Ascom/CMU/ Frederico Queiroz/Assessor
Mainá Morum Santos Garcia. Assessora e decoradora de eventos, vice-presidente da Associação Uberlandense de Eventos e Entretenimento (AUE). Como representante do setor produtivo (bares, restaurantes, pequenos empresários, produtores de pequenos eventos) foi convidada a falar da tribuna, em nome de todos, durante a quarta reunião ordinária, realizada pela manhã de hoje, 05 de fevereiro. O motivo é a nova deliberação da prefeitura municipal que restringe o funcionamento das atividades econômicas não essenciais em Uberlândia.
Ela afirma que, impedidos de trabalhar, eles não terão como levar o sustento para dentro de suas casas, uma vez que a sua classe, de eventos e entretenimento, foi a única punida desde o início da pandemia. Ela diz que acreditam que a Covid-19 existe e mata, mas ressalta que a fome mata também. Reitera que foram esquecidos, que não têm mais nem mesmo o auxílio emergencial que muito ajudou enquanto durou. Por isso, apela para que todos possam olhar de forma mais cuidadosa para a classe aqui representada, geradora de empregos.
“Precisamos enxergar que direitos e deveres são de todos, de toda a sociedade e não só de um nicho específico. Questionamos o motivo que decreta o fechamento de um lado, mas que permite o funcionamento do outro. Tudo o que queremos é a isonomia, sermos tratados como iguais, como alguém que pode lutar pela sua sobrevivência. Não tem sido fácil. Até aqui ninguém lutou por nós. É uma questão de sobrevivência. Queremos o mínimo de dignidade. Do lado de fora do plenário, temos representantes de mais de 100 famílias, completamente desesperados porque não conseguem levar o básico para suas casas”, reitera.
Ela diz que eles não podem pagar sozinhos pelo preço cobrado, isso não desmerecendo nenhuma outra luta porque todas são plausíveis, necessárias. Acredita que essa é a área que mais sofre desde março do ano passado. E faz um chamado para que possam encontrar uma solução que seja confortável para todos e que devolva principalmente à sua classe a dignidade humana. Garcia esclarece que não pedem que ninguém os sustente, cobram apenas o direito de poder trabalhar, o qual deles foi tirado. Ela completa ao mencionar que tem sido muito sofrido e doloroso todo esse processo, que sofrem como pessoas físicas, assim como aquelas que ajudaram a ter dignidade através do trabalho.
“A nossa reivindicação, desde março passado, permanece constante, sermos vistos e lembrados pelo poder público porque a nossa existência foi ignorada, aniquilada. Hoje, o nosso protesto é contra esse decreto incoerente que nos proíbe de trabalhar, lembrando que as escolas serão reabertas. Não queremos e não merecemos o papel de vilão. Só queremos trabalhar e sermos lembrados e nada mais. Cobramos o retorno gradual e seguro, lembrando que apesar não podermos trabalhar as tributações continuam as mesmas. E o poder público não nos enxerga, nem mesmo como contribuintes. Como otimista que sou acredito que tudo será resolvido, sanado em breve”, finaliza.
O vereador Thiarles Santos (PSL), responsável pela visita, diz que vê o movimento como legítimo. Ele sugere que o poder público se capacite para combater festas clandestinas, geralmente com grandes aglomerações, sem nenhum protocolo de segurança, não um setor que investiu em sanitização. Para ele, não existe nenhuma prova de que esses eventos tenham gerado o aumento do contágio. O vereador reitera que não faz sentido proibi-los, ainda mais de forma abrupta. Ele entende a boa vontade do prefeito municipal, mas discorda do meio. A sua preocupação é com o sustento de famílias, pessoas físicas, jamais jurídicas.
“Agradeço ao presidente da Câmara Municipal de Uberlândia, Sérgio do Bom Preço (PP), que abriu espaço para o debate quando eu solicitei. Apresentamos requerimento ontem e aguardamos o deferimento. Caso não seja revogado o decreto, em último caso, pedimos pelo menos o adiamento do vigor porque muito alimento perecível foi adquirido, por exemplo, e contratos de locação fechados. Na impossibilidade de revogação do decreto que, pelo menos, ele seja adiado. Sou a favor da reabertura e do alongamento do horário comercial. Também defendemos o retorno às aulas porque acreditamos que não são esses os culpados, mas sim as festas clandestinas e aglomerações”, conclui.
O grupo formado pelos vereadores Antônio Augusto – Queijinho (Cidadania), Eduardo Moraes (PSC), Murilo Ferreira (REDE) e Thiarles Santos (PSL) esteve pela manhã em reunião com a secretária de Governo e Comunicação, Ana Paula Procópio Junqueira, e o coordenador da rede de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Clauber Lourenço, para deliberar sobre o assunto. O pedido principal do grupo é o adiamento do início da deliberação municipal para a próxima segunda-feira (08 de fevereiro). Eles aguardam o deferimento da administração municipal, preocupados com aqueles que adquiriram produtos para o final de semana, principalmente perecíveis, bem como aqueles que fecharam contrato de locação para o mesmo período.