A lógica da dominação capitalista simbólica!

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

É necessário estudarmos as modificações que aconteceram a partir da dominação simbólica do capitalismo nos EUA. Afinal, foram do solo americano que vieram as estratégias de dominação política nos últimos cem anos pelo menos.
Começando com a transformação do cidadão em consumidor, criação do Estado social, o caminho para a nova extrema direita mundial e, por fim, o ideário identitário neoliberal que o Partido Democrata abraçou desde 1990. Isso foi criado nos EUA antes de ser disseminado pelo mundo inteiro.
O grande império americano, colocou de lado a dominação política e militar em favor da influência econômica e cultural, logo após o término da segunda guerra mundial. Desenvolvendo durante séculos o imperialismo para dentro, recebendo estrangeiros, comprando ou conquistando países ao redor, como o México.
No final do século XIX, com a Revolução Industrial, os Estados Unidos passaram de uma economia predominantemente agrícola para uma das mais industrializadas do mundo. Fatores que contribuíram:
Inovação tecnológica: A invenção de novas tecnologias e a melhoria das infraestruturas (ferrovias, eletricidade, etc.).
Exploração de recursos naturais: Os EUA tinham vastos recursos naturais, o que possibilitou uma rápida industrialização.
Concentração de capital: Grandes corporações começaram a dominar setores como ferro, petróleo, e aço, com magnatas como John D. Rockefeller e Andrew Carnegie. Isso levou os EUA a se tornarem a maior economia industrial do mundo, com uma grande influência nas práticas capitalistas globais.
A partir do século XX, com o crescimento de grandes bancos e instituições financeiras, os EUA consolidaram sua posição como líder no sistema financeiro global. O dólar se tornou a moeda de reserva internacional, e o Federal Reserve, o banco central dos EUA, assumiu um papel fundamental na regulação da economia mundial.
Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA lideraram a criação de instituições financeiras internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, que ajudaram a estabelecer a ordem econômica capitalista global. A ascensão do neoliberalismo nos anos 1980, com políticas de privatização, desregulamentação e liberalização do comércio, reforçou ainda mais o domínio do capitalismo baseado no modelo econômico dos EUA.
O domínio do capitalismo dos EUA também foi apoiado por seu poderio militar e geopolítico. Após 1945, os EUA se tornaram a principal potência militar e política do mundo. A Guerra Fria e a luta contra o socialismo e o comunismo (representado pela URSS) ajudaram a expandir o sistema capitalista para várias regiões do mundo, através de intervenções militares, apoio a regimes autoritários e políticas econômicas orientadas para o livre mercado.
O Plano Marshall, por exemplo, foi uma forma dos americanos ajudarem a reconstruir a Europa após a guerra, incentivando a adoção de práticas capitalistas e criando mercados para suas indústrias.
Além do domínio econômico e militar, os EUA também exerceram um grande impacto através do seu soft power, ou seja, sua influência cultural. A indústria do entretenimento, incluindo o cinema de Hollywood, a música (como o rock, o jazz e, posteriormente, o hip-hop), a moda e a tecnologia, contribuiu para a difusão de valores capitalistas em todo o mundo.
A ideia do “sonho americano”, que sugere que qualquer pessoa pode alcançar o sucesso por meio de trabalho árduo e inovação, tornou-se um símbolo da promessa capitalista.
Nos últimos 40 anos, com o avanço da globalização, o capitalismo dos EUA se expandiu ainda mais, promovendo a liberalização do comércio e a interconexão dos mercados financeiros. As empresas multinacionais dos EUA, como Apple, Microsoft, Google, Amazon, e outras, dominaram setores globais como tecnologia, internet, e-commerce e mídia.
Essas empresas não apenas lideraram a inovação, mas também moldaram o modo de vida global, criando uma economia cada vez mais interdependente e centrada nas grandes corporações, muitas das quais têm uma influência maior do que muitos governos.
Embora os EUA tenham sido uma potência dominante do capitalismo global, o sistema tem enfrentado crescentes críticas, especialmente após a crise financeira de 2008. A crescente desigualdade econômica, a desindustrialização e a crítica ao modelo de capitalismo neoliberal têm gerado debates sobre a sustentabilidade do modelo econômico baseado nas grandes corporações, no consumismo e no mercado financeiro desregulamentado.
Além disso, com o surgimento de novas potências econômicas, como a China, o domínio dos EUA tem sido questionado, e há um crescente debate sobre os futuros paradigmas econômicos globais.
O domínio do capitalismo dos EUA foi uma construção histórica e multifacetada, envolvendo fatores econômicos, políticos, militares e culturais. No entanto, em um mundo cada vez mais multipolar e interconectado, o papel dos EUA no capitalismo global está sendo desafiado, embora ainda mantenham uma posição de liderança significativa em muitas áreas. O futuro do capitalismo, portanto, dependerá das respostas a questões como desigualdade, sustentabilidade e as dinâmicas do poder global.
Esse suposto declínio do império americanos passa diretamente pelo dólar e a sua importância para os americanos. Rússia, China e Índia, começam a fazer grandes negócios de importação e exportação com suas próprias moedas, derrubando e muito a circulação da moeda americana nas grandes transações de petróleo, gás e outros negócios. É o começo de uma enorme dor de cabaça para os Ianques.

