Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares é referência no estado

Dia Mundial da Doação de Leite Humano incentiva a atitude, que salva vidas de bebês prematuros

A doação de leite materno é fundamental para ampliar as chances de recuperação de bebês prematuros ou de baixo peso que estão internados em UTIs neonatais, além de proporcionar um desenvolvimento mais saudável por toda a vida. Por isso, o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, comemorado neste domingo (19/5), lembra a importância desse ato.

O Brasil tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo, sendo referência internacional por utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta qualidade e tecnologia.

GOV. MG.

Esta importante rede realiza a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, englobando as ações de coleta, processamento e distribuição de leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso que não podem ser alimentados pelas próprias mães, além de atendimento para apoio e orientação para o aleitamento materno.

Minas Gerais conta com 13 Bancos de Leite Humano (BLH) e 30 Postos de Coleta de Leite Humano (PCLH) e toda mulher que estiver com excedente de leite pode ser doadora, basta estar em boas condições de saúde e não tomar medicamentos que interfiram na amamentação e doação.

O BLH da Maternidade Odete Valadares (MOV), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é referência, atendendo cerca de 100 bebês por mês, tanto internados na unidade quanto de outros hospitais parceiros do Estado. Atualmente, 83 doadoras estão cadastradas.

A mulher que tiver interesse em doar leite humano pode procurar um dos postos de coleta ou o BLH mais próximo de sua residência.

“Lá, ela receberá orientações quanto à forma e os cuidados necessários na extração do leite, armazenamento e transporte e assim contribuir para a nutrição de crianças”, explica Lírica Salluz, diretora de Gestão da Integralidade do Cuidado da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). “Cada litro doado pode atender até 10 recém-nascidos e isso faz uma enorme diferença”, destaca.

A depender do peso do recém-nascido prematuro, 1 ml de leite pode ser a quantidade necessária para nutri-lo a cada refeição.

Gratidão

A pequena Liz nasceu com apenas 460 gramas, na Maternidade Odete Valadares, quando a mãe, Bruna Estevão, estava com 26 semanas de gestação. A bebê, que foi internada na UTI Neonatal da unidade, contou com o leite doado do BLH-MOV durante o mês, inclusive o ofertado pela própria mãe, até começar a apresentar uma intolerância à lactose, consequente da prematuridade. “Para o desenvolvimento dela foi muito bom, mas muito satisfatório para mim, pois o leite era a única coisa que eu poderia dar a ela naquele momento”, diz Bruna.

A mãe conta que, enquanto Liz tinha acesso ao leite materno, que era oferecido por meio de uma sonda, chegava a ganhar até 70 gramas por semana. Quando a fórmula foi introduzida, esse ganho reduziu para 16 gramas (no máximo) por semana, isso quando havia algum aumento. “Tiveram que acrescentar um fortificante à fórmula para esse peso subir”, lembra.

Liz só recebeu o leite por um mês, mas Bruna doou por um bom tempo, até sua produção acabar. “No início, eu ainda tinha a esperança de poder amamentar a Liz, então eu ia ao banco de leite para realizar o estímulo e doava. Chegou uma hora que o médico disse que amamentar seria difícil, mas continuei doando até a última gota”.

De acordo com a mãe, o último frasco de leite doado por ela tinha apenas 20 ml de leite. “Entreguei com pesar, não apenas por ele não estar cheio, mas por saber que não iria mais poder doar. Quando eu estava com a Liz na UTI e via os potinhos chegando para os bebês, me dava uma alegria saber que um daqueles era o meu. Não consegui amamentar a Liz, mas alimentei uma UTI inteira por vários meses”.

Hoje Liz está com 1 ano e meio, saudável e se desenvolvendo bem.

Entrega

A pedagoga Brenda Antônio é doadora do BLH pela segunda vez – agora, no terceiro filho, já oferta leite materno há quase um ano, chegando a doar dois litros por semana. Uma causa que ela abraça pela própria experiência. “Eu já estive do outro lado. Meus filhos mais velhos foram prematuros e ficaram na UTI, já vivenciei a importância do leite materno na vida dos bebês internados. Então para mim é de uma importância muito grande”.

