Marília Alves Cunha – Educadora e escritora – Uberlândia – MG
Vamos encarar a verdade?
“Toda intervenção do governo cria novos problemas sem resolver os antigos. Quando houver uma aparente falta de oferta pra suprir uma demanda, olhe para o Estado e encontrará o problema.”
(Murray Rothbard
Enquanto nos ocupamos da deselegância de Janja, seu comportamento imaturo, suas atitudes “nouveau riche” nos gastos com o dinheiro público e no deslumbre, o Brasil perde completamente o rumo. Vive novamente um caos, com base no desrespeito à nossa Constituição, num presidente que chegou no limite da inconsequência e com poderes que funcionam demais ou funcionam de menos, dependendo dos interesses. E cada vez pior fica!
O Brasil está quebrado ou em vias de… Atualmente, pela fala de economistas e pessoas entendidas no assunto, o dinheiro sumiu, num carnaval de incompetência, escândalos, gestão irresponsável e desrespeito total ao teto de gastos. Algumas coisas nos mostram isto:
O valor do piso salarial dos professores do ensino fundamental, num regime de 24 h semanais é de R$ 2.920,66. Alguns (poucos) estados pagam mais que isto. Todo mundo reconhece que é pouco, muito pouco, dada a importância da profissão. Mas se perguntarmos aos governos por que não pagam mais, dirão que não há dinheiro… No Japão, por exemplo, o trabalho dos professores é muito respeitado. Reza a lenda que os mestres são os únicos profissionais que não precisam curvar-se ante o imperador. Sem professor não há imperador, visto serem responsáveis pela formação dos demais profissionais.
Na próxima campanha eleitoral a educação será o principal mote dos políticos, em discursos cheios de promessas e ilusões temporárias. A desculpa é sempre a mesma: O Brasil não tem condições de pagar melhor seus professores e esta é uma das causas da desvalorização da educação como um todo, de perdermos a esperança num país desenvolvido e de sucesso. Promessas virão, sem dúvida, como sempre…
O famoso “Correios” está com um prejuízo recorde de R$3,5 bilhões, o maior da história da estatal. E há alertas para o perigo de insolvência. O presidente e seu Ministro da Fazenda não assumem os erros. Se existe negacionismo no país, provém do próprio governo que tenta sempre jogar a culpa nos ombros dos outros, não assumindo os próprios erros e tentando driblar a boa fé dos cidadãos. O alerta de insolvência revela o risco de os correios quebrarem e haver necessidade de resgates do Tesouro Nacional. Quem vai pagar esta conta? Adivinhem… O funcionalismo da empresa já sente na carne o problema, já que os Fundos de Pensão não estão cobrindo as despesas dos Planos de Saúde. Ficar ao Deus dará, será possível? Aliás, a história não vai parar nos Correios. Várias estatais estão deficitárias. O déficit em 2024 chegava a mais de R$7 bilhões. Putz!
De acordo com o Ministro do TCU, Augusto Nardes, O Brasil está indo à falência, caminhando a passos largos para o colapso. Cinquenta e seis por cento do que se arrecada no país (de altos impostos) está sendo empregado para pagar a Previdência Social. Não podemos admitir como vitória o assistencialismo que, cada vez mais, aumenta a dependência das pessoas ao Estado e serve como bandeira eleitoral para angariar votos. Cidadania conquistamos dotando as pessoas de boa educação e boas oportunidades de trabalho. Sinceramente, sinto-me envergonhada de viver num país em que o governo acha que é necessário dar dinheiro aos jovens para que sintam-se motivados as estudar. A motivação deveria ser outra, bem diferente. E o pior é que, depois de começadas estas assistências não há como parar. Vira “revolução” e o povo sente-se lesado, pois acaba pensando a assistência não como um auxílio temporário e sim, como obrigação do governo, seu direito…
Em contraponto a tudo isto, nesse país estranho que dizem quebrado(para alguns), enquanto para outros o sortilégio brilha:
Regime de urgência na Câmara Federal para votar o seguinte assunto: com apoio do Lula o STF quer ampliar o número de gratificações salariais dos assessores dos Ministros que já recebem gordos salários, muito, muito mais do que pobres mortais. Propõem um aumento substancial para as funções gratificadas, passando para R$ 3 mil reis. Justificativa: Aumentando os benefícios haverá mais interesse e possibilidade de retenção nos cargos dos melhores assessores. Ah! Tivessem este pensamento no caso dos professores…
Os Correios, como já disse, sofrem o efeito catastrófico de um desgoverno e está com prejuízo recorde, à beira da falência. Mas, mesmo assim, o Brasil não pode parar no seu programa de assistência a artistas necessitados. Agora foi a vez de Gilberto Gil, que faz uma turnê pelo Brasil mostrando a sua arte, abocanhar R$ 4milhões. E o melhor é que o próprio Correio está patrocinando esta turnê! Milagre? E o governo federal gasta uma quantia estratosférica bilionária numa tal de COP-30, 30ª. Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. É inacreditável a fortuna que estamos pagando para mais um regabofe e lero-lero sobre mudanças climáticas… Bem, disto e outras coisas que urgem encarar, conversamos no próximo.