É GOLPE EM CIMA DE GOLPE!

Marília Alves Cunha Educadora e escritora – Uberlândia – MG

Era 2018, véspera do 07 de setembro, quando Jair Messias Bolsonaro, candidato à Presidência da República, participava de uma grande e entusiasmada manifestação a favor de sua candidatura. De repente, aconteceu um golpe perpetrado contra ele: uma faca enterrada em suas entranhas por um indivíduo chamado Adélio Bispo. O caso foi encerrado rapidamente: um louco, um “lobo solitário”, nada a ver com coisa nenhuma. Atitude individual. Apesar de todos os antecedentes, todos os preparativos da odiosa tentativa de morte, nada foi esclarecido como se esperava. Brilhantes advogados se prontificaram a defender o pobre coitado e chegaram, ato contínuo, à cidade de Juiz de fora. Fizeram o serviço e após, embarcaram na sua nave espacial e sumiram do planeta. Muita gente generosa disposta a ajudar o pobre Adélio: chegaram a montar um álibi, sugerindo que, no momento do crime, constava seu nome no registro de presença no recinto da Câmara Federal. Assunto encerrado para as autoridades…

Era o início de uma feroz perseguição que rege os passos da política nacional até o presente momento. Nem é necessário enumerar as tentativas de incriminar o ex-presidente, algumas beirando ao ridículo ou bizarro. Seria um exercício repetitivo já conhecido pelos brasileiros que acompanham o desenrolar da nossa política.

Começaram tempos turbulentos, estranhos. As perguntas, as dúvidas, os questionamentos foram proibidos. Ficou fazendo parte da normalidade democrática soltar criminosos de qualquer categoria, inclusive os colarinhos brancos. E esvaziar completamente a operação Lava Jato, invertendo papéis, pondo em dúvida delações feitas, jogando por terra um processo que já tinha sido encerrado em 3 instâncias do poder judiciário. A letra da lei, no que toca à indicação de ministros supremos foi esquecida. Declarar a relatividade da própria democracia e quebrar preceitos constitucionais, estabelecidos por uma Assembleia Nacional Constituinte que trabalhou incessantemente e em 1988 promulgou a Lei Maior, tornou-se natural. Tudo em nome da proteção do estado democrático de direito.

Bem, chegamos em 2024. Coisas acontecem. O Partido dos Trabalhadores que se assenta no poder, sofreu flagrante derrota nas eleições municipais, prenúncio de outra que acontecerá em 2026, em eleições livres e transparentes. Trump, conservador, de direita, elege-se Presidente do país mais poderoso do mundo, enquanto Lula alinha-se a ditaduras e dá as mãos ao autoritarismo. E o mesmo, que já andava meio perdido no meio de tombos, lesões e hospital, perde-se ainda mais no emaranhado do G20, aquela reunião dos poderosos donos do mundo que nada farão para salvar o planeta, depois de bate papos chatos e discursos pouco estimulantes sobre meio ambiente. E, para completar o ciclo, Janja, cansada de ficar atoa na vida, inventa o “Janja Palooza”, ótima ocasião de presentear os amigos artistas com um cachê simbólico de 30 mil, dirige-se xulamente a Elon Musk ( até agora não entendi porquê), gasta milhões para transformar a zona portuária numa roda de samba para satisfazer suas necessidades festivas. Para completar e demonstrar seus ímpetos nada gentis ou compassivos, chama de “bestão” um pobre coitado que, movido talvez por desenganos ou desilusões, mendigo de atenção, morreu violentamente por explosão de fogos de artifício.
Para completar este festival de besteiras que assola o país e para lembrar que ainda existe vida inteligente aqui, leio o grande José Roberto Guzzo e só me resta repetí-lo em um trecho:
“A incompetência das investigações chegou ao ponto de trabalharem num caso durante dois anos e não levantarem prova alguma que fique de pé. Não há nada, pelo menos, que o STF tenha considerado suficiente, até agora, para prender Bolsonaro. Caso contrário é obvio que ele estaria na cadeia, não é mesmo? São dúvidas formalmente proibidas para o cidadão brasileiro. A democracia relativizada do Brasil estabeleceu que é proibido perguntar.”