Para Brenda, a atitude é uma forma de poder fazer pelo outro o que gostaria que tivessem feito por ela. “Meus filhos nasceram em maternidades privadas, e na primeira experiência a instituição não tinha banco de leite nem local para armazenar meu leite, de forma que quando eu não estava com ele, ele recebia fórmula”, recorda.

Quem também contribuiu para o BLH, por um longo período, foi a cantora Gabi Mello. “Finalizei meu ciclo como doadora um mês antes de minha filha Clara completar dois anos de idade”, conta ela.

Com uma rotina de shows à noite, estabelecer horários para as mamadas e ordenhas não era fácil. “Eu tirava o leite pra Clara e congelava, para ela mamar enquanto eu estivesse tocando, então acabava dividindo a quantidade entre doação e para congelar. Em alguns momentos, tirei depois do show, quando acontecia de ela pular uma mamada enquanto eu tocava”, explica Gabi.

Para a cantora, doar leite materno é um sentimento inexplicável. “É um amor que vai além da gente. Saber que eu ajudei tantos bebês a serem alimentados com o leite materno, que é de uma importância absurda, é uma gratidão enorme. Eu só tenho a agradecer a Deus por sempre ter tido muito leite para alimentar minha filha e ainda poder ajudar outras mamães e bebês. Aliás, ela mama até hoje (2 anos e 6 meses)!”, orgulha-se a mãe de Clara.

Benefícios

Por ser um leite próprio para a espécie, pasteurizado e com todos os componentes, o leite humano é o ideal para bebês, que estão em um estado clínico desfavorável, conseguirem se recuperar mais rapidamente.

De acordo com a coordenadora do BLH-MOV, Karine Antunes, trata-se de um leite que contém todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento dos bebês, e por isso é considerado o melhor alimento possível para eles. “O leite humano possui inúmeros benefícios imunológicos, protegendo contra alergias, infecções, intolerâncias, além de promover benefícios à visão, ao desenvolvimento do perímetro cefálico, entre outros”.

O leite materno também tem muitos benefícios a longo prazo. Para a mãe, previne contra o câncer de mama, de útero e ovários, diminui as chances de doenças como hipertensão e obesidade e também reduz as chances de depressão pós-parto.

Para o bebê, diminui riscos de alergias, hipertensão, colesterol alto, obesidade, diabetes, diarreia, infecções respiratórias e mortalidade infantil. O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento da criança e promove um melhor desenvolvimento da cavidade bucal, auxiliando na introdução de novos alimentos e na fala.

Assim, o leite materno estimula a formação de adultos saudáveis, O contato contínuo favorece também o vínculo mãe-bebê e facilita o desenvolvimento emocional, cognitivo e sistema nervoso.

Toda doação é destinada aos bebês prematuros e prematuros extremos, que estão internados na UTI Neonatal ou na Unidade de Cuidados Intermediários da MOV e de outras unidades parceiras de Minas Gerais.

Doar é simples

A mãe que possui excedente de leite, que esteja amamentando exclusivamente ao seio materno e que deseja se cadastrar, deve ainda se encaixar no perfil de doadora, de acordo com as exigências da legislação que regulamenta o Banco de Leite.

“A doadora deve gozar de boa saúde, não usar medicamentos que têm contraindicação para a amamentação, como ansiolíticos e antidepressivos. Não pode fumar ou beber, além de não usar drogas ilícitas”, detalha Karine.

Alguns exames do pré-natal são solicitados para preenchimento da ficha da doadora, como VDRL (Sífilis), HIV e Hepatite.

Para doar, a mãe não precisa se deslocar. Caso esteja apta para doar o leite, o BLH-MOV envia todo o material necessário para a coleta e as profissionais vão até a residência da doadora uma vez por semana, para buscar os frascos com o leite que ela coletou.

Todo leite doado passa por várias etapas rigorosas de seleção e análises microbiológicas, até ser pasteurizado e estar pronto para distribuição.

Cadastro e agendamento

Recentemente, o cadastro de doadoras para o Banco de Leite Humano, assim como a marcação de consultas para mulheres com dificuldades ao amamentar, passou a ser realizado por meio do Portal MG e do aplicativo MG App. Para marcar consulta ou se cadastrar como possível doadora de leite no Portal MG, as mães devem entrar utilizando o login da conta GOV.BR.

