“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade!”
Marília Alves cunha Educadora e escritora – Uberlândia – MG
Repito nesta página, abaixo, uma fala de Lula, retirada da internet, “ipsis litteris”:
“Eu acho que a gente está terminando o ano de uma forma excepcional. Não poderia existir nenhum cientista político, nenhum analista político que imaginasse que a gente fosse chegar ao final do ano numa situação promissora que nós estamos chegando.
É uma situação bonita, o povo mais alegre, o povo com mais esperança, O Brasil está crescendo, o desemprego caindo, o salário aumentando, os preços abaixando, o Brasil voltando a ser respeitado no mundo. Tudo isto é uma coisa muito prazerosa para quem herdou o país que eu herdei, destroçado.
Eu estabeleci com a Janja uma política de convivência que pode ser duradoura se a gente souber lidar com isto. A Janja me passa confiança, ela me passa certeza, ela dá palpite, ela fala, ela dá conselho. É importante você ter alguém com quem compartilhar. Deus sempre foi muito generoso comigo, me dar a Janja foi muito generoso…”
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Queríamos muito, que o Brasil estivesse esta maravilha cantada e decantada pelo senhor. Queríamos mesmo estar tranquilos politicamente, sem exilados, sem presos políticos, sem pessoas perseguidas diuturnamente e sem tréguas por coisas que nem existem ou só existem na fértil imaginação de gente criativa. Sem impostos escorchantes, gastança absurda e nenhuma realização. Sem pontes caídas, criminalidade exorbitando, povo sofrendo a falta de políticas importantes ao seu bem estar e corrupção irrompendo de novo, deixando desconsolo e revolta aos que pensaram tê-la vencido, um dia… Como acreditar em quem fala em democracia, mas a considera relativa e inabalada? Democracia não necessita de adjetivos, é democracia e apenas…
Ansiamos por sentir que existe igualdade no tratamento entre pessoas de diversos espectros políticos, por enxergarem que a democracia não pode ser guiada por um só pensamento, mas por um conjunto de ideias que não degenerem em tiranias. Por enxergarem que a democracia exige oposição e debate de ideias, alternância de poder e, havendo democracia, pensamentos e ideias distintas podem coexistir num mesmo país ao mesmo tempo. Como acreditar em quem fala em democracia mas a adjetiva, considerando-a relativa e inabalada? Democracia não aperta a mão, elogia e defende as maiores ditaduras do mundo. Aguardamos ansiosos a volta de um tempo em que uma bíblia não seja instrumento de guerra e um batom, perigosa arma altamente inflamável. Que o governo não use o seu poder para apequenar as instituições ou para deixar que alguma instituição o apequene.
Queremos ardentemente, senhor Lula que a Constituição Federal seja severamente respeitada, esta Constituição que é a reserva de direitos e deveres inalienáveis que devem se impor ao país, em todos os aspectos. Respeitada a CF, da qual emanam todas as leis, todo o arcabouço jurídico, muitos problemas que hoje afetam o país estariam resolvidos. Registro alguns importantíssimos, como a liberdade de expressão, a imunidade parlamentar, o direito ao devido processo legal, o direito à legitima defesa e o respeito a todos os princípios inerentes à dignidade e liberdade da pessoa humana.
E Senhor Lula, com todo o respeito, em que mundo está vivendo? Como pode alguém, na sua posição, estar tão alheado e fora da realidade? A fala que transcrevi não reflete em nada a realidade. O Brasil não vai bem, senhor presidente. Caminhamos por um terreno perigoso que pode descambar para um futuro incerto e mal sabido. Nada vai bem, como o senhor descreveu: o povo não está alegre, nem esperançoso, a crise econômica já se mostra e o pior se avizinha. Se o governo continuar com a mesma política econômica nas mãos de quem já demonstrou nada saber de economia e de outros que ocupam altos cargos sem nada saber de direitos humanos, educação, saúde, desenvolvimento cultural, meio ambiente e etc. a coisa certamente vai piorar e muito; estamos literalmente perdidos num mar de erros, incompreensão e incertezas. A impressão que temos, forte,
é que temos ministérios super populosos, paralisados ou somente cometendo erros, o que impacta profundamente a vida nacional.
A única coisa que acertou na sua fala foi o que diz respeito a sua esposa. Foi o que diz respeito a seu relacionamento com Janja e a seu agradecimento a Deus por ser tão generoso por lhe dar esta companheira. Mas, infelizmente, sentimentos da vida pessoal não devem se confundir com a vida funcional de um presidente da república, responsável por conduzir um país tão grandioso como o Brasil. Os problemas, as soluções, os posicionamentos, têm que ser enfrentados e encarados por pessoas que têm competência, experiência e autoridade legal para isto. Que ela seja a esposa fiel e amorosa, mas que encare com firmeza seu papel de primeira dama, que nada tem a ver com o que em sido feito até agora. Caso ela o esteja aconselhando é melhor que o senhor mude de conselheiro…
Desejamos ao senhor muita saúde, muita energia e muito bom senso para conduzir este país. A pior atitude do mundo é não assumir culpas, é fantasiar a realidade e não enxergar as falhas que estão claras e límpidas, para todo mundo ver. É não reconhecer os erros e, não os reconhecendo, não ter interesse em corrigi-los. Não é possível mais ver o país sendo conduzido à miséria econômica, moral intelectual, social. É sumamente difícil assistir esta derrocada, ver o nosso país virar um pária internacional, arrastado ao sabor das correntes sem que nada possamos fazer.
Faça um esforço para se esquecer de outros governos e presidentes, preste atenção ao seu governo. Tenha em vista as necessidades, os problemas e soluções que possam redundar em coisas boas para nós brasileiros, que ansiamos apenas por paz e pelo dia a dia, com nosso trabalho, alegrias e preocupações rotineiras, sem tormentas e acontecimentos que abalem nossas estruturas de povo calmo e pacífico e nos faça desesperançar. Esqueça de alimentar apenas um projeto de poder que não mais tem sentido no mundo de hoje e soa contrário a princípios que erigimos como bons e verdadeiros. Soluções inteligentes e melhores para os nossos variados problemas existem. Basta persegui-las com tenacidade e prudência, tendo em primeiro lugar a capacidade e humildade de reconhecer erros e cultivar uma vontade férrea de fazer o melhor para o nosso país e o nosso povo. A continuar do jeito que está, o colapso será inevitável. Infelizmente!