Universidade é referência em heteroidentificação

A reunião foi realizada de forma remota (foto: Milton Santos/Arquivo)
O Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Uberlândia (Conpep) aprovou nesta quarta-feira, 11/8, por 48 votos, a minuta de resolução que traz alterações na Resolução nº 06/2017, do próprio Conpep. A resolução dispõe sobre a política de ações afirmativas para pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência na pós-graduação stricto sensu na UFU.
“Fizemos mais um avanço importante ao tornar a resolução que trata dessa matéria muito semelhante ao procedimento que adotamos já para os cursos de graduação. Eu creio que essa era uma expectativa bastante grande da comunidade. Estamos, hoje, portanto, atualizando essa resolução que trata dos candidatos a programas de pós-graduação aqui na nossa universidade”, afirmou o reitor da UFU, Valder Steffen Júnior.
A diretora de pós-graduação da UFU, Eloisa Ferro destacou o caráter “coletivo“ e “valioso” do trabalho da comissão, presidida por ela, para a revisão da resolução e o compromisso da universidade com as ações afirmativas.
A diretora da Diretoria de Estudos e Pesquisas Afrorraciais (Diepafro), Cristiane Coppe de Oliveira, lembrou que os ajustes foram motivados para adequar a pós-graduação ao que a universidade já vem fazendo nos processos seletivos dos cursos de graduação e diminuir o risco de fraudes relacionadas a ações afirmativas. A docente frisou, ainda, a condição de “referência” das comissões de heteroidentificação da UFU.
Jane Maria Reis, representando o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab), comentou o aperfeiçoamento das políticas de ações afirmativas: “Trata-se de uma reparação histórica, de um mecanismo muito importante de promoção da equidade”. Ela também salientou o fato de que, no cenário nacional, a UFU se destaca no trabalho de heteroidentificação, inclusive auxiliando a outras instituições.
Diego Soares da Silveira, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, salientou que a decisão do Conpep é um momento histórico no que se refere ao reconhecimento, tanto da população negra, como também da população indígena do país.
“Queria, como antropólogo, reconhecer a importância que isso significa para os povos indígenas que, com isso, tem também reconhecido o seu justo direito de participar, de ter uma política específica para sua inclusão social dentro do nosso sistema de pós-graduação, podendo, a partir daí, também atuar no que se refere à defesa dos direitos dos seus povos e de suas etnias”, afirmou.
O processo foi relatado por Marcelo Soares Pereira da Silva, docente da Faculdade de Educação. Nos próximos dias, as decisões da reunião do Conpep estarão disponíveis na página de atas e resoluções dos conselhos superiores da UFU.