Para doar leite, a interessada deve preencher um formulário on-line com dados sobre sua saúde e anexar os exames médicos requeridos pelo Ministério da Saúde para possíveis doadoras – os mesmos do pré-natal.

As informações são enviadas para o banco de leite ou para o posto de coleta para avaliação e, após a análise, as mulheres recebem, por e-mail, o resultado informando se estão aptas ou não a doar. Em seguida, as doadoras receberão uma ligação da equipe do BLH ou do posto de coleta.

As mães que tiverem interesse em ser doadoras ou apresentarem dificuldades em relação ao aleitamento materno também podem entrar em contato com o Banco de Leite Humano da MOV pelos telefones (31) 3298-6008 ou 3337-5678, de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h ou das 13h às 17h.

A Fhemig ainda possui dois postos de coleta em suas unidades:


• Hospital Júlia Kubitschek (Belo Horizonte) – (31) 3389-7880;



• Hospital Regional João Penido (Juiz de Fora) – (32) 3691-9500.

Incentivo

Com o objetivo de ampliar e fortalecer a rede de bancos de leite e postos de coleta, a SES-MG publicou as resoluções 8.466/22 e 8.467/22, que tratam da ampliação das redes de BHL e PCLH no Sistema Único de Saúde de Minas Gerais (SUS/MG), além do incentivo para reforma, construção, aquisição de equipamentos para essas novas estruturas e o custeio estadual para aqueles que estão em funcionamento.

Os BLH e PCLH são financiados pelo Ministério da Saúde e Minas Gerais complementa este recurso com R$ 1.587.600 todo ano, para custeio e manutenção.

Ferub reúne quase 150 pessoas em dia de campo sobre cultura da uva

Evento contou com palestras e visita técnica na Fazenda Buriti durante esta sexta-feira (17)

Secretaria de Governo e Comunicação/PMU

A Fundação Excelência Rural de Uberlândia (Ferub) realizou, nesta sexta-feira (17), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), um dia de campo sobre a cultura da uva. Com palestras e visita técnica, as atividades aconteceram na sede da instituição municipal, na Fazenda Buriti, e contaram com 140 participantes.
Com o tema “Vitivinicultura e a Produção de Vinhos Finos em Minas Gerais”, a palestra principal foi ministrada pelo engenheiro agrônomo Deny Sanábio, coordenador técnico estadual de fruticultura da Emater-MG/Belo Horizonte. O diretor de projetos e pesquisa da Ferub, o engenheiro agrônomo Mayer Andrade Santos, guiou o grupo pelo parreiral cultivado na fazenda.
O evento ainda teve espaço para degustação e harmonização de vinhos e queijos. A iniciativa também integra a programação estadual do projeto “Circuito Frutifica Minas 2024”.

PLDO 2025 prevê déficit do Estado de R$ 3,75 bilhões para o próximo ano

Projeto de lei foi enviado à ALMG na quarta-feira (15/5); déficit projetado é mais de 50% menor que o previsto na LOA 2024, de R$ 8,1 bilhões
O déficit orçamentário de Minas Gerais para o exercício de 2025 pode ser de cerca de R$ 3,75 bilhões, de acordo com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) encaminhado, nesta quarta-feira (15/5), pelo Governo de Minas à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O déficit projetado é 53,7% menor em relação ao previsto na Lei Orçamentária (LOA) 2024, de R$ 8,1 bilhões.

GOV. MG

Como resultado esperado da condução responsável das políticas públicas, as projeções do PLDO 2025 indicam a melhoria nas estimativas previstas para 2024, mas ainda com a persistência de uma situação fiscal delicada no Estado. O projeto estima um aumento de receitas superior ao aumento das despesas, possibilitando a expectativa de redução do déficit e uma tendência de equacionamento das contas públicas, ainda com desafios importantes para o alcance desse objetivo.

O PLDO 2025 estabelece as metas e prioridades da administração pública estadual, incluindo as despesas de capital para o próximo ano, e orienta a elaboração da lei orçamentária para o exercício subsequente.

