*Cesar Vanucci
“Brasil, meu Brasil brasileiro, terra do samba e do pandeiro, vou cantar-te nos meus versos” (Ary Barroso, Aquarela do Brasil).
Uma audição musical da melhor supimpitude. Cuidei, eu próprio, egoisticamente, de organiza-la para exclusivo enlevo pessoal. Selecionei 32 canções inesquecíveis do repertório, de mais de 300 composições, do genialíssimo Ary Barroso. Juntei mais 13 melodias da lavra do magnífico Antonio Carlos Jobim. Passei um fim de semana inteiro em estado de puro encantamento, como é fácil imaginar.
Se os sons musicais conseguem habitualmente conduzir as pessoas a páramos de puro deleite, a música desses dois aí é capaz de provocar arrebatamento que roça o êxtase.
As interpretações de Jobim foram feitas por uma cantora portuguesa excepcional: Carminho, quem não a conhece, não sabe o que está perdendo, com saboroso sotaque, Maria do Carmo Carvalho Rebelo Andrade (seu nome completo), fadista consagrada, descobriu jeito todo especial, personalíssimo com leves toques dramáticos de espalhar os harmoniosos acordes Jobinianos.
As de Barroso são de cantores e conjuntos musicais variados, de diferentes épocas. Entre eles os inigualáveis Silvio Caldas e Carmen Miranda.
Mais do que tristeza, fica uma indignação ao constatar, sobretudo após a imersão melódica reportada que a fabulosa obra de Ary Barroso, autentico gênio da raça, esteja hoje, de certo modo, clamorosamente, encoberta pelas névoas do esquecimento, nas programações das TVs e rádios, nos espetáculos musicais que agregam grandes públicos. A “Aquarela do Brasil”, uma espécie de segundo hino brasileiro, ainda é ouvida com alguma frequência, mas, o restante das maravilhosas canções lançadas por Ary, mineiro de Ubá, por qual motivo não são divulgadas com a intensidade que fazem por merecer?
Não vacilo em proclamar que numa eventual lista das 50 mais belas músicas do cancioneiro popular brasileiro, pelo menos a metade sairia do acervo deste autor, que soube melhor do que ninguém cantar as belezas e os valores de seu país.
Ary Barroso figura obrigatoriamente entre os maiores compositores universais de todos os tempos. Criou tanta coisa bonita que talvez não seja exagero imaginar que seu repertório possa ser cantado, solfejado, cantarolado, assobiado, o tempo todo sem interrupções e sem que finde, de um ponto ao outro, numa viagem que se passa entre Belo horizonte e Ubá.
Vez do leitor. Mensagem do jornalista Orlando de Almeida: “Acompanho com muito interesse seus comentários sobre os ovinis. Não é minha praia e nem sou um estudioso e pesquisador do tema como você. Mas acredito que não estamos sós no Universo criado por Deus.”
*Da leitora Luciana, a propósito do artigo “Sinto muito, muito mesmo” (DC de março de 2023): “ Grande é o ser humano que espalha o amor. Quanta sensibilidade! Que belo texto. Parabéns pelo trabalho sempre impecável! Muito pertinente o artigo de tão grande e querido escritor”.
Aludindo a sequencia de artigos sobre ovin’s, aqui estampados, leitor que se identifica como “Observador dos céus” anota: “Prezado Jornalista, o Sr. saberia dizer mais sobre o caso citado abaixo? Sou fã dos seus artigos – Em 1986, jatos da Força Aérea foram acionados para perseguir 21 objetos luminosos que apareceram nas telas dos radares sobre São Paulo, São José dos Campos e Rio de Janeiro e que foram vistos pelos pilotos. “Era uma luz muito forte”, descreve um deles.
Proximamente, esse escriba comentará o episódio registrado pelo leitor.
Jornalista ( cantonius1@yahoo.com.br)