TIRO NO PÉ

Tania Tavares

Entra governo sai governo,com raríssimas exceções, quando tem que mexer no orçamento só lembram de tirar da Educação com 190.838 professores e nunca nos salários dos Deputados Estaduais e das 24 e tantas Secretarias…,etc. A desculpa agora é tirar da Educação(do roto) para dar a Saúde (esfarrapado),ou seja, vai piorar. Se o governador Tarcísio tem futuras pretensões de continuar na política, administre o Estado como administraria suas finanças pessoais.

                             CRESCER, MAIS?                      

Uberlândia pulsa, cresce, se expande, recebe por ar e terra novos imigrantes a cada novo dia e originados dos mais diversos cantos deste país. Os setores de indústria, comércio, turismo e serviços fazem aumentar sobremaneira o número de vagas de trabalho, ao mesmo tempo que – necessariamente –  novos postos de atendimento à saúde são criados,  bairros surgem a uma velocidade constante e políticos locais se articulam unidos em prol de uma sociedade mais esperançosa, enquanto na busca por uma vida com maior dignidade e segurança numa cidade já asfixiada,  quase sem fôlego em alguns setores e especialmente na área de assistência e desenvolvimento  social, em decorrência de um crescente e desordenado aumento de invasões de lotes e ligações clandestinas de água e energia elétrica, o que salta aos olhos de quem transita pela periferia e causa evidente  preocupação e constrangimento a uma considerável parcela da nossa população. Essa metrópole amplia-se com vigorosa rapidez mas, por outro lado, facilmente percebe-se o quanto os seus habitantes dão a clara impressão de que deixam-se separar, pouco a pouco, distanciam-se,  isolam-se em seu egoísmo….! Novas pontes e modernos viadutos surgem para ligar bairros e sobrepõe-se a ruas, avenidas e a um rio que cruzam essa urbe e a qual, em muito pouco tempo, deixou de ser conhecida por São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha para logo transformar-se numa descomunal metrópole. Aumenta o numero de veículos leves e pesados que congestionam o trânsito em quase todos os sentidos e horários diurnos, novas linhas de ônibus são necessariamente implementadas e, ainda assim, incoerentemente,  a grande maioria dos habitantes desta influente cidade – incrustada em uma  riquíssima  savana – sente-se cada vez mai isolada, enquanto ocupados em seus compromissos e obrigações diárias. A vida agitada de uma Uberlândia que brotou no cerrado e desabrochou para o mundo e principalmente a partir da década de oitenta do século passado, segue sempre crescente e por isso mais exigente, produzindo utopias, causando a nítida impressão de aumentar a distancia entre os seus habitantes; um paradoxo, sim, mas é a dolorosa realidade e para a qual devem estar muito bem preparados os seus futuros administradores, principalmente no sentido de promoverem uma união de interesses pela busca de uma conexão social cada vez mais cooperativa e participativa em vista de nobres e comuns ideais de vida! Nasci na capital de Minas nos distantes anos 50 do século passado, mas vivi boa parte da minha juventude no afastado e culturalmente rico Vale do Jequitinhonha, onde na grande maioria das cidades os seus habitantes saem de casa à pé e convivem de forma muito  harmoniosa e pacata; há cumprimentos, abraços , conversas “fiadas” e divertidos lero-lero e papo-furado  no interior e nas portas das casas ou praças ; onde encosta-se ao balcão  das farmácias, de algumas “vendas” ou botequins e ali trata-se de assuntos diversos,  causos são desfiados vagarosamente e ouvidos com paciência enquanto sorrateiramente trama-se a política local. E Uberlândia, é claro, um dia também foi assim, enquanto corria límpido, manso e imponente o rio Uberabinha; alias que o diga o historiador  Antonio Pereira , um “escavador de causos”,  memorialista de extrema habilidade literária  e  que há muito  brinda a todos nós com as suas crônicas na imprensa local. Uberlândia chegou a  tal ponto em sua vertiginosa escalada progressista que, aceite-se ou não, tornou-se uma sociedade irrefreável e acumuladora de hábitos e costumes diversos advindos das mais diferentes e distantes regiões brasileiras, uma “Meca” e não de peregrinação mas de busca pelo sucesso pessoal e empresarial de dezenas de milhares de brasileiros. Mas no rastro desta sua escalada econômica, aos poucos e sempre mais surgem inevitáveis problemas relacionados principalmente à segurança, habitação, saúde e mobilidade urbana, questões pontuais  que desafiam a capacidade intelectual, política e executiva   dos administradores públicos deste robusto município,  transformando cidades em seu entorno na qualidade de satélites-dormitórios e  provedores de mão-de-obra e de estudantes em busca de melhores  perspectivas profissionais. Aqui desembarquei pela primeira vez no final da década de oitenta e tornei-me mais uma testemunha ocular e (muito modestamente) participativa de uma cidade que surgiu do pujante progresso de uma região então conhecida por “Sertão da Farinha Podre”, atualmente uma preponderante exportadora de idéias, tecnologia, produtos diversos e berço de grandes empreendedores. Crescer ainda mais é certamente muito possível a essa cidade mas, vez e outra, pergunto-me até quando e porque se o que temos já basta  e mesmo excede às nossas necessidades e expectativas? Até que ponto deve crescer uma cidade para que possa oferecer educação, saúde, moradia, segurança, emprego, adequada infra-estrutura básica e mobilidade urbana, de forma a garantir uma vida prazerosa e salutar a todos os seus habitantes? Não é exagero uma metrópole com centenas de milhares de habitantes transformar-se, aos poucos, em um local inconveniente para a prática de uma amistosa convivência entre os seus cidadãos?  As considerações acima levam-me a reflexões diversas e o que motivou-me, humildemente,  a dividi-las com os leitores deste blog para a sua análise e meditação.