Receitas

A receita estimada no PLDO para o Estado em 2025 é de R$ 129,5 bilhões, frente aos R$ 114,4 bilhões previstos na LOA 2024.

As receitas de Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria, que são a maior parte da receita fiscal, apresentam uma variação de 7% na comparação entre a projeção do PLDO 2025 (R$ 110,2 bilhões) e da LOA 2024 (R$ 103,0 bilhões). As receitas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) correspondem a 75,6% do total da receita tributária.

Com relação às Transferências de Capital, o PLDO 2025 prevê receitas da ordem de R$ 7,2 bilhões, montante bastante superior aos R$ 962 milhões estimados na LOA 2024, devido, principalmente, à inclusão de receitas provenientes do convênio para a realização de investimentos no metrô de Belo Horizonte, no montante de R$ 5,3 bilhões.

Despesas

A despesa projetada para 2025 é de R$ 133,2 bilhões, frente aos R$ 122,5 bilhões previstos na LOA 2024. As despesas obrigatórias, cuja determinação ocorre, em regra, em dispositivos legais e vinculantes, equivalem a 82,9% da despesa total, totalizando R$ 110,4 bilhões. Elas correspondem, ainda, a 85,3% da receita fiscal estimada no PLDO 2025.

As principais despesas obrigatórias são o pagamento de pessoal e encargos sociais (R$ 78,6 bilhões), demais despesas constitucionais (R$ 12,9 bilhões) e despesas com o pagamento do serviço da dívida (R$ 7,5 bilhões).

Déficit previdenciário

O déficit previdenciário, um dos principais responsáveis pelo resultado orçamentário negativo registrado pelo Estado, apresenta relativa estabilidade na comparação entre os valores da LOA 2024, que era de R$ 21,669 bilhões, e das projeções da LDO 2025, de R$ 21,477 bilhões, com redução de cerca de R$ 192 milhões.

Regime de Recuperação Fiscal

As projeções do PLDO 2025 levam em conta o cenário de homologação da adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) junto à União, visto que ainda não é possível considerar de forma concreta outras projeções relativas à dívida pública do Estado. Nessa perspectiva, o Estado se beneficia com a redução no pagamento do Serviço da Dívida relacionado aos contratos administrados pela União.

Teste do Pezinho em Minas identifica, pela primeira vez, bebê com imunodeficiência combinada grave

Doença rara afeta o sistema imunológico e o diagnóstico precoce é essencial

O Programa de Triagem Neonatal (PTN), mais conhecido como teste do pezinho, realizado na rede pública de saúde estadual, diagnosticou, pela primeira vez, uma criança com imunodeficiência combinada grave (SCID), doença rara que acomete um a cada cerca de 50 mil bebês.
A SCID é um grupo de doenças genéticas em que o sistema imunológico está comprometido, resultando em número baixo ou ausente de linfócitos e baixos níveis de anticorpos (imunoglobulinas).

GOV. MG

Embora seja considerada uma emergência imunológica, a doença tem tratamento e cura. O diagnóstico já nos primeiros dias de nascimento do bebê amplia as possibilidades de sobrevivência.

Segundo o médico imunologista e coordenador do setor de Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jorge Andrade Pinto, uma das consequências da SCID é que a criança não responde de forma eficiente aos agravos que ocorrem na infância porque não é capaz de produzir anticorpos em níveis adequados para defender seu organismo.
“O bebê nasce mais suscetível a doenças comuns nessa faixa etária, que geralmente são facilmente combatidas pelo sistema imunológico. É um problema grave, pois, com uma resposta imunológica ineficiente, a criança é suscetível a evoluir negativamente quando acometida por doenças infecciosas comuns. Para ela, uma gripe pode ser fatal”, explica ele.
Desta forma, assim que identificada a doença, é imprescindível que o tratamento seja iniciado. De acordo com o imunologista, inicialmente, são adotadas medidas preventivas para evitar infecções por bactérias, vírus e fungos.

