Campos Neto-BC!

Tania Tavares – Professora – SP – taniatma@hotmail.com

Os petistas Gleise,Tatto, Pochmann, etc… além dos seus seguidores atacam o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, pois ele foi indicado por outro PR é independente e contém a inflação, coisa que os políticos petistas alojados em ótimos cargos desconhecem em seus bolsos. Eles atacam Campos Neto, que não foi indicado por eles, pois querem os seus “domesticados” indicados na Petrobras, Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal e Correio, que só dirigem -já vimos este filme- de acordo com os desejos do chefe Lula, e não o que precisa por exemplo:Não explorar petróleo próximo a Foz do Rio Amazonas. Nos poupe!

O TRIÂNGULO JÁ FOI PAULISTA E GOIANO

Antônio Pereira – Jornalista, escrotpr e historiador

Depois de ter sido meio espanhol e um tanto capixaba, o Triângulo passou por mais duas situações administrativas antes de ser mineiro: foi paulista e foi goiano.
Nos finais do século XVI, os reinos de Portugal e Espanha foram fundidos num só sob o comando do rei Fernando II, espanhol. Com isso, não havia mais razões de existir a linha demarcatória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, os limites marcados anteriormente pelo reino de Portugal para as Capitanias Hereditárias tiveram seus interiores totalmente desrespeitados, mesmo porque os capitães governadores estavam preocupados apenas com o litoral. Como diziam os jesuítas, eles arranhavam a praia como os caranguejos.
A capitania de São Vicente, depois capitania de São Paulo, terra dos mais autênticos mamelucos, vivia momentos angustiantes de pobreza, mas valentes e dispostos a permanecer no lugar, os paulistas organizaram bandeiras que saiam a aprisionar índios para escravizá-los e vendê-los. Foi o meio de vida dos primeiros bandeirantes.
Dessa forma, eles alargaram suas fronteiras interiores. A tal ponto que o Sul do país passou a ser paulista mais o Triângulo, Goiás e Mato Grosso. Tudo paulista.
Curiosa a situação das terras de Minas Gerais (que ainda não existia como Capitania) nessa época. O gado nordestino veio subindo pelas margens do São Francisco à cata de vegetação mais fresca e foi arrastando a peonada e as divisas interiores das capitanias da Bahia e de Pernambuco. Então, o Leste mineiro ficou pertencendo à Bahia e o Oeste a Pernambuco. O Sul e o Triângulo ficaram para São Paulo.
Foi o período do Triângulo paulista. Que durou até que a exploração do ouro e seu controle exigiram a criação das capitanias das Minas e de Goiás.
Primeiro se criou a das Minas e se estabeleceram os limites com São Paulo. Ao Sul foi muito problemático, mas não nos interessa; no Triângulo foi muito fácil porque não havia riqueza nenhuma e pouco preocupou sua demarcação. Mas houve. Ela pegava da foz do rio São Marcos, no Paranaíba, e vinha em linha reta até o rio Grande, no ponto em que ele faz um ângulo quase reto ao tomar o rumo do Sul, ali pelas proximidades do Desemboque.
Com a descoberta de ouro em Goiás, com o mesmo objetivo fiscalizador, criou-se a capitania goiana. Como área saída de São Paulo, o Triângulo incorporou as terras que formaram Goiás por ficar no meio do caminho, mantendo a mesma divisa com a capitania mineira.
A passagem do Triângulo, de Goiás para Minas, é que foi curiosa. Os aventureiros do Desemboque procurando safar-se de uma derrama que se planejava para a capitania das Minas convenceram as autoridades goianas de que o Desemboque ficava dentro da área do Triângulo, o Triângulo era goiano, quando, não ficava. Goiás mandou forças para a região, tomou posse do Desemboque e nomeou suas autoridades. Não satisfeitos com o avanço sobre parte do território mineiro os goianos invadiram Araxá e nomearam suas autoridades. Aqui, entretanto, o carro pegou porque os araxaenses não aceitaram a invasão e peticionaram ao príncipe d. João para que fosse respeitado o limite entre as duas capitanias. A essa altura, Goiás já tinha elevado o Desemboque a sede de Julgado com jurisdição sobre toda a mesopotâmia formada pelos rios Grande e Paranaíba.
A situação era a seguinte: todo o Triângulo, até proximidades do Desemboque era, desde o início, goiano, passado que foi de São Paulo para Goiás. O Desemboque e Araxá eram mineiros desde a criação da capitania, porém estavam aposseados pela capitania goiana.
Os principais de Araxá requereram e foram atendidos. D. João ao determinar que as terras do Araxá e do Desemboque retornassem a Minas referiu-se não às vilas do Desemboque e do Araxá, mas à comarca (ou Julgado) do Desemboque e, nessas condições, ia o Triângulo a reboque para Minas. A ganância goiana deu com os burros n’água e fez a capitania perder a enorme área do Triângulo.
Essa, pois, em linhas rápidas, a história do Triângulo paulista, goiano e, finalmente, mineiro.