Gustavo Hoffay

Agente Social

Uberlândia-MG

COTAS!

Tania Tavares – Professora – SP

A Pontifícia Universidade Católica (PUC), precisa dar aulas de civilidade, empatia e até educação para alguns dos seu$ alunos que ofenderam alunos cotistas que tiveram a capacidade de entrar na USP – Direito, durante uma confraternização de Esportes. Estes alunos, há exceções, serão os mesmos Advogados, Juízes, Desembargadores, Ministros, que julgarão as pessoas pelas quais têm desdem.Cruzes!

ONGs

ONGs

Marília Alves Cunha – Educadora e Escritora – Uberlândia – MG

É muito difícil falar sobre ONGs, pois periga-se incorrer em erros e estabelecer dúvidas desnecessárias ao bom desempenho de muitas, quero crer que seja a maior parte. O que são elas? São instituições sem fins lucrativos formalizadas no país e que representam uma força econômica e de transformação social. São fundações, associações privadas, organizações religiosas conforme código civil e de acordo com Lei 13091/14.

Em todo o Brasil estima-se a existência de 815.676 ONGs. Não existe neste país uma única cidade que não tenha pelo menos uma instituição sem fins lucrativos, em sua grande maioria. São juridicamente constituídas por um grupo de pessoas que têm uma causa em comum e que decidiram abrir uma ONG. Como vimos são em grande número (660.000) e representam 80,9% do total. O restante refere-se a fundações.

Dentro das mais de 800.000 existentes 22.000 receberam recurso federal entre 2010 e 2018. Foram repassados a estas um total de 118,5 bilhões. Só na Amazônia, de acordo com o IPEA, existem aproximadamente 116.000 organizações de sociedade civil. Não há uma base unificada que mostre exatamente quanto estas organizações recebem e tampouco quem as financia. Sabe-se apenas que são financiadas por recursos públicos, fontes privadas, pessoas, famílias, comunidade e empresas locais, doações permanentes, inclusive trabalho voluntário.

Evidentemente que uma ONG, para construir uma base de confiança junto à população, deve ter como pilares a transparência e a ética. Caso contrário, dificilmente conseguirá bons resultados. E como grande parte do dinheiro que sustenta as ONGs deriva de cofres públicos, cabe aos governos a fiscalização dos serviços prestados e o bom uso do montante dispendido no funcionamento das mesmas.

Em Uberlândia, de acordo com o Google, temos 813 ONGs e entidades sociais. Cito apenas 2 que conheço de perto: a AMIPA – cuida de animais abandonados ( antigamente estava mais a par da sua movimentação e realizações para arrecadar dinheiro ou alimentos) e o GRUPO LUTA PELA VIDA – que desenvolve um extraordinário trabalho, ligada ao Hospital do Câncer. Querendo conhecer mais sobre o assunto, há dados disponíveis no Google.

Como já disse, há ONGs que fazem por todo o Brasil, um trabalho formidável pelos desassistidos, pelos que não são diretamente alcançados pelas mãos governamentais. Mas há que se ter extremo cuidado ao se ligar a uma destas instituições. Há pessoas que se dedicam a isto por estreitos laços de solidariedade e generosidade, há também os que se aproveitam da boa vontade de muitos e agem com propósitos questionáveis.

Emendas parlamentares também podem ser indicadas por deputados para servir a uma ONG. São geralmente grandes quantias e, esperamos que sirvam a altos propósitos. Li dias desses que o MEC criou uma ONG para fomentar atividades culturais em todas as unidades da federação. A escolha dos contemplados para dirigir estes trabalhos são pessoas ligadas ao próprio MEC e partidos, o que levantou dúvidas sobre a transparência e imparcialidade na distribuição dos recursos. O envolvimento de ONGs ligadas a figuras políticas e assessores levantou questionamentos sobre a transparência e critérios utilizados para seleção de entidades beneficiadas. Chamamos também a atenção para a responsabilidade que deve guiar os nossos políticos na distribuição oriunda de emendas parlamentares. Afinal de contas, isto é dinheiro do povo e deve ser usado com muito critério e honestidade.

Nota: Dados extraídos, em sua maior parte, do Google.