Também deve ser iniciada a reposição de imunoglobulina, fornecimento de fórmula láctea e suspensão de vacinas com organismos vivos até que seja possível realizar o transplante de medula óssea, única opção de cura definitiva.
“Esse conjunto de medidas permitem que a criança se mantenha estável e livre de infecções até a realização do transplante. Então, ao fazer a triagem logo no nascimento, temos tempo hábil para instituir todas as medidas terapêuticas e profiláticas e preparar esse bebê para a jornada de cura, que é o transplante”, esclarece Jorge Andrade Pinto.
De acordo com o médico, o transplante de medula óssea em criança portadora de SCID é uma intervenção viável e curativa.

“Como o sistema imunológico é praticamente inexistente, uma vez que se tenha um doador compatível, a chance de sucesso do transplante é alta. Quando esses pacientes são transplantados em tempo hábil, ainda nos primeiros meses de vida, mais de 90% deles terá uma vida normal”, avalia o especialista.
Teste do pezinho
O Programa de Triagem Neonatal (PTN), conhecido popularmente como teste do pezinho, identifica doenças raras de natureza metabólicas, genéticas e infecciosas, nos primeiros dias de vida dos bebês. Realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a triagem permite rastrear precocemente as doenças, favorecendo a realização do tratamento rápido e adequado, impedindo sequelas associadas e, até mesmo, o óbito.
Em Minas Gerais, o teste do pezinho foi ampliado em 30/1/2024. Até o ano passado, era possível identificar 12 doenças raras. Com a ampliação, os recém-nascidos no estado estão sendo testados para 15 doenças, incluindo, além da imunodeficiência combinada grave (SCID), a atrofia muscular espinhal (AME) e a agamaglobulinemia (Agama).
Para o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, a ampliação está gerando ótimos resultados. “Desde a ampliação, já tivemos cinco bebês diagnosticados com AME e que estão sendo tratados e acompanhados pelo Hospital das Clínicas, com todas as possibilidades de levarem uma vida típica, sem sintomas ou sequelas da doença”, destaca.
“No caso da SCID, a criança nasce sem imunidade nenhuma e qualquer infecção pode ser fatal. Mas esse bebê, que é uma menina, do Triângulo Mineiro, já está sendo tratada, recebendo a profilaxia, e poderá ser curada com o transplante de medula óssea. Além dela, outros dois casos de SCID também estão em investigação, o que representa mais chances de cura, mais chances de vida para esses bebês e mais qualidade de vida para suas famílias”, salienta o secretário.
O secretário-chefe de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro, também ressalta o avanço nos diagnósticos. “Muitas doenças raras, se não forem tratadas logo, podem ser fatais, como o caso da SCID”, enfatiza.
Aro reforça ainda que, a partir do diagnóstico, a criança receberá os cuidados necessários e terá a chance de crescer de forma saudável. “O Teste do Pezinho ampliado, sem dúvidas, é uma das maiores vitórias que nós já conquistamos aqui em Minas”, declara.
Jornada para a cura

O vigilante Éverson Silva e a esposa Fernanda, moradores do município de Lapão, no interior do estado da Bahia, passaram por todo esse processo com a filha Helena, que completou, nesta semana, 4 anos.

“Essa doença ainda é muito desconhecida aqui no Brasil. Nossa filha Evelyn faleceu com quatro meses de vida por uma infecção generalizada e não tínhamos um diagnóstico. Então, quando a Helena nasceu, corremos para fazer uma investigação mais aprofundada e foi então que descobrimos a SCID. Helena estava com dois meses e passou por todo o processo de cuidado preventivo enquanto esperávamos um doador”, conta ele.

O transplante de medula óssea da pequena Helena foi realizado em 2020, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Curitiba, quando ela tinha apenas quatro meses de vida.

“Graças ao tratamento inicial e ao transplante, Helena já tem 4 anos e vive plenamente, cheia de sonhos com o futuro inteiro pela frente, como toda criança na idade dela. Ela vive uma vida típica, é uma criança feliz, que vai para creche, que corre e brinca e é a alegria da nossa vida”, conclui o pai orgulhoso.
Doenças raras
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças raras são aquelas que afetam até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos ou 1,3 a cada dois mil.

