Ivan Santos*

O Capitão Mito Bolsonaro é hoje o chefe do governo de um país em crise. Crise sanitária que já causou a morte de mais de 300 mil pessoas em pouco mais de um ano; crise social com 14 milhões de desempregados e 25 milhões de trabalhadores informais sem renda definida; e crise política que resultou recentemente na substituição de seis ministros e demissão do chefe da Defesa e dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Não é pouco barulho nem pouca instabilidade.
Na campanha eleitoral passada o candidato Capitão Bolsonaro prometeu combater a corrupção. A corrupção continua. O presidente prometeu fazer reformas estruturais entre as quais Administrativa e Tributária, mas estas duas estão encalhadas. A desculpa é a crise causada pela Pandemia do Coronavírus, mas o Mito não tem se esforçado para reformar.
A falta de articulação qualificada no Executivo sobre a votação do Orçamento Anual de 2021 fez com que a Lei só fosse aprovada a mais de três meses depois do prazo legal. O relator do Orçamento configurou um déficit maiúsculo com prejuízos para a Saúde e a Educação. Para quê? Para aumentar o dinheiro das Emendas Parlamentares, dinheiro para ajudar os deputados e senadores no custeio da reeleição em 2022. Politicagem de politiqueiros da politicagem.
A Nova Política prometida pelo Capitão virou utopia. O Centrão, grupo oportunista de deputados interessados em bondades para cada um deles, colocou uma deputada na Secretaria do Governo – a senhora Flávia Arruda, esposa do ex-governador de Brasília, Jose Roberto Arruda. Ela não tem experiência. É parlamentar de primeiro mandato e vai ser a porta-voz do Centrão no Governo. A Nova Política envelheceu rapidamente. O governo do Mito está com a cara e a feição do Governo da Senhora Dilma Rousseff.

*Jornalista