Tempo de vacas magras

Ivan Santos – Jornalista

Não é só as estradas esburacadas que contribuem para reduzir os lucros dos agricultores do Brasil, principalmente os produtores de soja. Neste ano, as margens de lucro que foram excelentes para quem plantou soja. A principal razão para a eclosão negativa é a forte elevação dos custos de produção. Os insumos para plantar foram comprados sob influência de um dólar perto acima de R$ 5,00 e na comercialização da safra, a contabilidade do custo foi ruim. Os técnicos do Ministério da Agricultura estimam que o combate às pragas da lavoura consumiu mais de sete sacas de grãos por hectare na colheita. Os custos de produção subiram
impulsionados também pela alta do petróleo. Parte da produção perdeu-se nas estradas esburacadas até os portos ou às indústrias de transformação. O lucro presumido escoou no trajeto da fazenda ao destino de comercialização. Nesse processo os produtores perderam competitividade e ânimo. A margem de lucro da produção de soja no Brasil, neste ano, está negativa. Só se salvará quem não tiver dívida no Banco, usou alta tecnologia e obteve boa produtividade. Nestas condições estão poucos produtores. A Associação dos Produtores de Soja no Mato Grosso informou recentemente que a redução na colheita de soja, o ânimo para a próxima safra ainda não está aquecido.
Contribuem efetivamente para as perdas as estradas esburacadas e quase intransitáveis. A crise agrícola deste ano já chegou às fábricas de bens de capital (tratores e máquinas agrícolas). A queda nesse setor já chegou a 28% no primeiro trimestre deste ano. A receita em dólares dos produtores de soja pode cair além da previsão se o real continuar valorizado como está. O tempo das vacas gordas, nas lavouras de soja parece que caminha para um intervalo antes de chegar no fim.

Novo Retrato em preto e branco do Brasil

Ivan Santos – Jornalista

O governo do Brasil não tem dinheiro para melhorar a infraestrutura, custear como devia os serviços de saúde, a educação, ações de segurança ou oferecer três refeições diárias a todos os pobres do País. Não adianta pressionar o governo porque os governantes não podem obrar milagres. Essa dura realidade foi revelada pelo Banco Central num relatório que divulgou informações sobre as contas públicas do País no primeiro trimestre deste ano. O governo contabilizou nesse período, uma soma fantástica que deixou saldo positivo de R$ 27,7 bilhões ou 35% a mais do que arrecadou no mesmo período do ano passado. Os técnicos em contas públicas denominam esse tipo de saldo de “superávit primário” ou resultado positivo da diferença entre as receitas e despesas do País, exceto o que o governo pagou de juros no conjunto formado pela União, Estados e Municípios mais o movimento das empresas estatais. Para produzir esse resultado foi grande o esforço dos cidadãos do país que contribuíram com a mais pesada carga tributária da história do Brasil: 36% do PIB (Produto Interno Bruto) anual. Mas todo esse esforço não foi suficiente para pagar os juros da dívida pública de mais de R$ 3 trilhões.
Após o governo contabilizar as receitas e as obrigações a pagar, o rombo nas contas públicas ou déficit nominal foi de CR$ 500 bilhões. Estas informações estão no site do Banco Central e foram divulgadas nos principais jornais nacionais.
Para realizar esse número, os brasileiros realizaram esforço maiúsculo, as estradas permanecem esburacadas, a violência cresceu em todo o País, aumentaram o desemprego, o achatamento salarial e o trabalho informal. O medo continua a ocupar o lugar da esperança. Houve protestos no Dia Primeiro de Maio, mas o Presidente preferiu o proselitismo político. Assim está o Brasil em 2005.