Essas patologias são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas, que variam de doença para doença, assim como de pessoa para pessoa afetada pela mesma condição. Existem entre 7 e 8 mil doenças raras, sendo que a maior parte delas, cerca de 80%, tem origem genética.
A Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras do Ministério da Saúde foi construída para estabelecer estratégias para reduzir a mortalidade e as manifestações secundárias dessas doenças. Além disso, procura melhorar a qualidade de vida das pessoas, por meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento oportuno, redução de incapacidade e cuidados paliativos.

Triagem
O diagnóstico de doenças raras, por meio do teste do pezinho, pode ser realizado em todas as unidades básicas de saúde (UBS) dos 853 municípios mineiros. O exame é feito a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê após uma punção local.

O indicado é que o material seja colhido entre o 3º e o 5º dia de vida, quando a criança nasce com nove meses (bebê a termo). Quando o bebê é prematuro, são necessárias três amostras para o teste, colhidas no 5º dia de vida, no 10º dia e 30º dia.

Assim que realizam a coleta do material, os municípios enviam ao Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da Faculdade de Medicina da UFMG, para processamento. Diariamente, o Nupad realiza a triagem de cerca de 1,1 mil bebês para as 15 doenças contempladas.
Caso haja alguma alteração no exame, o município do paciente é acionado e novos exames e consultas agendados para confirmação do diagnóstico e início imediato do tratamento.
A coordenadora da Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência e Doenças Raras da SES-MG, Renata Cardoso Ferreira Vaz, destaca os esforços conjuntos para o diagnóstico e cuidado com as pessoas com doenças raras. “Temos uma rede estruturada para o diagnóstico e tratamento das doenças raras e a parceria com o Nupad e Hospital das Clínicas é essencial”, destaca.
“No nosso estado, para todas as doenças identificadas no teste do pezinho estão disponíveis o tratamento imediato e o acompanhamento permanente da criança e isso faz toda a diferença”, ressalta a coordenadora.
Os Serviços de Atenção Especializada e Serviços de Referência em Doenças Raras são responsáveis por ações diagnósticas, terapêuticas e preventivas às pessoas com doenças raras ou sob risco de desenvolvê-las.
Em Minas Gerais, os Serviços de Atenção Especializada são prestados pelo Hospital Júlia Kubitschek e Centro de Especialidades Multiprofissionais (CEM) Dr. Gê, em Bom Despacho. Já os Serviços de Referência em Doenças Raras são no Hospital Infantil João Paulo II e Hospital das Clínicas da UFMG, em Belo Horizonte; e no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em Juiz de Fora.
Confira abaixo as doenças que podem ser identificadas atualmente pelo PTN em Minas Gerais:
• Hipotireoidismo congênito
• Fenilcetonúria
• Doença falciforme
• Fibrose cística
• Deficiência de biotinidase
• Hiperplasia adrenal congênita
• Toxoplasmose congênita
• Atrofia Muscular Espinhal (AME)
• Imunodeficiência Combinada Grave (SCID)
• Agamaglobulinemia (AGAMA)
• Deficiência de acil-CoA desidrogenase de cadeia muito longa (VLCADD)
• Deficiência de acil-CoA desidrogenase de cadeia longa (LCADD)
• Deficiência de proteína trifuncional – DPTC
• Deficiência primária de carnitina – DPC
• Deficiência de acil-CoA desidrogenase de cadeia média (MCADD)

BDMG vence prêmio internacional a partir da experiência da linha de crédito “Sustentabilidade”

Instituição mineira recebeu premiação por financiar iniciativas verdes em parceria com o Banco Europeu de Investimento, se destacando entre players de toda a América Latina

GOV. MG

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) venceu o prêmio Alide-Verde 2024 pelo histórico de atuação no financiamento a projetos verdes, especialmente por meio da linha de crédito “BDMG Sustentabilidade”, fruto de parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI).

O resultado foi anunciado na quinta-feira (16/5), durante a 54º Assembleia Anual da Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras para o Desenvolvimento (Alide), nesta edição realizada em Fortaleza (CE), e reuniu instituições de mais de 20 países.

A maior parte dos recursos oferecidos por meio da linha “BDMG Sustentabilidade” é referente a contratos entre o BDMG e o BEI, em uma captação de mais de EUR 120 milhões, cerca de R$ 600 milhões.

