Gustavo Hoffay – Agente Social – Uberlândia – MG
De repente tornou-se mais presente, disgestiva, colorida, saborosa e mesmo surpreendente para a grande maioria dos brasileiros, a atuação do meritíssimo e digníssimo juiz do Supremo Tribunal Federal dr. Flávio Dino, se considerando as suas recentes e salutares decisões quanto a retenção de parte bilionárias emendas que, certamente, beneficiariam e facilitariam sobremaneira a vida política de congressistas frente aqueles a quem tratam por aliados e afilhados: os prefeitos e seus asseclas que, por sua vez, nutrem ong’s diversas e por todo o país em troca de favorecimentos políticos futuros. Retenção, aquela, recheada até à tampa por objeções que se fazem imprescindíveis e pertinentes para que se exerça uma justa e honrosa distribuição de verbas a todos os destinatários de direito, dando fim ou ao menos evitando abusos e sinistros a partir de políticos medíocres; aliás como foi o caso que originou o infeliz e famigerado escândalo dos “Anões do Orçamento” (1.993), que tornou-se no mais clássico caso de corrupção a partir de emendas destinadas às bases eleitorais de políticos então envolvidos e que, segundo apurou-se, desvios de verbas eram acertados por emendas via Comissão Mista do Orçamento e da qual fizeram parte alguns ilustres deputados federais, posteriormente julgados e cassados.Apurou-se também casos de deputados federais que cobravam propina para a liberação de emendas que beneficiavam poderosos grupos empresariais. A partir de agora as tais emendas passam a ser monitoradas e coordenadas com o rigor necessário para torná-las moralmente estruturadas, dinâmicas e de grande importância para os municípios a que se destinam, de modo a lograr-se êxito a partir de uma necessária transparência e baseada na força e no trabalho atinentes à vida em sociedade. Entendo que a política no Brasil e dada à diversidade e quantidade de problemas a serem resolvidos, não é fácil de ser praticada e de maneira a atingir fielmente a finalidade positiva a que se destina mas, francamente, sabemos, sem disciplina não se chega a lugar nenhum . E a retenção de emendas do orçamento a partir da decisão do ministro Flavio Dino, servirá também para casos futuros e no sentido de diminuir ( e muito) a sanha de políticos que, antes de fazerem promessas aos seus redutos eleitorais, esforcem-se por reconhecer e viver cada vez mais a genuína política, pois a sua ignorância em relação ao seu trabalho nas assembléias do povo poderá fazer do seu mandato algo muito abaixo da média daquilo que dele se espera. Politizar com dinheiro em caixa é muito bom e fácil, mas fazer política com dinheiro rastreado e restrito é para poucos; há que ter-se inteligência acima da média e prudência transbordante, confronto de idéias e diálogos constantes em prol da justiça social e de um desenvolvimento pautado pela moralidade e sem qualquer evidencia de beneficiamento a qualquer pessoa…..física ou jurídica! E essa sabedoria, sabemos, é um estado de consciência raso ou em falta entre a maioria dos políticos brasileiros.