Ivan Santos*

Por unanimidade os diretores da Anvisa- Agência Nacional de Vigilância Sanitária – aprovaram ontem, para uso emergencial, as vacinas Coronavac (chinesa) distribuída pelo Instituto Butantã de São Paulo e a da Universidade de Oxford e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro. Minutos depois da notícia, o politiqueiro governador de São Paulo, João Dória, divulgou para o Brasil a vacinação de uma enfermeira apresentada por ele como a primeira brasileira a ser vacinada no Brasil.
A politicagem do presidente Capitão Mito Bolsonaro e do governador Dória, durante a atual crise sanitária nacional é maiúscula. Politicagem de politiqueiros da politiquice e da politicalha.
A realidade nua e crua em torno das vacinas é a seguinte: no Brasil só há 6 milhões de doses da Vacina Coronavac aprovadas pela Anvisa. O Butantã tem ao todo 12 milhões importadas da China com recursos do povo paulista. Não há vacinas da Universidade de Oxford e da Fiocruz anunciadas pelo governo federal. O Ministério da Saúde importaria 2 milhões da vacina de Oxford produzida num laboratório da Índia, mas esta iniciativa gorou. O governo da Índia, que já começou a vacinar o povo de lá, cuja população é seis vezes maior do que a do Brasil (1,3 bilhão de habitantes) não deixou sair nenhum imunizante daquele país. O Ministério da Saúde não tem onde comprar porque hoje não há no mundo vacina para pronta entrega.
O que é preciso é cessar a politicagem. O governo federal dormiu no ponto. Ficou discutindo se a pandemia era uma gripezinha ou não e não encomendou vacinas. Os laboratórios produtores receberam pedidos de todos os países do mundo e o Brasil agora tem que se virar com os próprios meios. Então não é hora de discutir se o vírus é chinês, dinamarquês, ou de outro planeta. A saída é vacinar o povo. O Brasil tem duas grandes instituições centenários (Fiocruz e Butantã), com experiência reconhecida em todo o mundo na produção de vacinas. Então a saída é mandar a Fiocruz e o Butantã trabalharem dia e noite. As autoridades devem abandonar a prosopopeia política. É preciso produzir vacinas dia e noite. Produzir e vacinar a população para que a crise sanitária cesse e o País não fique patinando num brejo imenso. A economia está a parar; a população está assustada. Prisão domiciliar coletiva não dá mais. A hora D chegou para todos os brasileiros de mamando e caducando. A hora D (Decisão) é agora. Amanhã poderá ser tarde demais.

*Jornalista