Quanto a Bolsonaro , tudo está bem claro. São inúmeras as tentativas de eliminá-lo da vida política. Principalmente porque reconhecem seu poder, passaram a enxergá-lo. Não que ele seja perfeito, um gênio ou enviado de Deus. Simplesmente porque ele penetrou na alma do povo e transformou-se numa ideia. E esta ideia está permeada de coisas, como Democracia e Liberdade!

ERRATA

A Associação de Proteção Animal a qual me referi em texto da semana passada (ONG’s) não é AMIPA e sim APA. Peço desculpas pelo engano.
Marília Alves Cunha

Sinto muito, muito mesmo!

Cesar Vanucci *

“As criaturas estão no caminho entre o Nada e o Tudo.
Encontram o que está acima de todos (…) pela via da oração.”
(Alceu Amoroso Lima)

Ouvi a oração, um bocado de tempo atrás, numa representação teatral. Anotei na memória velha de guerra as ideias básicas contidas no sugestivo recitativo. Resolvi aqui reproduzi-lo. Não tenho dúvida quanto à fidelidade aos conceitos. Mas, não consigo garantir o mesmo quanto à qualidade da reprodução. Peço a todos, por isso, que levem em conta a (boa) intenção.

Estou falando de uma mensagem havaiana de cunho religioso. Lembra a arrebatante Oração de Francisco de Assis, na parte em que exorta as pessoas ao exercício do perdão. Perdão concebido, numa e noutra prece – claro está – dentro da perspectiva da humildade, “base e fundamento de todas as virtudes”, sem a qual “não há nenhuma virtude que o seja”, como atesta Cervantes.

Por atravessarmos época pra lá de conturbada, carregada de tensões oriundas do ódio, intolerância, injustiça social, propicias por tudo isso a reflexões acerca do sentido da aventura humana, considerei de oportunidade compartilhar essa oração com os amáveis leitores.

O texto que dei conta de rememorar diz (mais ou menos) o que vem alinhado na sequência. Sinto muito, muito mesmo, por tudo aquilo que, partindo de mim, haja provocado, em qualquer época e qualquer lugar, sofrimento, decepção, frustração, ira, desalento, perturbação, contrariedade em pessoas de meu ambiente familiar; em pessoas de meu círculo afetivo; em pessoas de minhas ligações profissionais; em homens e mulheres, adultos e jovens, conhecidos ou desconhecidos, que cruzaram meus caminhos no curso desta caminhada pela pátria terrena. Sinto muito, sinceramente, por tudo aquilo que, em decorrência de atos ou palavras de minha autoria, possa ter dado causa a reações de pessoas de minha roda familiar, de minha esfera afetiva, nas minhas vinculações profissionais e comunitárias, que despertassem em mim rancor, tristeza, inconformismo, irritação, desejos de vingança. Rogo da Suprema Divindade que transmute todas essas emoções negativas em energias positivas. Energias que tenham o mérito de comunicar sensações de bem-estar e conforto a todos e que possam contribuir para a construção de relacionamentos humanos harmoniosos, fraternais e duradouros.

Eu sinto muito por tudo isso. Peço, humildemente, perdão por todas as reações desagradáveis que, consciente ou inconscientemente, ajudei a fomentar na convivência com os semelhantes.

Escancaro o coração à prática do amor, da fraternidade, da solidariedade e agradeço, reverentemente, por esta chance de poder lamentar, pedir perdão e exprimir o avassalador sentimento de mundo que me invade a alma.

Não resisto, por último, à tentação de pedir a atenção dos leitores para algo que, certamente, não lhes passa desapercebido todas as vezes em que tomam conhecimento, como agora no caso desta oração do Havaí, de uma forma de diálogo com o Absoluto nascida de concepção cultural da vida diferenciada da nossa. No fundo, independentemente de tempo e lugar, o que dá pra perceber é que a linguagem é sempre igual. Os cânticos de louvor ao Altíssimo alcançam sempre o entendimento universal. Brotam dos mais generosos impulsos da alma humana. Revelam que os homens, não importam a etnia, o idioma, o lugar em que vivem, os hábitos, são na essência tremendamente parecidos.

* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

Torre de Babel

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira – Economista – RJ

Já sou quase octogenário e vi e vivi apenas cenários surreais no Brasil. Em 1954 o suicídio de Getúlio. Anos depois a renúncia de Janio. Ambas tragédias ate hoje mal esclarecidas. Depois o assume / não assume de Jango. Logo após , a sua deposição pelo caos que instalou no país. A partir de 1988 a “restauração ” da democracia . Usei entre aspas porque a bem da verdade todos ,sem excessões, apenas se serviram do estado para enriquecer e degradar a moral já rarefeita. E parece que nada abala ninguém. Mais recente um golpe foi perpretado por conta de um suposto golpe que seria praticado. Somos, com certeza, a versão atual da torre de Babel .Este povo merece um estudo aprofundado pela NASA.

Sinto muito, muito mesmo!

Cesar Vanucci *

“As criaturas estão no caminho entre o Nada e o Tudo.
Encontram o que está acima de todos (…) pela via da oração.”
(Alceu Amoroso Lima)

Ouvi a oração, um bocado de tempo atrás, numa representação teatral. Anotei na memória velha de guerra as ideias básicas contidas no sugestivo recitativo. Resolvi aqui reproduzi-lo. Não tenho dúvida quanto à fidelidade aos conceitos. Mas, não consigo garantir o mesmo quanto à qualidade da reprodução. Peço a todos, por isso, que levem em conta a (boa) intenção.

Estou falando de uma mensagem havaiana de cunho religioso. Lembra a arrebatante Oração de Francisco de Assis, na parte em que exorta as pessoas ao exercício do perdão. Perdão concebido, numa e noutra prece – claro está – dentro da perspectiva da humildade, “base e fundamento de todas as virtudes”, sem a qual “não há nenhuma virtude que o seja”, como atesta Cervantes.

Por atravessarmos época pra lá de conturbada, carregada de tensões oriundas do ódio, intolerância, injustiça social, propicias por tudo isso a reflexões acerca do sentido da aventura humana, considerei de oportunidade compartilhar essa oração com os amáveis leitores.

O texto que dei conta de rememorar diz (mais ou menos) o que vem alinhado na sequência. Sinto muito, muito mesmo, por tudo aquilo que, partindo de mim, haja provocado, em qualquer época e qualquer lugar, sofrimento, decepção, frustração, ira, desalento, perturbação, contrariedade em pessoas de meu ambiente familiar; em pessoas de meu círculo afetivo; em pessoas de minhas ligações profissionais; em homens e mulheres, adultos e jovens, conhecidos ou desconhecidos, que cruzaram meus caminhos no curso desta caminhada pela pátria terrena. Sinto muito, sinceramente, por tudo aquilo que, em decorrência de atos ou palavras de minha autoria, possa ter dado causa a reações de pessoas de minha roda familiar, de minha esfera afetiva, nas minhas vinculações profissionais e comunitárias, que despertassem em mim rancor, tristeza, inconformismo, irritação, desejos de vingança. Rogo da Suprema Divindade que transmute todas essas emoções negativas em energias positivas. Energias que tenham o mérito de comunicar sensações de bem-estar e conforto a todos e que possam contribuir para a construção de relacionamentos humanos harmoniosos, fraternais e duradouros.

Eu sinto muito por tudo isso. Peço, humildemente, perdão por todas as reações desagradáveis que, consciente ou inconscientemente, ajudei a fomentar na convivência com os semelhantes.

Escancaro o coração à prática do amor, da fraternidade, da solidariedade e agradeço, reverentemente, por esta chance de poder lamentar, pedir perdão e exprimir o avassalador sentimento de mundo que me invade a alma.

Não resisto, por último, à tentação de pedir a atenção dos leitores para algo que, certamente, não lhes passa desapercebido todas as vezes em que tomam conhecimento, como agora no caso desta oração do Havaí, de uma forma de diálogo com o Absoluto nascida de concepção cultural da vida diferenciada da nossa. No fundo, independentemente de tempo e lugar, o que dá pra perceber é que a linguagem é sempre igual. Os cânticos de louvor ao Altíssimo alcançam sempre o entendimento universal. Brotam dos mais generosos impulsos da alma humana. Revelam que os homens, não importam a etnia, o idioma, o lugar em que vivem, os hábitos, são na essência tremendamente parecidos.

* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

GOLPE…

Tania Tavares – Professora -SP

A turma que “bolou” o golpe a ser dado antes da posse do presidente Lula/Alckmin, de tão primária lembram as “Organizações Tabajaras”. Parabéns à Polícia Federal.