OBS IMPORTANTE: O Julgado do Desemboque, criado em 1766, atingia todo o Triângulo Mineiro mais o Sul de Goiás. Dez anos mais tarde, foi criado o Julgado de Santa Cruz, no Sul de Goiás que passou a ter jurisdição sobre esta área. Ficou com o Desemboque apenas o Triângulo. (Freitas, José Ferreira, Sertão da Farinha Podre, ed. Do A., 2002)

O NOME DA CIDADE

Antônio Pereira – Jornalista e escritor- Uberlândua- MG

A velha Livraria Kosmos, nos princípios do século passado, reunia, todas as tardinhas, os intelectuais da tranquila Uberabinha, entre eles, o rábula Francelino Cardoso e o guarda livros João de Deus Faria que o Francelino apelidara de “mulato malcriado”. João de Deus era baiano e tinha vindo de São Paulo contratado por Antônio Rezende Costa para fazer a escrita de suas firmas. Rezende Costa, paracatuense, foi um dos nossos grandes empresários dos princípios do século XX, estabelecido à praça dr. Duarte.

A Livraria Kosmos era a mesma que encerrou atividades há alguns anos, só que, naquele tempo, ficava no começo da rua Marechal Deodoro, próximo à praça dr. Duarte. Vendia camas, sanfonas, penicos, arame farpado, de tudo, inclusive livros e papelarias. Editava também um jornal chamado “O Brazil”, com “z” mesmo, cujo gerente era o cronista Pedro Salazar Pessoa Filho. Na verdade, Salazar teve as mais diversas profissões. Na ocasião, era jornalista. Zacharias Alves de Mello, proprietário da Livraria e do jornal, mais o Pedro Salazar, lançaram um plebiscito a ser respondido pelas pessoas cultas do lugar. Queriam mudar o nome da cidade. Era 1910. Enviaram muitos nomes, mas logo que chegou “Uberlândia”, que ganhou o gosto do público, sugerido por João de Deus Faria, que justificava a sua indicação com o significado da palavra, “Terra Fértil”, o Tenente Coronel da Guarda Nacional, José Theóphilo Carneiro, conhecido como “Seu Zeca”, estrilou.

Mandou chamar o Pedro Salazar.

– Menino, lhe chamei para lhe dizer: você e seu Zacharias parem com esse negócio de mudança do nome da cidade. O nome de Uberabinha é intocável. Se vocês continuarem com essa história vou recomendar aos meus correligionários que não assinem mais o seu jornal nem comprem nada na Livraria.

Salazar comunicou ao Zacharias as ameaças do Coronel e, no dia seguinte, “O Brazil” publicou uma nota meio desenxabida extinguindo o plebiscito. O nome apontado pelo “mulato atrevido”, João de Deus Faria, tinha pegado bem e ficou na memória do povo, principalmente na do próprio Coronel Carneiro.

