Ivan Santos – Jornalista

A educação pública no Brasil sempre foi um problema para os governos federal, estaduais e municipais. A maioria dos políticos eleitos para cargos executivos e legislativos dizem que para eles a prioridade nacional é Educação. Na prática, Educação é o Patinho Feio da Administração Pública em todos os níveis.
Uma das intenções não escondidas pelo atual governo da República é privatizar o ensino superior ainda existentes em Universidades Federais por uma razão real: as Universidades e escolas superiores federais mantidas pelo Governo são ocupadas por estudantes de famílias ricas que não trabalham e se preparam para o Vestibular nas melhores escolas pagas pelas próprias famílias. Os estudantes pobres vão para as escolas particulares onde o ensino não é gratuito.
A intenção do atual Governo é privatizar as Universidades e Faculdades federais e pagar bolsas de estudos para estudantes pobres que quiserem se formar em um curso superior.
Segundo a intenção do Governo, o ensino médio ficará também a cargo das escolas privadas e os Estados poderão oferecer bolsas de estudos aos estudantes pobres. E o ensino fundamental passará a ser da responsabilidade dos municípios que contarão com auxílio da União. Este é um projeto que ficou engavetado no atual Governo para não criar dificuldade à reeleição do Mito, mas poderá ser desarquivado se ele se reeleger no ano que vem.
A educação pública no Brasil sempre foi um problema para todos os governos. Vale lembrar que só em meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica no País começou e só cresceu como rede pública de ensino a partir de 1970.
O Brasil ocupa hoje o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação da Alunos). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola no Brasil, segundo o IBGE. O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos é de 28%. Há dois anos, segundo o antigo IBOPE; 34% dos alunos que chegaram 5º ano de escolarização não conseguiam ler e entender um texto simples.
Outro problema sério: os professores, principalmente os do Ensino Fundamental, segundo vários observadores qualificados em todo o País, precisam ser reciclados e atualizados. Não há informação de que haja preocupação com esta situação no Ministério da Educação nem nas Secretarias de Ensino dos Estados. O futuro da Educação Pública hoje, no Brasil, é incerto e não sabido.