“Não importa quantas vezes uma cobra troca de pele, ela ainda será uma cobra. Pense nisto antes de permitir que certas pessoas voltem livremente para suas vidas.”
Marília Alves cunha
Todo político ama a popularidade, a sensação de que o povo o aceita, que abre os braços para recebê-lo, aquele prazer de andar pelas ruas da cidade e sentir a vibração boa e energética de uma população que anseia, às vezes, dizer apenas com os olhos e com o aplauso: gosto de você, estamos juntos. Coisa muito diferente do populismo, nada forçado, tudo espontâneo. E muito difícil de se ver hoje em dia, quando os políticos e suas ações ficam mais visíveis, graças às redes sociais que dificultam o esconder malfeitos.
Lula foi um líder popular, tinha melhores condições de lidar com o povo, sentir-se acolhido em suas andanças. Hoje sua desaprovação beira os 60% de acordo com algumas pesquisas de opinião e sua popularidade despenca notavelmente. Do começo de seu terceiro mandato até o momento, foi o governo de uma infinidade notável de erros que condizem com a qualidade de sua imagem perante o povo, caindo em queda livre. Lula sentiu a derrocada, apesar da presunção, a ponto de achar que faça o que fizer será sempre a representação do amor, do pai dos pobres, da alma mais honesta do mundo. As cidades o recebem com frieza, mesmo as palmas de seus fiéis correligionários estão flácidas, amiudadas, carentes de vibração, quase apagadas…E Lula percebe, seria muito difícil que não se atentasse para o fato de que a probabilidade de um 4º. Mandato a cada dia se escasseia.
Fazer o que, então? Mudar o rumo da trajetória? Procurar governar melhor? Gastar menos e com mais proveito para o povo? Enxugar a máquina pública? Parar de aparelhar o Estado com gente ineficiente, sem recursos técnicos para bem desempenhar seu papel? Tirar a cabeça esta ideia maluca que gastar muito e irresponsavelmente é bom para o Brasil?
Não! Nada disto! Isto tudo é balela, conversa de conservadores que nada entendem do assunto. Chamemos o Sidônio para imprimir à campanha eleitoral (já iniciada, só o Tribunal eleitoral não viu) um novo ritmo .É preciso reverter a impopularidade de Lula. Afinal, o governo está indo de bom a melhor, a comunicação é que está errada. É preciso mudar isto. Como dizia o nosso saudoso Chacrinha “quem não comunica se estrumbica”. Bem, até o momento o Sidônio vem errando nesta magia da comunicação. Quem viu a propaganda do Leãozinho do IR junto com a Ministra Macaé fazendo maldades com o precioso marketing, transformando tudo numa palhaçada de mau gosto sabe do que estou falando. E o pior: será que os mais de 3 bilhões que Lula pretende gastar em campanhas publicitárias este ano, alimentarão este tipo de acinte ao povo brasileiro?
Lula não precisa de publicidade, nenhum governo precisa de publicidade, exaltação a seus próprios feitos. O governo não tem concorrentes… Basta fazer as coisas necessárias de maneira correta, com muita seriedade e que vão melhorar a vida das pessoas como um todo, melhorar o Brasil. Planejar, realizar, entregar obras importantes não pela sua magnitude e opulência, mas obras que não podem esperar, tal a sua necessidade, tal a importância que terão na qualidade de vida dos brasileiros. Pacifique este país em estado de permanente tensão e disputa, desde que os grandes poderes da república esqueceram-se de procurar na CF, nos seus princípios e fundamentos, a medida verdadeira para o estabelecimento da justiça. Fique ao lado do povo presidente, não com atitudes e falas bisonhas. Foi o povo que o elegeu, não foi? Foi o povo que acreditou que daria certo, não foi? Cai fora deste beija-mão nojento estabelecido entre justiça, executivo e legislativo. Não adianta gastar o nosso dinheiro (mais de 3 bilhões, já pensaram?)para adquirir a popularidade perdida. As cabeças mudaram presidente, as cabeças evoluíram… Evolua também! Mudar de atitude sim, é o recomeço.
Listei, em meu rascunho, 25 erros que o governo vem cometendo assiduamente. Não vou colocá-los todos aqui, pois transformaria este texto numa coisa chata e que todos já conhecem, afetos que estão à política que se estabeleceu no país. Cito três que considero de máxima importância:
*Apelidar o Agro Negócio de fascista e nazista. O esteio da economia nacional deve ser tratado com o respeito que merece. Apele para o diálogo e bom senso para resolver problemas e nunca se esqueça, que em momentos difíceis, estes “nazi- fascistas” salvaram a situação com muito empenho e trabalho.
*Com a segurança pública beirando o caos, não tome e não permita atitudes a favor do crime e dos criminosos. A sociedade brasileira já está bastante onerada e sofrida com a violência cada vez maior que se instala neste país. Perdemos muitos pontos quando o país se vê tomado pelo crime e pela impunidade.
*Tenha excessivo cuidado quando nomear pessoas para integrar seu time no governo. Precisamos de gente que esteja disposta a trabalhar e que seja capacitado para exercer a função. Estamos cansados de pagar a ineficiência, o descompromisso e, por que não dizer, a política rasteira que se faz, aparelhando o Estado com excesso de gente e falta de inteligência. O Brasil parou por falta de combustível… Não adianta gastar em publicidade e deixar continuar as coisas como estão, no mais completo desgoverno!
*Nem só de assistencialismo pode viver um povo. Chega uma hora em que não mais será suficiente o esparramar bondades que apenas tornarão o país menor e as pessoas menos dotadas de liberdade e cidadania. E, por favor, desista de calar o povo através de regulação das redes sociais. Respeite a Constituição amplamente difundida, no tocante à liberdade de expressão que não põe limites a este direito. Silenciar um povo, expô-lo à censura não é próprio às verdadeiras democracias.
*Estamos atentos, nós brasileiros! Uma fumacinha de corrupção começa a aparecer no horizonte e dizem que onde há fumaça há fogo. Penso que não existe um brasileiro, seja de esquerda, centro, direita ou os que se julgam isentos a favor da corrupção, a não ser os que estão locupletando-se com ela. Não podemos mais aceitar que o monstro que nos aniquila moral e economicamente, tome assento definitivo neste ou em qualquer governo. A corrupção, vista sob qualquer aspecto é uma vergonha para a nação.