Lá por 1928, 18 anos depois do plebiscito, o Coronel Carneiro, já idoso e sofrendo a perda da esposa querida, Don’Anna, ganhou algum alento retomando a campanha que ele suspendera. Enfim, tinha entendido que não era muito agradável ser uma Uberaba pequena para sempre. Sem aquela sensibilidade e conhecimento do João de Deus e no seu estilo mandão, o Coronel decidiu sozinho que Uberabinha deveria chamar-se “MARAVILHA”. Pois Uberabinha não era uma maravilha? E começou intensa campanha a favor desse nome.

Organizou várias listas de assinaturas pedindo a mudança para Maravilha e distribuiu entre amigos, entre eles d. Maria Monteiro (esposa do dr. Benjamim Monteiro), Geraldinho Carneiro (seu filho), Cláudio Fernandes, D. Iveta Borges Fernandes, Domingos Carata, d. Santina e outros. Uma lista ficou no balcão do Armazém dos Carneiro e outra com o próprio Coronel que colheu mais assinaturas do que todos os outros juntos. Além disso, registrou de próprio punho o apoio das autoridades locais. A lista começava com o Agente Executivo Octávio Rodrigues da Cunha, o Juiz de Direito, o Pároco, o Presidente do Partido “Cocão” (Virgílio Rodrigues da Cunha), o Presidente do Partido “Coió” (Marcos de Freitas Costa) e várias outros.

Espalhou pelos jardins da cidade e por todos os cantos sementes de uma florzinha simples, chamada “maravilha”.

No dia 22 de setembro de 1929 escreveu ao Presidente do Estado, Antônio Carlos, pedindo a mudança. E despachou mais correspondências para políticos influentes, congressistas, chefes de partidos, secretários do governo etc.

Mais para o fim do mês zarpou para a Capital. Queria acompanhar a votação do Projeto de Lei que mudaria o nome da sua “maravilhosa” cidade. Naquele tempo, o Estado tinha Câmara e Senado. Acompanhando o processo em sua passagem pelo Senado, o Coronel encontrou-se com seu velho companheiro, o Senador Estadual Padre João Pio, que, depois dos cumprimentos amistosos, quis saber o que trazia o coronel à capital. Explicado que acompanhava a tramitação de um Projeto que mudaria o nome de Uberabinha, João Pio quis saber qual o novo nome para a velha São Pedro de Uberabinha.

– Maravilha! – respondeu todo orgulhoso o coronel.

João Pio estranhou o nome, tombou a cabeça como quem pensa se fala ou não fala.

Falou.

– Carneiro, você não acha que Maravilha é nome de vaca?

Sacudido pela surpresa, desapontado, o coronel, de pronto não soube o que responder, mas o Senador ajudou.

– Se você tiver um outro nome, eu me proponho a apresentar um substitutivo amanhã mesmo.

Num estalo, o coronel lembrou-se do nome proibido e ali, na hora, passou-o ao Senador.

– No dia 3 de outubro telegrafou para o Presidente Antônio Carlos: “Ontem resolvi propor senadores Camillo e Padre João Pio trocar o nome Maravilha para o de Uberlândia que será apresentada emenda hoje.”

E foi assim que a Lei nº 10.126, de 19 de outubro de 1.929 mudou o nome da velha Uberabinha para Uberlândia, passando pelo grave risco de ser Maravilha.

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ELE BVOLTOU…

Tania Tavares – Professora – SP – taniatma@hotmail.com

Não entendi o porquê TVs resolveram ressuscitar José Dirceu* entrevistando-o; mas novamente me preocupou uma fala dele que diz “Lula tem que ficar 8 anos no poder”, o que quis dizer com isto? Que toda a totalidade dos Tribunais estariam com a maioria de indicados por Lula, e aí ele poderia fazer o que quisesse? Até virar um autocrata?

