*Cesar Vanucci
“Um dos grandes perigos modernos da democracia: a instrumentalização das redes sociais pelo novo populismo digital extremista”, (Ministro Alexandre de Moraes).
O negacionismo é renitente. Coloca-se na tocaia aguardando hora propícia para alvejar iniciativas que não se enquadrem em sua obtusa concepção da aventura da vida. O negacionista bebe inspirações, sem nunca se dar por saciado, nas lamacentas nascentes do radicalismo ideológico. interpreta as coisas de forma sempre equivocada. Confunde alhos com bugalhos, gênero humano com Zé Germano, focinho de porco com tomada.
Na atualidade, o negacionista de carteirinha assesta a alça de mira, obsedantemente, na regulamentação da mídia eletrônica, tão almejada pela consciência pública da Nação.
Nas redes sociais, o populismo extremista digital, conforme anota o presidente do TSE, Ministro Alexandre de Moraes, espalha falsidades como se verdades fossem. Ocupa a internet como se ela fosse “terra de ninguém”. Ou seja, um espaço escancarado para criaturas idiotizadas em todos os graus que se sentem catedráticos no uso de uma tribuna privilegiada que pode fazer ecoar longe suas descomunais sandices.
A falta de regulamentação das plataformas digitais tem provocado, aqui e longe daqui, calamidades sem conta. A velocidade da propagação do que se divulga via rede social está fora do alcance de qualquer sistema de vigilância jurídico legal existente. A vigilância requerida pelas situações criadas pelo ódio, pela irresponsabilidade, pela ignorância, pela má fé – que tantos infortúnios têm produzido em escala monumental -, a vigilância requerida (repita-se) carece ser estruturada de forma rápida, urgente e eficaz. A paz e segurança comunitárias determinam que assim seja. O bem estar social não abre mão de mecanismos de proteção ágeis e eficientes.
A sociedade brasileira, à parte a enfezada minoria que tenta solapar nossos fundamentos republicanos e democráticos, quer se ver livre das invenções perversas, criadas para enganar as pessoas e implantar o caos. As manjadas alegações dos extremistas digitais, no sentido de que a regulação pretendida colide com a livre manifestação das ideias não passam de rematada falácia. Mera retórica oca para engambelar incautos. A liberdade de expressão, apanágio da Democracia, cânone republicano sagrado, é algo totalmente diferente da disseminação solta de palavras e imagens de cunho obseno, mentiroso, difamante, em suma criminoso que anda emporcalhando as redes sociais. É imperioso conter as malsinadas “fakenews”. Isso não molesta, jeito maneira algum, o direito à critica, ao questionamento, à denuncia no exercício legítimo das divergências democráticas. Nos países da Europa, no Canadá, na Austrália entre outras nações do bloco democrático a regulação já foi providencialmente definida. Os Estados Unidos debatem o assunto, reconhecendo-o como prioridade política e humana.
O que as pessoas de bom senso, visão democrática, lucidez de espírito almejam, em todas as esferas da vida brasileira, é que o Congresso Nacional se debruce pra valer sobre a momentosa questão.
O que aguardamos de nossos parlamentares é a criação de canais arejados para diálogos com segmentos sociais, políticos, culturais e econômicos, compondo um texto moderno e positivo de regulação da mídia eletrônica, colocando um fim no descalabro que hoje, infelizmente, tomou conta dessa modalidade de comunicação de tão grande alcance universal ilimitado da construção civilizatória.
Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)