Minas lidera produção de latas de alumínio na América do Sul
Anúncio da Crown Embalagens fortalece o setor no estado. Além da empresa, gigantes como Ball e Ambev também fizeram grandes aportes em território mineiro

Foto: Crown Embalagens

As mudanças recentes nos hábitos de consumo dos brasileiros, estimuladas pelo isolamento social em decorrência da pandemia, estão potencializando a cadeia produtiva de embalagens de alumínio. O setor, que passa por um processo de franca expansão no Brasil, tem encontrado em Minas Gerais as melhores condições de crescimento, não apenas por questões logísticas, mas também pela melhoria do ambiente de negócios em todo o território estadual.

O estado ganha uma grande projeção junto às indústrias de bebidas, fortalecendo toda a cadeia de fornecedores. O resultado é que Minas Gerais está se consolidado como o maior produtor nacional de latas de alumínio para consumo de bebidas. “Minas Gerais é o melhor lugar para se investir. Somos um Estado amigo do investidor, e estamos de mãos dadas para a geração de emprego e renda. De janeiro de 2019 até agora, já atraímos mais de R$ 115 bilhões em investimentos. O protocolo de intenção em Minas sai do papel e vira realidade”, destacou o governador Romeu Zema.

Novos negócios

Um anúncio recente da norte-americana Crown Embalagens fortaleceu ainda mais esse movimento. A multinacional confirmou que vai instalar uma fábrica em Uberaba, no Triângulo Mineiro, com um mega investimento de R$ 650 milhões. A indústria terá capacidade de produção de 2,4 bilhões de latas por ano. As obras devem durar um ano e a inauguração está prevista para abril de 2022. Serão gerados 140 empregos diretos.

De acordo com o presidente da companhia, Wilmar Arinelli, a confirmação do investimento está relacionada a diversas condições. Entre as mais importantes ele destaca a proximidade de clientes instalados na região, a disponibilidade local de mão de obra capacitada, água, energia elétrica e boa malha logística. “Encontramos todas essas condições favoráveis em Uberaba”, afirmou.

Amigo do investidor

Conforme Arinelli, embora essa seja a primeira fábrica da empresa em Minas, a avaliação do ambiente de negócios no Estado já é positiva. “Temos sido muito bem atendidos tanto pelo governo estadual quanto pelo município de Uberaba. Todos cientes da importância dos investimentos privados como balizadores para geração de empregos, renda e impostos”, observou.

Segundo o empresário, O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e do Indi, foi responsável por otimizar os processos para instalação de uma nova fábrica. “Hoje, o governo tem um papel determinante na tomada de decisão das empresas em investirem no estado, trabalhando com foco na infraestrutura e no desenvolvimento”, analisou.

Arinelli destacou, ainda, que o mercado consumidor mineiro é um dos que mais cresce no país e que a Crown tem entre seus clientes as principais indústrias de bebidas, todas com unidades instaladas em Minas Gerais. “Além disso, há no território mineiro um importante número de cervejarias artesanais que, assim como os grandes fabricantes, têm investido no envase de seus produtos em latas de alumínio para atender a preferência do consumidor, preservando as características originais dos produtos”, concluiu.

Novas perspectivas

Na avaliação do analista de Atração de Investimento do Indi, Lucas Pereira Ferreira, esse anúncio tem um significado importante para a economia mineira, pois consolida a chegada de mais uma empresa líder no segmento de embalagens metálicas, reforçando o parque industrial do estado. Além da Crown, gigantes como Ball e Ambev também fizeram grandes aportes em território mineiro para atender a crescente demanda.

“É uma iniciativa que ajuda a consolidar o elo da cadeia de bebidas, estabelecendo Minas na liderança desse segmento. Tudo leva a crer que estamos no caminho certo. A instalação de grandes cervejarias nos últimos dois anos no território mineiro e a política do governo de criar um ambiente de negócios favorável têm sido fatores fundamentais”, observou.

Segundo o analista, devido ao apoio do Indi, que auxilia na localização e mapeamento de infraestrutura, na busca por fornecedores e consumidores, na orientação de tratamento tributário, além de promover o diálogo com diversos órgãos de Estado, novos investimentos poderão ser anunciados brevemente. “O mercado de embalagens vem se destacando neste momento de pandemia. O consumo de mercadorias na modalidade ‘delivery’ tem aumentado substancialmente, gerando lacunas a serem preenchidas pelas indústrias do setor”, afirmou.

Consumo e expansão

De acordo com informações do setor, durante a pandemia de covid-19, diversas fábricas de embalagens de alumínio continuaram trabalhando a todo vapor para atender a demanda dos clientes – mantendo os protocolos sanitários. O produto se consolidou como opção preferida pelo consumidor brasileiro. É leve, inviolável, gela rápido, não permite entrada de luz nem de oxigênio – que podem deteriorar a qualidade da bebida -, permite impressão de rótulos sofisticados, está disponível em diversos tamanhos e é altamente reciclada.

Por essas razões, esse tipo de embalagem vem ocupando cada vez mais market share entre os fabricantes de bebidas. E a tendência é de seguir crescendo ainda por vários anos.