Pesquisadores buscam propriedades antivirais presentes na saliva para prevenir que pessoas sejam infectadas
O projeto foi selecionado no Programa de Combate a Epidemias da Capes (Foto: Pixabay)
Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, procuram moléculas que impeçam a entrada do coronavírus nas células. A ideia é encontrar propriedades na saliva que bloqueiem o agente causador da COVID-19, diminuindo a transmissibilidade do vírus. O projeto foi selecionado no Programa de Combate a Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Robinson Sabino [docente do Instituto de Ciências Biomédicas (ICBim/UFU)], coordenador do projeto, afirma que a pesquisa foi idealizada ao observar as outras linhas adotadas ao redor do mundo, em várias frentes, para o combate à pandemia. “Vimos que havia trabalhos da ciência em busca de vacinas, novos fármacos e melhoras no diagnóstico. O que achamos que estava faltando? Moléculas que pudessem prevenir as pessoas de pegar a doença”, afirma.
A linha de trabalho, explica Sabino, envolve a coleta de saliva. O estudo está em fase de testes, com a seleção e síntese de proteínas com capacidade antiviral e baixa citotoxicidade (uma das características do vírus corona, afinal, é a denominada “tempestade de citocinas”). O objetivo é impedir que o vírus atue, ou seja, o público-alvo é composto por pessoas ainda não infectadas.
O pesquisador cita a situação do profissional que coleta a secreção nasal, para testes PCR, para ilustrar a importância do estudo. “Mesmo com máscara e proteção, esse trabalhador está exposto. Nossa ideia é formar uma espécie de barreira biológica contra o vírus, uma última camada depois das barreiras físicas”, conclui.
Programa Combate a Epidemias
É um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de pessoal de alto nível para enfrentar a pandemia da COVID-19 e temas relacionados a endemias e epidemias, no âmbito dos programas de pós-graduação de mestrado e doutorado do País. O Programa está estruturado em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.
Em três editais, 109 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos foram selecionados, com o envolvimento de mais de 1.300 pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras. Os projetos vão estudar temas relacionados a Epidemias, Fármacos e Imunologia e Telemedicina e Análise de dados Médicos.