Ivan Santos – Jornalista
Desde à posse do presidente Lula que os líderes de igrejas evangélicas que apoiaram o governo do Capitão Mito Bolsonaro, tentaram se aproximar do Governo interessados em dinheiro e em cargos importantes. Lula, político experiente, percebeu a movimentação e deu alguns cargos aos evangélicos. Não foi bastante. Os líderes religiosos que buscam o poder têm interesse mesmo é em dinheiro.
Agora uma corrente dos evangélicos pentecostais está interessada em conquistar, no ano que vem, a presidência da Câmara, cargo que garante poder e também dinheiro. Até já há um pré-candidato à Presidência da Câmara, o deputado Marcos Pereira, que é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Pereira é hoje o vice-presidente da Câmara.
Os evangélicos sabem que o apoio mesmo disfarçado do presidente da República é importante para conquistar a presidência da Câmara. Mesmo com o histórico de apoio dos evangélicos ao ex-presidente Bolsonaro, os líderes religiosos que têm mandato na Câmara procuram se aproximar de Lula. E o presidente, que conhece a influência dos líderes sobre o rebanho evangélico, acena para eles com as benesses do poder.
Em setembro passado Lula nomeou o deputado Silvio Costa Filho (PE) para o Ministério dos Portos e Aeroportos. Silvio Costa é do Partido Republicanos controlado pela Igreja Universal do Reino de Deus. Em novembro o presidente da República condecorou o deputado Marcos Pereira coma Medalha Rio Branco e depois o convidou para acompanhar o chefe do Governo numa viagem ao Estado de São Paulo onde o Governo Federal assinou com o Governo de São Paulo a liberação de dinheiro para construir um túnel que ligará a cidade de Santos ao Guarujá. Uma grande obra. O líder evangélico sentiu-se prestigiado e o gesto repercutiu positivamente em todas as igrejas evangélicas.
Com astúcia, engenho, arte e muito dinheiro o presidente Lula está conquistando aos poucos o coração de muitos evangélicos. Política no Brasil não é feita com fé religiosa. É feita com dinheiro, muito dinheiro.
Seria necessário que a maioria da população brasileira , tomando consciência do impulso missionário – prá não dizer proselitista – de seitas cristãs, ficasse cada vez mais ciente da existência daquilo que imagino ser uma estratégia evangélica muito bem arquitetada para a tomada do poder político em nosso país. E essa estratégia, ao meu ver, parece combinar elementos dos mais diversos e inspirados por um fervor cego para a implantação do maior numero possível de filiais de uma organização sob inspiração de algumas seitas, usando-se para tal de motivações bíblicas e teológicas, testemunhos populares em suas centenas ou milhares de cultos diários por todo o país, meticulosa metodologia e avaliações sistemáticas. Interessante observar que proselitismo é a conquista de adeptos mediante promessas e benefícios temporais, o que faz da política um poderoso instrumento para a conquista de novos fiéis, focando principalmente os mais humildes.Basta vermos o numero cada vez maior de vereadores, deputados e senadores que elegeram-se sob a égide de evangélicos.E qual o político não gostaria de ser acariciado por esse exército de eleitores?