Tania Tavares – Professora
No início desta pandemia em nosso país, o presidente e o ministro da Saúde não conheciam muita coisa sobre o vírus, mas já podiam se espelhar no que estava acontecendo na Europa, ou seja, inúmeras internações congestionando o sistema de saúde e um número desolador de mortes. O que foi feito aqui? O presidente não liderou a campanha contra o vírus, não adotou o loockdown, como feito em outros países, e não deu o exemplo usando máscara e reforçando as outras recomendações de lavar as mãos e não se aglomerar. Pelo contrário. Desdenhou do vírus e desprezou sua função de presidente do Brasil, fazendo com que o STF confirmasse que os Governadores e Prefeitos poderiam também adotar medidas de combate ao coronavírus em suas esferas, fazendo com que muitos tomassem a frente e resolvessem à sua maneira políticas regionais. A economia não teria ficado à deriva se houvesse um planejamento nacional para ajudar as pessoas, as pequenas empresas de todos os tipos, ou seja, gente competente para comandar a todos. Quanto aos ministros da Saúde, foram substituídos até chegar em um que “um manda e outro obedece”. Que obedeceu, mas não planejou nada, além de destacar remédios e tratamentos sem efeitos comprovados contra a COVID-19. E a população morrendo. Não bastasse isto, quando surgem as vacinas, o presidente se recusa encomendar doses para nos vacinar. Em agosto, meses atrás. Sofremos com muitas mais mortes desde então. Novas restrições de circulação e funcionamento tiveram que ser reestabelecidas, pois as atitudes do presidente continuavam as mesmas. E da tal “gripezinha”, o povo brasileiro agora tem que lidar com as variantes mais agressivas. Agora vem o presidente ameaçar que não aceitará restrições no ir e vir. O que não deveríamos mais aceitar é esse número diário de vidas perdidas. Economia se faz com gente. Sem sociedade, a economia não vai em frente. Vacinas e medidas conjuntas, baseadas na ciência, eram e sempre serão o caminho. Não é uma “autorização” que falta nesse momento. O que falta ao presidente é responsabilizar-se por este cenário desolador no qual nos encontramos.