com o passar desta viagem vamos percebendo que muitos dos passageiros que gostamos descem em estações ao longo do percurso sem nos dizer adeus.
É a viagem da vida, quanto mais e melhor a curtirmos, melhor iremos aproveitar seu tempo. E conseguiremos fazer amizades para que tenhamos o desfecho da passagem nesta dimensão.
Se levarmos ao pé da letra, recebemos a passagem sem saber quem serão nossos companheiros de viagem, familiares, amigos, pessoas estranhas que irão entrar nos vagões e desfrutar, ou não, da nossa amizade. Alguns, nem iremos sentir falta, ficarão pelas estações da vida. Outros estarão ao nosso lado o tempo inteiro.
A natureza nos ensina sobre ciclos: estações que mudam, marés que fluem e refluxam, o nascer e o pôr do sol. Assim como na natureza, a vida também tem seus próprios ritmos. Há tempos de semear e tempos de colher, tempos de plantar e tempos de deixar crescer. Nem tudo acontece no nosso tempo, e aprender a respeitar esses ciclos pode trazer mais serenidade.
Em vez de esperar o “tempo certo” como algo predestinado, podemos encarar o tempo como algo que construímos com nossas escolhas e ações. Oportunidades podem surgir a qualquer momento, e cabe a nós identificá-las e aproveitá-las. Como disse o filósofo Sêneca: “Não existe vento favorável para o marinheiro que não sabe para onde ir”. Ter clareza sobre nossos objetivos e valores nos ajuda a navegar pelas diferentes fases da vida.
O único tempo que realmente temos é o presente. O passado já foi e o futuro ainda não chegou. Viver o presente com intensidade e presença nos permite aproveitar as pequenas alegrias e aprendizados do dia a dia. Como disse Mario Quintana em seu poema “O Tempo”: “O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo…”. Valorizar o presente é uma forma de honrar nossa própria história e construir um futuro mais significativo.