Gustavo Hoffay*
Enquanto a pandemia gerada pelo vírus Corona continua ceifando vidas e levando angustia e medo a uma grande quantidade de pessoas em nosso país, mais uma vez assistimos a ações solidárias que visam diminuir o estado de expectativa, insegurança e inquietação que ronda todo o mundo. De outro lado ouvimos conjecturas que às vezes carecem de lógica e fazem perder precioso tempo. Sim, não há dúvida de que os anos de 2.020 e 2.021 já garantiram o seu lugar na história da humanidade, como a alguns dos mais trágicos até aqui sentidos. Resta termos a confiança, a fé de que o sorriso de Deus já brilha e sempre continuará para todos e de diversas formas, afinal para o cristão tudo é graça, tudo tem sentido providencial…O sentimento de que estamos em demanda de algo que venha em nosso socorro e amparo, é espontâneo a todos nós…cristãos. Por isso não nos deixamos impressionar por coisas transitórias; importa-nos, antes, continuar seguindo uma escala de valores e sermos disciplinados, obedientes às regras preventivas adotadas pelas nossas autoridades, afim de novamente desabrocharmos para a plenitude da vida. Não seja essa pandemia, por mais assustadora, motivo de desespero mas sim de vigília e de observância, aprendizado e mudança definitiva de comportamentos, motivo de maturidade e consumação sob vários e positivos aspectos. Nessa travessia temos a oportunidade de olhar para algumas pessoas que parecem não ter crescido interiormente em seus sentimentos pelo próximo e até de amor por si mesmas; são tomadas por um escandaloso egoísmo e tornam-se absurdamente incoerentes em relação às mais diversas medidas de prevenção ao contágio pelo vírus. O que assistimos diariamente pela TV em se tratando de aglomerações de jovens em festas e lotando ambientes fechados ( ou não), comparo a uma visão do inferno e na mais fiel representação de Dante Alighieri. Cristãos, fazemos a nossa parte quanto a zelar e levar adiante diálogos e sadios confrontos de idéias que possam amenizar o sofrimento de muitos devido a sua falta de fé, de visão otimista neste tempo de pandemia. Procurarmos, em nível elevado e sereno, colocar frente a frente perguntas e respostas ou ao menos pistas para algumas soluções sensatas e urgentes; iluminarmos essa nova e inédita fase na vida de todos nós com a luz da fé é o que importa, para amenizar o sofrimento que aí está e em contraponto com a irresponsabilidade de muitos que insistem em burlar as regras sanitárias diante da calamidade imposta pelo vírus. Assistimos, diariamente, pessoas mais calmas e outras mais sensíveis diante da ameaça de contágio; pessoas mais inteligentes e que discernem com mais facilidade o que deve ser essencial para opor-se um dique a essa onda de tragédias humanas, mas infelizmente não há um só movimento espontâneo e coletivo que coloque em equilíbrio a atual situação. O homem vem eliminando o homem e assim continuará, enquanto não reconhecer que deve comportar-se como a um ser em evolução, a um verdadeiro Homem!
*Presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Frei Antonino Puglisi
Uberlândia-MG