Reforma para tudo continuar como sempre foi

Ivan Santos – Jornalistqa

O governo já prepara a reforma ministerial antes de chegar o fim do ano. Uma fonte do Palácio do Planalto informou no começo desta semana que a reforma não terá caráter político; será administrativa. É preciso ver, para crer. Nos meios políticos há muita agitação. Os caciques dos Partidos que querem se aproximar do Governo querem mais cargos e meias bondades e benesses. Como dantes. Nada mudou em Pindorama.
Não é diferente a orientação no PMDB e no PSDB de estão calados.
Se dependesse do pessoal do PFL e dos tucanos, o PMDB seria defenestrado do governo para que eles conquistassem mais cargos. A realidade indica que o que vai ocorrer será uma simples troca de nomes porque o governo não tem projeto novo para mudar os rumos da administração. Se tem, ainda nada anunciou para o conhecimento público. Só se houver planos secretos que serão tornados públicos após a reforma. Na verdade, vai haver apenas acomodações no Planalto. Por exemplo, partidos que perderam importância na base de apoio, como o PTB poderão ficar na praia do Paranoá, a ver barcas navegar. Há, entretanto, a possibilidade de o PPB continuar no Barco.
Não há nomes cotados em Brasília. Todos dependem de Lula e Lula espera por todos
As especulações são muitas. Não há nome entre os novos que sirva pra nada. O governo não está satisfeito com o desempenho do Ministério. Para complicar o jogo no meio de campo, o todo poderoso vice-presidente está no Ministério da Indústria e Comércio e parece não preferir deixar o cargo. O presidente Lula está acostumado com marchas e contra marchas. Na prática a reforma ministerial tão falada não vai passar de uma simples troca de nomes, para tudo continuar como sempre foi, sem nada tirar ou por.

foram recomendados que deixassem de lado as posturas conservadoras e fossem aos bairros discutir com o povão a elaboração do orçamento participativo. “É preciso tirar esta bandeira das mãos dos anticomunistas raivosos e impatrióticos agora porque, no ano que vem, tem eleição sem ele.
O alcaide, que elabora o orçamento assessorado e assessorado por auxiliares da confiança dele, em reuniões secretas do gabinete, foi consultado sobre o programa e não se apôs. Afinal, na hora de botar as dotações no papel, a populaça fica bem longe. Não apita. Então, discutir é só discutir. É como na frase famosa de Millor Fernandes: “ O livre pensar, é só pensar.”
Com o sinal verde aberto, os patrióticos parlamentares municipais, principalmente os da situação, saíram para os bairros para discutir o “orçamento participativo” com a população. Na abertura dos trabalhos, na Associação dos Moradores do Bairro, o chefe dos representantes do povo fez um discurso empolgado e disse que ali estava para dar a palavra a quem quisesse reivindicar benefícios para a população. Um representante da oposição, em discurso inflamado, criticou os situacionistas porque incluiram no projeto de orçamento uma autorização para o prefeito pode a gastar 50% do Orçamento em créditos especiais sem ouvir os vereadores. Um morador, que ouviu as críticas, pediu a palavra e perguntou:
– Mas o que isto tem a ver com a falta de vagas aqui na escola, para os filha da gente?
Ficou sem resposta convincente.
No decorrer da reunião os presentes ficaram animados e uma senhora, com semblante preocupado, perguntou:
– Será que dá para os senhores botarem nesse orçamento um emprego para meu filho e para o meu marido que estão sem trabalho há mais de seis meses?
O silêncio dominou a sala. A mulher recebeu promessa de que alguém iria cuidar dos desempregados. Promeça batuta!
Em outra intervenção, um senhor de meia idade pediu providências no orçamento para trocar as lâmpadas dos postes da rua onde ele mora porque “os meninos quebram todas elas com estilingue”. Uma senhora idosa pediu providências orçamentárias para retirar um ponto de ônibus da frente da casa dela “porque os passageiros sujam tudo, todos os dias”. Assim nesta marcha e com intervenções semelhantes, encerrou-se a sessão extraordinária da Câmara de Utopiápolis para duscutir o Orçamento Municipal para o ano seguinte. O espetáculo vai continuar no ano que vem e tudo continuará como sempre foi sem nada tirar ou por no cenario municipal de Utopiapolis.

