Ivan Santos – Jornalista
O recém empossado presidente da Argentina, Javier Milei, tratou o Congresso com casca e tudo e recebeu o troco: viu seu projeto de reforma da economia rejeitado. Milei impôs seu estilo de confronto com os adversários políticos sem se preocupar que eles têm representantes no Congresso Com minoria para deliberar no Legislativo, o autoritário presidente Milei, que desafiou congressistas e governadores, viu seu projeto de reformar mutilado e tornado inexpressivo.
Milei é político que sabe falar para um público que espera por milagre do Governo, mas não sabe conversar com políticos para buscar um consenso para deliberar sobre temas de interesse do governo. Conhecemos esse modelo de político no Brasil. Político que apresenta planos emocionantes nas redes sociais, mas não sabe dialogar com quem decido no Poder Legislativo nem com que julga diferenças no Poder Judiciário. O resultado é a paralização e a ineficácia no governo.
O presidente da Argentina quer governar o País com ações antidemocráticas que seduzem parte do povo que perdeu a fé e a confiança nos políticos tradicionais. O projeto de governo liberal apresentado por Milei continua paralisado porque o presidente eleito pelo povo da Argentina é um político inexperiente, inábil que pensa que é possível governar com autoritarismo e apoio de uma massa ignorante que sonha com milagres de noites de verão.
No Brasil o presidente Bolsonaro também tentou governar escudado em grupos que o apoiavam pela Internet. Resultado: custou a perceber que se quisesse governar teria que se entender com o Congresso. A caminho do fim do mandato Bolsonaro criou um Orçamento Secreto para repassar dinheiro para parlamentares fisiológicos que se deliberam após receberem emendas parlamentares (dinheiro público).
Muito gente no Brasil ainda não percebeu que o País é democrático e tem três poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Todo governante precisa saber como lidar com os três poderes para aprovar e executar os projetos que tem em mente. Ditadura no Brasil, nunca mais.