A instituição mineira foi a primeira entre os bancos de desenvolvimento a obter sucesso na alocação da totalidade dos recursos disponibilizados pela instituição europeia no Brasil.

“O banco conseguiu a parceria inédita com o BEI que nos trouxe até este prêmio hoje. Os recursos do contrato com o BEI proporcionaram ao BDMG oferecer a empresas de diferentes portes e setores em Minas Gerais opção de crédito de longo prazo a custos acessíveis para investimentos em iniciativas sustentáveis”, ressalta o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.

Ele afirma ainda que o acesso ao crédito não apenas promove a diversificação da matriz energética de Minas Gerais, como também a mitigação as mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento econômico sustentável. “Esse é o círculo virtuoso da atuação de um banco de desenvolvimento”, completa.

Somente por meio da linha BDMG Sustentabilidade e outros produtos relacionados, foram desembolsados quase R$ 1 bilhão de 2019 a 2023 para 290 clientes localizados em diferentes municípios mineiros, o que possibilitou a concretização de projetos de energia solar fotovoltaica, biomassa, energia hidrelétrica, além de projetos de eficiência energética, como iluminação pública eficiente.

Os projetos financiados são acompanhados com a mensuração da geração de energia limpa esperada e estimativas de emissões evitadas de gases de efeito estufa.

Financiamento verde

Entre os projetos financiados pela linha “BDMG Sustentabilidade” está o da empresária Heloísa Junqueira.

Ela e os dois sócios da H. Junqueira buscaram recursos para construir uma usina fotovoltaica em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

“Sem o crédito do BDMG a usina não teria sido construída. O banco proporcionou a realização deste negócio, que é rentável para nós que somos investidores, e benéfico para o meio ambiente, além de permitir redução na conta de luz do consumidor final. Desejo que essa linha do BDMG seja um estímulo para que outras pessoas coloquem suas ideias em prática”, conta a empresária, lembrando que as condições oferecidas para o negócio foram melhores do que as de outras instituições.

“O projeto movimentou toda a cidade, com a contratação de profissionais locais, aquecimento da rede hoteleira, restaurantes, além, claro, do fornecimento de energia limpa. Sustentabilidade não é uma coisa do futuro mais. É uma necessidade urgente. Tenho muito orgulho desse empreendimento”, completa Heloísa Junqueira.

A usina conta com 4.992 placas solares que são capazes de gerar 370 mil KWh, suficientes para abastecer cerca de 2,5 mil residências com dois moradores.

Os sócios optaram por arrendar o espaço para uma empresa que fará a comercialização da energia para os consumidores finais.

Atualmente, Minas Gerais é referência nacional em energia solar fotovoltaica, sendo o estado líder em geração e tendo 100% dos 853 municípios com ao menos uma unidade de geração de energia solar fotovoltaica, marca fundamental para entender o compromisso assumido pelo Governo de Minas de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.

“A experiência com o BDMG Sustentabilidade pode ser replicada por outras instituições financeiras de desenvolvimento da América Latina, com o aprimoramento da capacidade institucional para mensuração de impacto e do acesso a recursos financeiros de parceiros nacionais ou multilaterais aderentes ao perfil dos projetos de mais longo prazo, como disponibilizado por muitos dos membros da Alide”, acrescenta o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.

Considerando todos os desembolsos do banco relacionados a algum dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, são mais de R$ 5,2 bilhões em financiamentos desde 2020, incluindo financiamentos em energia, mas também ligados à saúde, educação, geração de emprego, urbanização, inovação, saneamento e transporte, entre outros.

Sobre a Alide

Com sede em Lima, no Peru, a instituição tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento social e econômico da região e dos países parceiros por meio de boas práticas financeiras. Entre os membros estão instituições de diversos países como Rússia, Alemanha, Canadá, Índia, Argentina, México e Colômbia, entre outros.

Esta foi a 16ª edição do prêmio que visa reconhecer iniciativas ou programas pela sua relação direta com projetos de combate e adaptação às alterações climáticas. Ao todo, 37 propostas concorreram nas categorias da premiação.