Retrato em preto e branco da realidade atual do Brasil atual

Ivan Santos – Jornalista

O governo do Brasil continua sem dinheiro para melhorar a infraestrutura, custear como devia os serviços de saúde, a educação, ações de segurança ou oferecer três refeições diárias a todos os pobres do País. Não adianta pressionar o governo porque os governantes não podem obrar milagres. Essa dura realidade já foi revelada há anos passados pelo Banco Central num relatório que divulgou informações sobre as contas públicas do País. E continua como era. O governo contabilizou nesse período, uma soma fantástica que deixou saldo sempre negativo.
Os técnicos em contas públicas denominam esse tipo de saldo de “superávit primário” ou resultado positivo da diferença entre as receitas e despesas do País, exceto o que o governo pagou de juros no conjunto formado pela União, Estados e Municípios mais o movimento das empresas estatais. Para produzir esse resultado foi grande o esforço dos cidadãos do país que contribuíram com a mais pesada carga tributária da história do Brasil: 36% do PIB (Produto Interno Bruto) anual. Mas todo esse esforço não foi suficiente para pagar os juros da dívida pública de mais R$ 1 trilhão no ano passado. Com os constantes aumentos de juros, os serviços da dívida aumentam de um ano para o outro. Após o governo contabilizar as receitas e as obrigações a pagar o rombo nas contas públicas ou déficit nominal ficou um rombo monumental! Estas informações estão no site do Banco Central e foram divulgadas nos principais jornais nacionais na semana passada. No acumulado dos 12 meses passados o superávit primário do setor público foi positivo: o governo planejou alcançar 4,25 de do PIB em superávit e atingiu 4,84%. Para realizar esse número, os brasileiros realizaram esforço maiúsculo, as estradas permanecem esburacadas, a violência cresce em todo o País, aumentaram o desemprego, o achatamento salarial e o trabalho informal. O medo continua a ocupar o lugar da esperança.

Violência gera mais a violência

Ivan Santos – Jornalista

Nenhum país terá segurança e bem-estar se grupos particulares se organizarem fora da lei para executar ações próprias do Estado em benefício da própria segurança.
Há menos que se modifique a Constituição do País, as ações de segurança para garantir a lei e a ordem são exclusivas do aparelho específico do Estado para esse fim.
Eu me lembro que quando Fernando Henrique Cardoso era presidente o goiano Iris Machado ministro da Justiça algns fazendeiros preocupados com invasões de terras produtivas por ativistas do MST decidiram criar uma instituição denominada Associação Nacional dos Produtores Rurais (Anpru) para defender as propriedades rurais com homens armados. O ministro d Justiça nada fez para deter ou orientar os fazendeiros.
Logo que Iris Rezende Deixou o Ministério, a Polícia Federal, proclamou a Anpru ilegal e deu o primeiro passo para enquadrar as empresas que se organizaram e contrataram guardas rurais para impedir a invasão de fazendas no Pontal do Paranapanema, em São Paulo.
Organizar milícias armadas é prática irregular, sem cobertura legal. E é um desafio aberto às autoridades constituídas. Infelizmente, por razões políticas e eleitorais, o Ministério da Justiça sob o comando da Iris Rezende, omitiu-se, os governadores enfiaram a cabeça na areia como faz o avestruz para esperar passar a tempestade. Enquanto isso, homens armados e treinados para a repressão procuram assumir o papel da polícia, por cima da lei e da justiça, nas ações contra os invasores de terras. A Polícia Federal chamou os responsáveis pelas empresas de segurança privada para prestarem depoimento e alertou à Bancada Ruralista no Congresso que neste país a lei precisa ser obedecida por todos e não somente por quem não tem apoio político ou dinheiro. Portanto, antes de tudo é preciso que os governadores e o Ministério da Justiça tomem providências para intervir e desmantelar a milícia rural criada pelos fazendeiros que temem os invasores de terras. Isto antes que estes também se organizassem militarmente, se armassem e partissem para o confronto.
O Movimento dos sem-terra no Brasil não é uma ação de marginais ou de foras-da-lei. Trata-se de um movimento organizado por cidadãos que se consideram marginalizados no processo social nacional. É, portanto, um problema social que carece de decisão política para ser resolvido e minorado, não de ação policial. Desta forma, guardas de segurança não impedirão invasões de terras mesmo que armados e militarmente treinados. Portanto, o governo precisa, com urgência, tomar providências para evitar um mar de sangue neste país. O movimento dos sem-terra é parte da ação daqueles que se consideram marginalizados. E poderá ficar mais difícil se receber a adesão de trabalhadores que foram expulsos do marcado de trabalho pela “globalização”. Portanto, é preciso acabar, de vez, com o movimento armado comandado por organizações como a nada saudosa Anpru para resolver uma questão que hoje no Brasil é social e não criminal.