Ivan Santos – Jornalista

Os tempos modernos são surpreendentes para muitas pessoas como este escriba e podem revelar comportamento coletivo imprevisível. Há meses os jornais nacionais divulgaram esta informação: “Uma bela biblioteca digital desenvolvida em software livre está prestes a ser desativada por falta de acessos”. É verdade. Nessa biblioteca, quem quiser, pode conhecer gratuitamente as pinturas de Leonardo da Vinci, escutar Mozart e, MP3. Ler obras de Machado de Assis ou a Divina Comédia de Dante Alighieri, além de ter acesso as melhores histórias e vídeos da TV Escola.
Esta biblioteca existe, sim. Foi montada pelo Ministério da Educação. Para chegar a este templo da cultura humana basta visitar o site www.dominiopublico.com.br Estão à disposição de quem quiser, 732 obras clássicas da literatura mundial e nacional. Pois bem. Este valioso tesouro cultural pode desaparecer por absoluto desinteresse dos brasileiros.
Praticamente quase ninguém se dá o trabalho de “visitar” esta biblioteca. O número de acessos a ela é insignificante. Os estudantes modernos não se interessam por literatura, ouvir música clássica ou conhecer obras de grandes escritores ou pintores nem de escultores nacionais ou internacionais. Colados diariamente em programas de relacionamento na internet muitos brasileiros desprezam a cultura clássica e preferem as fofocas twitteanas ou Big Brother.
Hoje a tecnologia pode levar parte da humanidade para um obscurantismo semelhante ao da Idade Média. Rara são as pessoas que sabem hoje o que significou para a cultura ocidental a Travessia do Riacho Rubicão por Júlio César. Muitos humanos modernos não sabem se existiu Rubicão nem quem o atravessou para conquistar. Roma. Na história a travessia do Rubicão passou a significar uma decisão arriscada de maneira irrevogável, sem volta.