Ivan Santos*
O Brasil não é um país fácil de entender. No meio de uma crise sanitária como a que vivemos no momento em decorrência da Pandemia do Coronavírus, lógico seria cuidar do combate ao vírus e deixar movimentos políticos pra depois. No entanto, a campanha para as eleições em 2022 está nas ruas e iniciada por quem? Pelo presidente da República. Com a inesperada entrada em cena do ex-presidente Lula que anunciou uma marcha pelo País para discutir a sucessão do Capitão Mito no ano que vem, a sucessão ganhou espaço no teatro político e mudou o cenário sucessório.
O Centro Político, que até agora acompanhou a movimentação da Direita capitaneada pelo presidente Mito, percebeu que com a entrada de Lula no cenário o processo sucessório encaminha-se para uma polarização entre o Presidente e o líder petista. O jogo sucessório antecipou-se e modificou-se de uma hora pra outra. Desnorteados os políticos do Centro falam em união. União difícil. Ciro Gomes segue entre o Centro e a esquerda. Estrategicamente, João Dória já fala em disputar a reeleição em São Paulo. O Centro precisa se reinventar.
Se o Centro ou a Terceira Via não se apresentar logo com um programa concreto e viável para ser executado a partir de 2023 – um programa que seja aceito pela maioria da população – pode se preparar para assistir a uma disputa radical entre o esquerdista Lula e o direitista Bolsonaro. Uma campanha baseada no personalismo de cada candidato e sem programa de governo pré-definido. E o Brasil continuará à deriva sem visão de norte nem de sul.
*Jornalismo