*Cesar Vanucci

“‘Homem legisla, mas a natureza não assimila’, (Ministra, Marina Silva)

Dessas noticias que carecem ser lidas e ouvidas mais de uma vez para que a gente se certifique de seu exato teor. Batizada de “PEC da privatização das praias”, proposta em tramitação no Congresso Nacional está provocando o maior rebu e deixando ambientalistas, juristas e jornalistas perplexos. Os autores da proposição negam, mas estão sendo veementemente contestados por especialistas em assuntos jurídicos e por defensores dos direitos sociais e ambientais, que lobrigam no texto, nada obstante a camuflagem das palavras, a malévola intenção de privatização do espaço mais democrático desfrutado pela população nos aglomerados urbanos e recantos aprazíveis banhados pelo mar. O assunto estava sendo conduzido de forma sorrateira até que alguém ligou o desconfiometro e botou a boca no trombone. Foi um Deus nos acuda! Os setores bem identificados com as causas coletivas instalaram debate, que será com toda certeza, amplo e inclusivo. A discussão será de modo a afugentar a ameaça da especulação imobiliária em se apoderar de trechos praieiros e de outros pertences marinhos que integram o patrimônio da Nação.
Outro dia, num papo descontraído de cidadãos inconformados com essa ideia de jerico da privatização, alguém aventou a hipótese de ser oferecida, ao final do debate sobre a impertinente matéria uma praia inteirinha aos autores da proposição. Praia essa localizada num ponto bem distante no oceano (o índico, de preferência), fora das rotas marítimas, com praias de areia branca e coqueirais, onde eles possam fazer suas elucubrações sem apoquentar a paciência de ninguém.
2) Anistia – Se ainda entre nós com suas bem humoradas observações da comedia humana, o apreciado cronista Sergio Porto (Stanislaw Ponte Preta) estaria nesta hora, adicionando uma penca de registros ao seu famoso Febeapá. Tudo devido a alentada contribuição provinda de alguns redutos parlamentares. Propostas descabidas, sem eira, nem beira, nem tribeira, inundaram inesperadamente a rotina legislativa. Se não vejamos: tem gente defendendo anistia para golpistas, querendo invalidar confissões que incriminam autores intelectuais dos atentados à Constituição. E por aí vai…ainda bem que a tolerância democrática, insensata e intensamente testada, possui elasticidade suficiente para absorver, sem se deixar contaminar pelas palavras de ódio, as manifestações de discordâncias dos que se colocam do lado oposto à lei!
3) Taxação – Tem uma outra PEC que está dando muito o que falar. Rendeu debates efervescentes, com muitas marchas e contra marchas. Apelidaram-na de “ PEC das blusinhas”. Diz respeito à taxação de produtos importados até valores de 50 dólares (260 reais). Nada a objetar. A medida resguarda respeitáveis interesses da indústria e comercio brasileiros contra concorrência estrangeira leal.

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)