*Há pessoas que acham que houve dedo do JD no oito de Janeiro!!!

O PÔR DO SOL

Ana Maria Coelho Carvalho – Bióloga – Uberlândia – MG – anacoelhocarvalho@terra.com.br

No livro “O Pequeno Príncipe”, o principezinho morava em um planeta bem pequeno. A sua vidinha era melancólica e por muito tempo sua única distração era a doçura do pôr do sol. Podia contemplar o espetáculo várias vezes por dia, bastava afastar sua cadeira para pontos diferentes do planeta. Em certo trecho, ele comenta com seu amigo aviador:-“Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!” E um pouco mais tarde, acrescentou: -“Quando a gente está triste demais, gosta do pôr do sol…” O aviador perguntou:-“Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?” Mas o principezinho não respondeu.

Também gostaria de ver o sol se pôr várias vezes num mesmo dia, não por tristeza, mas pela beleza do espetáculo. Felizmente tive oportunidade de assistir a um pôr do sol inesquecível, valeu pelos quarenta e três do principezinho. Não apenas pela magia e doçura, mas pela singularidade do local de observação, pela história de vida do ex-proprietário e pelo respeito demonstrado pelos turistas. Tudo aconteceu na Casapueblo, em Punta del Este, Uruguai. O lugar é hotel e museu. Foi o ateliê do renomado artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, que faleceu em 2014, aos 91 anos. Ele era pintor, escultor, compositor, escritor, muralista e construtor. Casapueblo é a sua “escultura viva” em frente ao mar, uma verdadeira cidadela toda branca, formada por partes arredondadas que simulam os ninhos de barro do pássaro Forneiro, comum na região. Foi construída à mão, em vários estágios, durante 30 anos, e todos os quartos, salas e varandas são voltados para o mar e ligadas por corredores que formam um verdadeiro labirinto. Quando Vilaró terminou a construção percebeu, surpreso, que a cidadela havia ficado com a forma do mapa do Brasil. No museu encontram-se quadros e esculturas do artista, com cores vibrantes e que abordam principalmente os temas cultura afro uruguaia e mulher. Cada cor tem um significado: o azul colonial é nostalgia, o branco é ansiedade de ser cor, o verde é vida, o rosado é o amanhecer do amor. Em uma sala, os turistas podem assistir a um filme sobre o artista, no qual Vilaró narra suas viagens e mostra suas obras ao redor do mundo. Conta do acidente em 1972 com o filho, Carlito Páez, que viajava de avião com um time de rugby e esse caiu na cordilheira dos Andes, no Chile. Depois de 72 dias, 17 sobreviventes foram encontrados e entre eles estava seu filho. No filme sobre sua vida, a descrição que Vilaró faz do abraço que deu no filho, quando o encontrou, dá vontade de chorar. Vilaró nunca desistiu de procurá-lo e conversava com ele todas as noites, olhando para a lua (escreveu o livro “Entre mi hijo y yo, la luna” ).

Assim, num local construído por uma pessoa tão especial, centenas de pessoas esperavam o pôr do sol do alto da Casapueblo, olhando a vastidão do horizonte se encontrando com o mar. Matizes de vermelho, laranja e roxo cobriam o céu (eu não sabia que o roxo combinava tanto com laranja). Momento de silêncio, de respeito, de magia. Hora de agradecer a Deus por mais um dia, pelos momentos difíceis e pelos bons momentos, de sentir que a vida vale a pena. Uma foto, um abraço, um afago, o vento no rosto, o barulho do mar, o céu colorido, o sol como uma imensa bola de fogo baixando devagar. Quando desapareceu, as pessoas bateram palmas e algumas brindaram com vinho. Ao fundo, a voz gravada de Vilaró: “tchau, sol, te quiero mucho, gracias por tu encanto”. Tudo muito lindo, até senti a presença do Pequeno Príncipe por lá. E de Deus também.